Draft Simulado (Curti): As necessidades de seu time e quem ele pode escolher

32 escolhas. Os campeões são definidos no Super Bowl, mas eles nascem aqui. O Draft da NFL é o meio pelo qual as equipes se reforçam para as temporadas vindouras. É o meio pelo qual os times trazem jogadores para o lugar de outros que perderam ou que perderão. É o meio pelo qual os times podem sair de último para primeiro.

Carolina Panthers e Denver Broncos foram os primeiros a escolher no Draft de 2011. Depois de pegarem, respectivamente, Cam Newton e Von Miller, estavam no Super Bowl cinco anos depois. Entendeu como o Draft é importante?

Para os leigos, o funcionamento: é como tirar time na aula de Educação Física. Os jogadores a serem escolhidos são aqueles do College Football – para estar elegível, basta ter se formado no Ensino Médio três anos antes do Draft. A ordem é inversa à classificação da temporada anterior. O campeão do Super Bowl é o último a escolher em cada uma das sete rodadas. O pior time da temporada, o primeiro – e aí por diante. Ainda, é permitido trocar escolhas.

Antes do Draft Simulado propriamente dito, algumas regras;

Eu não coloquei trocas no Draft Simulado. Eventualmente posso listar algumas possíveis nas justificativas, mas vamos deixar isso de troca para você ler aqui neste texto e em outro na semana que vem, dos “gatilhos” do Draft 2017. É virtualmente impossível testemunharmos um Draft sem nenhum general manager entrando em pânico ante uma possível escolha sendo “roubada” por outro time. Neste mock, aliás, eu praticamente não dei reach – quando um jogador é escolhido numa posição de Draft que é superior ao seu valor. Ainda, ele não conta com trocas, lembremos.

A principal diferença para meu mock em relação aos drafts simulados que o Jean e o João Henrique fizeram é que aqui vou colocar as que julgo serem necessidades de cada time. Como você verá, meu mock é um pouco mais inclinado para necessidades e menos para o “melhor jogador disponível”. Optei por isso porque a classe de 2017 é diferente do que estamos acostumados. Tem cornerback a rodo (e a maior parte dos que podem sair na primeira rodada é acima da média), tem mais running back acima da média do que (no todo) em outros anos; Ademais, é uma classe muito rica em prospectos defensivos.

Vou acertar tudo? Não. Pessoalmente falando, tenho uma média de acertos entre 8 e 10 escolhas desde que comecei a fazer estas simulações escritas, em 2013 – é a média do pessoal que cobre Draft nos EUA. Ao melhor estilo “teoria do caos”, uma escolha pode mudar toda uma sequência delas. Aí a gente erra tudo. Acertar, diga-se, não é o objetivo aqui: meu objetivo é falar sobre o Draft e sobre os prospectos. Acertar para mim tanto faz. Tanto que fiz questão de colocar “cenários alternativos” em cada uma das 32 escolhas.

Ah, e por fim: este texto é sobre o que eu acho que as equipes vão fazer na quinta. Não o que eu faria caso general manager de cada uma delas. Não escolheria como os Jets desta simulação, por exemplo.

Já enrolamos demais. Vamos às escolhas. Prepare-se: é o texto mais longo que escrevi neste site. Se você quiser ver APENAS a tabela de escolhas, sem as justificativas, clique aqui.

1- Cleveland Browns: DE/OLB/EDGE Myles Garrett, Texas A&M
Necessidades: DL, QB, OL, DB, LB

Uma das poucas certezas nas previsões é esta. Tem alguma coisa “ruim” para apontar sobre ele? Tem, mas é quase nada. Reza a lenda que Myles é um jogador que não tem o “motor acelerado” o tempo todo. Ademais, parte de sua (ótima) produção veio ante times mais fracos no calendário dos Aggies. De toda forma, Myles é o principal nome deste Draft.

