Draft 2017: Os jogadores com maior potencial de serem barganhas

Os mais fanáticos pela NFL consideram abril um mês tão importante quando a temporada regular, visto que um futuro de sucesso ou não das franquias é bastante guiado pelas escolhas feitas no Draft.

Diversas previsões e mocks (nada mais do que palpites/simulado das escolhas) aparecem nas publicações especializadas, e aqui no site não foi diferente. Dessa maneira, crescem as especulações sobre quando cada jogador será escolhido, considerando talento, necessidade de cada equipe e “valor” de cada posição.

No entanto, é bastante comum nos depararmos com situações nas quais um ou outro jogador acaba despencando sem uma razão muito clara, e são selecionados bem depois do que se imaginava – como aconteceu com Aaron Rodgers, detalhada nesta ótima crônica do Curti. Esses são os chamados steals (em tradução livre, barganha), que nada mais é do que um jogador de maior valor do que a escolha na qual ele foi selecionado – ou seja, uma barganha. Em outro texto, o João Henrique fez uma prévia de alguns nomes que tinham grandes chances de serem steals neste Draft de 2017.

Passado o Draft, agora é a hora de analisar quem foram os maiores steals desse ano. Com uma classe considerada tão talentosa, vários nomes foram considerados barganhas, mas alguns claramente se destacam. Obviamente, aqui levaremos em conta alguns fatores como lesões e problemas extra-campo, que fatalmente derrubam o valor dos prospectos.

De qualquer forma, os times têm muito mais informações sobre os jogadores do que nós, o que as vezes justifica certas quedas. Vale ressaltar também que não levamos em conta a primeira rodada, visto que tivemos uma nítida corrida por jogadores de certas posições e é difícil julgar sem ainda ver os prospectos em campo. Se incluíssemos, certamente os nomes de Reuben Foster e Takkarist McKinley seriam citados na lista – ambos tem certo potencial de estarem lesionados neste momento. Assim, focamos nos mid round – entre 2ª e 5ª rodadas – já que quanto mais tarde menos se conhece dos futuro calouros e fica mais complicado analisar.

Cordrea Tankersley (CB, Clemson) – Miami Dolphins, nº 97 (3ª rodada)

Em uma classe tão rica em termos de secundária, era esperado que um ou outro nome acabasse caindo mais do que o previsto. Contudo, a queda de Tankersley foi bem maior do que se esperava, sem ter nenhum motivo muito aparente.

Jogando pela equipe vencedora da última temporada do college (Clemson), Tankersley tem números impressionantes: cedeu um passer rating de 41 nas duas últimas temporadas (jogando contra adversários fortes). Além disso, tem as características para ser um corneback número 1 no futuro. Esperava-se que saísse no meio da segunda rodada; sorte dos Dolphins que o selecionaram ao final da terceira.

Forrest Lamp (OG/OT, Western Kentucky) – Los Angeles Chargers, nº 38 (2ª rodada)

Forrest Lamp foi um dos melhores offensive tackles do college na última temporada, isso é indiscutível. Já falamos bastante de seu talento em outras oportunidades, o João Henrique o colocou como o 15º talento da classe, enquanto o Gabriel comentou sobre ser um grande talento vindo de uma pequena universidade.

Entretanto, como falei no texto sobre a classe de linha ofensiva, Lamp deve ser um guard na NFL, e não tackle, como jogou no College. Ainda assim, é talentoso demais para ter sido preterido por 37 escolhas – todos os nossos mocks o colocavam saindo ainda na primeira rodada. Há quem diga que para jogar como offensive guard o prospecto tem talento semelhante ao que Chance Warmack demonstrava quando foi escolhido na décima escolha geral alguns anos atrás.

Montravius Adams (DT, Auburn) – Green Bay Packers, nº 94 (3ª rodada)

O linha defensiva demonstrou uma boa versatilidade e capacidade de pressionar os quarterbacks adversários ao longo de sua carreira universitária: foram 13 sacks e outras 74 pressões ao longo de três anos por Auburn. Além disso, alinhou em diferentes posições nos esquemas defensivos, tendo mostrado também habilidades jogando na extremidade da linha.

Ainda que seja considerado um pouco cru, mostrou um talento bem acima da média, tendo jogado contra adversários bem fortes. Os Packers agradecem por adicionar no final da terceira rodada um jogador com grande potencial de se tornar um titular sólido no futuro.

Derek Rivers (Edge, Youngstown State) – New England Patriots, nº 83 (3ª rodada)

O prospecto vem de uma pequena universidade, mas chamou a atenção do país por sua habilidade atlética muito acima da média. Embora ele não tenha jogado contra o mais alto nível, mostrou-se um dos mais completos defensores, destacando-se quando pressionando os quarterbacks adversários.

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A única justificativa para sua queda seria não ter mostrado nos treinamentos para o Senior Bowl a mesma produtividade que teve ao longo da carreira. De qualquer forma, jamais esperava-se que caísse tanto. Mesmo sem escolhas nas duas primeiras rodadas, os Patriots adicionam um enorme talento na terceira rodada – e aquela história de o rico ficar cada vez mais rico é uma verdade aqui.

