As dúvidas sobre Josh Allen, o quarterback mais polarizante do Draft

[dropcap size=big]D[/dropcap]urante boa parte de 2017, Sam Darnold e Josh Rosen monopolizaram as conversas sobre quem era o melhor quarterback do Draft e, consequentemente, quem deveria ser escolhido com a primeira pick geral.

Hoje, a menos de um mês para o início do recrutamento, um outro nome surge como possível ameaça ao reinado dos dois: Josh Allen. Visto como o prospecto mais polarizador e a aposta menos segura dos três, o ex-quarterback de Wyoming vem sendo cada vez mais falado a cada etapa do processo pré-Draft.

O último capítulo da ascensão de Allen foi o pro day dos Cowboys, realizado no dia 23 de março. Nele, o jovem pode exibir suas principais qualidades para representantes de 16 franquias, incluindo as quatro que atualmente detêm as cinco primeiras escolhas do Draft – a saber: Browns (2), Giants, Jets e Broncos. O resultado, por sua vez, foi o melhor possível: Allen deixou analistas e olheiros de queixo caído graças, sobretudo, ao poder do seu braço e a evolução em alguns aspectos de seu jogo.

Isso não garante que Josh será selecionado com a primeira escolha geral pelos Browns ou qualquer outro time – na verdade, Darnold ainda parece ser o favorito, já que também vem se destacando – mas significa que ele pode ter colocado uma legítima dúvida na cabeça dos general managers. Neste ponto, não é fora de cogitação pensar no seu nome sendo chamado primeiro no próximo dia 26 de abril.

O desempenho no pro day fecha com chave de ouro uma boa intertemporada

Allen certamente é o quarterback que mais se ajudou ao longo dos últimos meses. Após um Senior Bowl com altos e baixos, alternando elogios pelos seus belos lançamentos profundos e críticas pela sua falta de pontaria, o jovem mostrou toda a sua habilidade atlética no Combine, conseguindo números de elite no tiro de 40 jardas, salto vertical, salto em distância e nos exercícios com cones.

Isso não significa nada de muito especial, principalmente para alguém que todo mundo já sabia ter como ponto forte o físico, mas é sempre melhor confirmar as expectativas do que baixá-las, não é mesmo? Junte os resultados dos testes com o biotipo de 1,96m e quase 110kg e temos um signal caller fisicamente pronto para ser titular hoje mesmo na NFL, se precisasse. Esse sempre foi seu ponto forte e ele trabalhou bem o aspecto físico.

Durante o pro day, no entanto, Allen mostrou evolução em aspectos mais técnicos como trabalho de pés e precisão nos lançamentos, duas das coisas que mais preocupam os olheiros das equipes. Esta foi uma de suas principais virtudes nesses treinos. A maior de todas, porém, – e que virou manchete nos sites sobre futebol americano – foi a potência de seu braço.



De novo vale dizer que todo mundo já sabia dessa sua qualidade, mas nem por isso foi menos impressionante. Segundo informações de quem estava presente, um de seus lançamentos viajou 80 jardas no ar, partindo da linha de 10 do campo de defesa e pousando na linha de 10 do campo de ataque. Ademais, Allen mostrou ter um toque e uma precisão que ainda não tínhamos visto com frequência.

Mais importante do que simplesmente jogar a bola o mais longe possível, ter um braço forte é fundamental sobretudo para ter sucesso com passes em janelas apertadas, ou seja, nas ocasiões em que a marcação é firme e o defensor já está fechando para acabar com a jogada. Por isso que este é um atributo tão valorizado e buscado em jovens quarterbacks, pois lançamentos fracos viram “patos mortos” e “patos mortos” costumam virar interceptações.

Allen mostrou ser capaz não só de arremessar bolas rápidas e potentes como também de, provavelmente, fazer qualquer tipo de lançamento que os treinadores pedirem, mesmo em rotas mais “perigosas” como a comeback, post, out etc.

Seguem as dúvidas…

Por melhor que tenha sido seu Combine e pro day, Allen continua dividindo opiniões. É importante deixarmos isso claro para não criar a impressão que a ex-estrela de Wyoming se tornou subitamente o melhor prospecto de 2018. Ele é o mesmo que lançou 21 interceptações nas últimas 25 partidas da sua carreira universitária e desperta muitas dúvidas quanto a sua precisão, tomada de decisão e presença no pocket.

Josh não é um produto pronto e aparenta ainda não estar preparado para jogar na NFL. Ele continua sendo uma aposta menos segura do que Rosen e Darnold, ficando mais na categoria de “alto risco, alta recompensa” graças ao patamar em que eventualmente pode atingir.

Em todo o caso, sua intertemporada consistente, seu potencial e os elogios recebidos nas últimas semanas podem fazer com que alguma equipe escolhendo muito alto no Draft queira pagar para ver. Os Browns, por exemplo, mandaram Jimmy Haslam, o próprio dono da franquia, para acompanhar seu pro day em Laramie – além do general manager John Dorsey e do head coach Hue Jackson. Os Giants, por sua vez, estavam representados pelo treinador Pat Shurmur e o coordenador ofensivo Mike Shula. Ou seja, isso indica que estes times estão pelo menos abertos à possibilidade.

Podemos dizer que Allen, hoje, é o azarão na briga para ser a primeira escolha geral do Draft, contudo parece inegável que a distância em relação a Darnold e Rosen diminui de janeiro para cá – como você pode perceber, estamos assumindo que a primeira pick será um quarterback, embora Saquon Barkley também apareça na lista de candidatos. O fato é que existe uma verdadeira controvérsia e dificilmente teremos um consenso como ocorreu, por exemplo, há algumas temporadas com Jameis Winston ou Jared Goff.



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