Nada melhor que um Draft recheado de talento na posição de quarterback. O processo todo se torna mais animado, com especulações mil e qualquer troca tem impacto direto no recrutamento. Sejamos honestos: por mais que todas as posições sejam importantes em um esporte coletivo como futebol americano, quarterbacks são destaques. É muito complicado na NFL dos dias de hoje vencer sem um jogador de boa qualidade na posição. Até por isso a busca das franquias tem sido incessante em torno de nomes que possam dar tranquilidade por longo tempo na função.
Dito tudo isso, é hora de exclamar um ponto importante: a classe de quarterbacks de 2021 pode ser histórica. Nunca tivemos cinco jogadores da posição selecionados dentro do top-10, mas neste ano isso não é só plausível, como até provável. Com às três primeiras escolhas sendo praticamente garantidas, não será de se espantar uma corrida por trocas logo depois. São raras as oportunidades em que talento existe com tanta abundância como no Draft deste ano.
A estrela da companhia recebe os holofotes
Nem mesmo Andrew Luck chegou ao nível profissional com tantos holofotes quanto Trevor Lawrence, quarterback de Clemson. Uma estrela desde o ensino médio, quando foi considerado o segundo melhor recruta da história na posição – Vince Young foi o melhor -, que ele é laureado pela mídia. A imagem também ajuda bastante na construção disso: alto, cabelos loiros na altura dos ombros e bom moço. O clássico padrão que os americanos tanto amam.
Porém, é necessário ser justo: nenhuma figura se sustentaria sem bola. Isso não falta a Lawrence. Campeão nacional no seu ano de novato, ele ainda chegaria a uma final e uma semifinal em sua carreira universitária. Tudo isso mostrando semana após semana uma capacidade técnica invejável. Dono de mecânica limpa, inteligência de jogo e boa aptidão em aprender e processar, tem tudo para realmente ser a cara de uma franquia. Sorte do Jacksonville Jaguars, que tem a primeira escolha e não está fazendo questão de esconder que irá selecionar Lawrence. Nas palavras do treinador Urban Meyer: “sim, estamos indo por esse caminho e esperando o momento certo de anunciar”.
O “resto” é muito acima da média
Não dá para olhar para os demais prospectos do topo de Draft deste ano e não ver grande potencial. A começar por Justin Fields (Ohio State), contemporâneo de Lawrence nos tempos de ensino médio e seu grande “antagonista”. O que pesa contra ele é a falta de um título nacional, mas em campo ele tem atributos espetaculares: sua precisão é acima da média e a capacidade de estender jogadas é formidável. Dono de um atleticismo de elite, tem tudo para ter uma grande carreira ao nível profissional.
Tal qual muitos outros, Zach Wilson (BYU) teve apenas um ano de grande sucesso. Pouco falado antes de 2020, ele explodiu e colocou grandes números em suas estatísticas. Dono de um braço potente, é aquele jogador que faz pirotecnias maravilhosas, com lançamentos fora da base que tanto impressionam. Seu nome é muito vinculado a escolha 2 do New York Jets. Caso isso aconteça, Wilson terá que enfrentar a pressão por vitórias de uma franquia que vem acumulando fracassos, além de muita pressão da pesada mídia da cidade.