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DeShone Kizer (QB, Notre Dame) – Cleveland Browns, nº 52 (2ª rodada)

É, definitivamente os Browns não são mais a piada do Draft. A equipe deixou o circo pegar fogo na primeira rodada e viu outras franquias lutarem (e investirem bastante, não é Bears e Texans?) para selecionar quarterbacks. Mais do que isso, o time provavelmente blefou bonito para conseguir uma troca com Houston na décima segunda escolha, adquirindo ainda mais escolhas do adversário – depois da mítica troca por Brock Osweiler.

Com Kizer e Patrick Mahomes disponíveis (e outras duas equipes carentes na posição já tendo selecionado Watson e Trubisky), provavelmente um acabaria caindo – e eles eram discutivelmente os jogadores com maior capacidade de desenvolvimento da posição. E assim foi: talvez a franquia escolheu o prospecto que há alguns anos teria escolhido no top15 depois de conseguir outros três jogadores de posições distintas, sendo talvez o quarterback com futuro mais o promissor da classe.

Jake Butt (TE, Michigan) – Denver Broncos, nº 146 (5ª rodada)

tight end dos Wolverines foi um dos melhores do país na última temporada, sendo cotado para sair no máximo na segunda rodada. Contudo, a ruptura de um ligamento do joelho durante o Orange Bowl fez com que seu stock caísse.

Em uma classe recheada de bons jogadores para a posição, Butt ainda era tido como quarto ou quinto melhor, como o Gabriel ressaltou nesse texto. Ou seja, não se esperava que ele passasse da terceira rodada; sorte dos Broncos que conseguiu selecioná-lo na quinta rodada. Mesmo que não jogue já em 2017, o tight end tem tudo para ter um grande impacto assim que entrar em campo.

Chris Godwin (WR, Penn State) – Tampa Bay Buccaneers, nº 84 (3ª rodada)

Se tem alguém feliz com o Draft dos Bucs, esse é Jameis Winston. Depois de selecionar O.J. Howard na primeira rodada, Godwin foi um achado na terceira rodada. Com vários recebedores saindo cedo (lembre-se que foram 3 nas 9 primeiras escolhas), o produto de Penn State foi preterido por muitos, sendo apenas o décimo jogador da posição a ser escolhido.

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Com muita produção e ótima performance em rotas longas (sete touchdowns em passes de mais de 20 jardas), mostrou ser não apenas um bom recebedor, mas também um sólido bloqueador, já que seus atributos físicos o ajudam nisso. A boa performance no combine é mais um motivo para estranhar tantas franquias terem passado Godwin.

Desmond King (CB, Iowa) – Los Angeles Chargers, nº 152 (5ª rodada)

King era tido como uma boa escolha entre a segunda e terceira rodadas do último Draft. Entretanto, há quem diga que no Draft de 2016 ele seria escolhido do final da primeira até o final da segunda. O defensive back de Iowa mostrou-se um dos mais talentosos da classe para jogar em cobertura por zona, além de ser indiscutivelmente o melhor da posição contra o jogo terrestre.

Além disso, foi absurdamente consistente nos últimos três anos – foram 15 intercepções no período – e cedeu apenas 24 recepções em 2016. O fato de ter limitações quando marcando homem a homem e não mostrar tanta capacidade atlética fizeram com que as equipes o considerassem para a posição de safety. Contudo, sua produção foi muito boa ao longo dos anos e mostrou muita capacidade para ser um legítimo playmaker. Uma barganha gigantesca na quinta rodada.

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Chris Wormley (DE/DT, Michigan) – Baltimore Ravens, nº 74 (3ª rodada)

Wormley foi um dos destaques da forte defesa dos Wolverines nos últimos anos. Titular por três temporadas, cotava-se que seria escolhido no máximo ao final da segunda rodada, sendo que em um de nossos mocks o João Henrique o colocou ao final da primeira. Sendo muito alto e relativamente pesado, impressionou por sua agilidade, versatilidade e habilidade de jogar em diferentes lugares da linha defensiva.

Tanto é que mesmo sendo originalmente um defensive tackle, também fora utilizado como defensive end no pass rush, conseguindo bons números. Com seu tamanho mostrou um ótimo trabalho de mãos para controlar os bloqueios e parar o jogo terrestre. Mesmo considerado um pouco cru atuando no pass rush (sem muito trabalho de mãos), tem potencial para desenvolver em um jogador muito completo para a NFL. Boa notícia para os Ravens que passam por um período de transição na defesa.

Carl Lawson (Edge, Auburn) – Cincinnati Bengals, nº 116 (4ª rodada)

É nítido que muitos times não tinham Lawson em seus boards pelos problemas de lesão do jogador. Contudo, também ficou claro que ele tinha talento para ser escolhido na primeira ou, no máximo, segunda rodada. Tendo jogado apenas metade de 2015 (2014 também esteve lesionado pelo total da temporada), em 2016 foi consistente demais e apareceu entre os melhores do país pressionando os quarterbacks adversários.

Seu trabalho de mãos é realmente diferenciado, além de ter mostrado muita força para atacar os bloqueadores e vencê-los. Ainda que tenha questionamentos pelas lesões, selecionar na quarta rodada um talento com produtividade semelhante àqueles escolhidos na primeira e décima quarta escolhas é um enorme steal.

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