Faltam 7 dias pra que o mundo possa ter o mínimo de esporte presente em nossas vidas novamente. Apesar de todas as mudanças ao longo do processo que o antecede, o Draft de 2020 continua de pé, sendo realizado dos dias 23 ao 25, de forma online e com o comissário Roger Goodell anunciando as escolhas diretamente de sua casa.
Esse Draft Simulado é um mix de “o que eu faria se fosse general manager” com “o que eu acho que os general managers farão”, porque as alterações no processo fazem com que tenhamos menos informações sobre os planos das organizações. Também vale contexto em cada escolha, afinal, draftar por necessidade é bem mais aceitável quando um time está a um ou dois passos de brigar pelo título em contrapartida aos times que precisam adicionar o máximo de talento possível.
1. Cincinnati Bengals
Joe Burrow, QB, LSU
Burrow é o melhor quarterback da classe por uma margem considerável e, para os Bengals voltarem a ter o mínimo de relevância dentro da AFC North, eles precisam de um líder que possa se equiparar aos outros bons passadores da divisão. Na última temporada universitária, ele conseguiu a melhor temporada da história de um quarterback na NCAA e coroou-a com o título nacional por LSU. Ele tem ínfimas falhas em seu jogo e sua presença de pocket é das mais excepcionais que já vi num prospect. Não tem como Cincinnati errar nessa escolha.
2. Washington
Chase Young, EDGE, Ohio State
A linhagem de pass rushers provinda de Ohio State nos últimos anos é bastante completa, e mesmo num grupo com os irmãos Bosa, Chase Young pode ser o melhor de todos os EDGEs dos Buckeyes. Ele é disparadamente o melhor jogador da classe se não aplicarmos valor posicional, combinando uma variação de movimentos de pass rush com um atleticismo e inteligência de jogo simplesmente fantásticas. A chance de Young não ser uma estrela é quase irrisória.
3. Miami Dolphins
Tua Tagovailoa, QB, Alabama
Troca com o Detroit Lions: #3, #109 por #5, #39, #70
Pra mim, o suposto interesse do Miami Dolphins em Justin Herbert na escolha 5 é pura cortina de fumaça: o time quer Tua Tagovailoa e estaria mais do que satisfeito em ceder duas de suas 6 escolhas dentro do top 70 pra assegurar o jogador de Alabama. Não existe dúvida alguma sobre o talento do quarterback, com precisão, trabalho de pés, mecânicas e tomadas de decisão muito perto do ideal; a preocupação está na recuperação de sua grave lesão no quadril no último ano, mas nada no momento indica que sua recuperação está fora do esperado. Tua é a peça final e a mais importante na reconstrução do elenco dos Dolphins iniciada em 2019.
4. New York Giants
Isaiah Simmons, LB, Clemson
Quando Minkah Fitzpatrick era um prospecto extremamente versátil no Draft de 2018, em algum momento a discussão passou de ‘ele é um safety que pode alinhar em outros lugares’ para ‘ele pode alinhar em várias posições, mas não se destaca em nenhuma’ – obviamente, seus dois primeiros anos na liga provaram o quão errado estava esse ponto. Existe algum burburinho (menor, vale notar) com essa mesma versatilidade que Simmons apresenta, mas não se engane de forma alguma: ele é um excelente linebacker que pode realizar várias funções e o coordenador defensivo que for criativo o suficiente terá uma ótima arma defensiva em suas mãos. Seu talento não passará batido pelos olhos de Dave Gettleman.
5. Detroit Lions
Jeffrey Okudah, CB, Ohio State
*Ver troca acima com Miami
Depois de acumular mais um par de escolhas de segundo dia trocando com o Miami Dolphins, o Detroit Lions seleciona o mesmo jogador que o faria no caso de não haver troca alguma: Jeffrey Okudah é o melhor cornerback da classe atual, com capacidade atlética capaz de cobrir individualmente qualquer recebedor e com notável inteligência de jogo. Para um time como os Lions, cujo sistema defensivo exige que seus defensores possam marcar em cobertura individual, a seleção de Okudah cairá como uma luva, especialmente após a troca de Darius Slay para o Philadelphia Eagles.
6. Los Angeles Chargers
Justin Herbert, QB, Oregon
Se Los Angeles está confortável com Tyrod Taylor titular como quarterback mesmo com um dos melhores elencos da NFL, justo. Só que o time não pode deixar de ter um plano B – que, creio eu, se tornará o plano A mais rápido do que se imagina -, que vem na forma do talentoso Justin Herbert. Apesar de possuir todos os atributos físicos, o produto de Oregon precisa trabalhar mais em sua precisão nos passes longos e em sua tomada de decisão; sua força no braço e suas mecânicas limpas o fazem um dos prospectos de alta qualidade da classe, exigindo apenas um pouco de refinamento.
7. Carolina Panthers
Derrick Brown, iDL, Auburn
Brown não testou muito bem no Combine e caiu em diversas boards de analistas – ou, ao menos, se tornou para a maioria o segundo interior defensive lineman da classe, atrás de Javon Kinlaw -, mas não é o caso comigo. Sua tape é fantástica, ele come double teams adversários com facilidade e seu motor não para. Acredito que ele possa alinhar de várias formas por dentro e nos Panthers, time cuja linha defensiva precisa de reforços com urgência, ele seria um fit instantâneo.
8. Arizona Cardinals
Tristan Wirfs, OT, Iowa
O primeiro tackle a ser escolhido na classe é o produto de Iowa, que assumirá instantaneamente a condição de right tackle em Arizona. O grande problema de Wirfs de modo geral é sua envergadura, o que fez com que rumores de que podia atuar como guard na NFL surgissem, mesmo assim, seria desperdício alterar sua posição. Com a proteção melhorada, o ataque de Kliff Kingsbury tem tudo pra voar em 2020.
9. Tampa Bay Buccaneers
Andrew Thomas, OT, Georgia
Troca com o Jacksonville Jaguars: #9 por #14, #76 e 3rd round de 2021
Os Buccaneers estão totalmente focados em vencer na curta janela com Tom Brady e, como vimos no último ano, Brady precisa de um bom ataque à sua volta nesse momento de sua carreira pra produzir. Thomas seria a escolha ideal para o Cleveland Browns, mas Tampa Bay sacrifica duas escolhas de segundo dia pra subir no Draft e reforçar sua proteção. Mesmo tendo que atuar como right tackle inicialmente, o jogador de Georgia não terá problemas em se adaptar ao lado direito e será titular desde o primeiro dia, com fundamentos técnicos refinadíssimos e boa capacidade atlética.
10. Cleveland Browns
Jedrick Wills, OT, Alabama
Depois de buscar Jack Conklin na free agency para o lado direito, os Browns complementam sua linha ofensiva com Jedrick Wills, um excelente protetor para o passe. Embora ele tenha atuado somente como right tackle ao longo de sua carreira em Alabama, o treinador Nick Saban deu declarações públicas reafirmando que seu ex-atleta pode tranquilamente atuar como left tackle. Wills é bastante físico e possui ótima mobilidade.