E, não obstante, faz sentido na “filosofia” dos Browns. O time precisa de quarterback, mas não há nenhum “digno” de ser escolhido com a primeira escolha geral. Ao que tudo indica, os Browns já se ligaram que um time é reconstruído, primeiramente, via linha defensiva e linha ofensiva. No ano passado, trocaram por Jamie Collins. Depois, na free agency, trouxeram vários nomes para reforçar a linha ofensiva. Agora é a hora de Myles Garrett, que pode ser uma âncora por anos a vir. O que Von Miller foi para os Broncos em 2011, Garrett pode ser para Cleveland em 2017. Chega de bagunça em Ohio.

Também pode acontecer: Trocar para baixo por uma tonelada de escolhas

2- San Francisco 49ers: DE Solomon Thomas, Stanford
Necessidades: QB, DL, DE/OLB

Outra escolha praticamente consensual na maioria dos mocks que você verá por aí. No meu não será diferente. Por mais que não dê para considerar Paulo Gustavo Brian Hoyer e Matt Barkley como soluções, esta classe não apresenta nenhum valor em quarterback que seja compatível com a segunda escolha geral do Draft. Tal como Cleveland, prospecto cru por prospecto cru, os 49ers podem escolher um quarterback com a segunda escolha da segunda rodada ou então fazendo troca para o final da primeira rodada. Certamente Kizer, Mahomes e Webb devem estar disponíveis ao final da primeira. Ainda, o time pode querer esperar 2018 – quando Kirk Cousins se torna free agent irrestrito.

Falando de Thomas, especificamente, é um prospecto capaz de elevar o nível da defesa de San Francisco desde o primeiro dia. Da mesma forma que “novos sistemas, novos quarterbacks“, Robert Saleh precisa de novas âncoras nesta unidade defensiva. Thomas seria uma delas, com versatilidade para jogar em techniques diferentes da linha.

Ah, Curti, mas os 49ers já gastaram escolha de primeira rodada em DeForest Buckner e Arik Armstead. Eu sei. Mas Thomas é um jogador de linha mais forte do que o0s dois. Força, rapidez e tamanho em um só pacote.

Também pode acontecer: Apertarem o gatilho com um quarterback ou com um safety. Se for quarterback, acredito que Watson é o mais plausível. Se for safety, Hooker. 

3– Chicago Bears: SS Jamal Adams, LSU
Necessidades: DB, DL, QB, WR

Quatro primeiros jogos dos Bears em 2017: Julio Jones, Mike Evans, Antonio Brown e Jordy Nelson. Considerando a secundária pífia que o time apresenta no momento, ajuda é mais do que necessária. Ainda, considerando que o time investiu em Mike Glennon, acredito que quarterback possa ser algo endereçado depois, não agora (seja em futuros Drafts ou em segunda rodada neste ano).

Minha dúvida aqui, para o lugar de Adams, era entre Marshon Lattimore (CB, Ohio State, para mim o melhor da posição na classe), ou seu companheiro de Ohio State, o safety Malik Hooker. Não coloquei Lattimore porque strong safety é uma necessidade mais forte do que cornerback para esta defesa. Além disso, é cada vez mais raro ver safeties acima da média em primeira rodada, tal qual Eric Berry, Earl Thomas e conexos. Não coloquei Hooker porque ele seria mais plausível como free safety – e os Bears não jogam em single high, além de não precisarem tanto de FS como de SS, dada a grata surpresa que Adrian Amos virou.

Assim, Chicago endereça a posição de strong safety, aquele que fica por vezes no box. A ajuda imediata como “plug and play” que ele pode dar a essa defesa é excelente também ante o jogo terrestre adversário. Adams é um excelente tackleador. É o tipo de jogador que pode fazer essa secundária melhor da noite pro dia.

Também pode acontecer: Os Bears podem querer reforçar a linha defensiva com Allen ao invés da secundária. Um quarterback acho bem difícil, embora haja boatos de Watson aqui. 

4- Jacksonville Jaguars: DL Jonathan Allen, Alabama
Necessidades: QB, RB, S, DL

Caso os Bears não escolham Allen, ele deve sair aqui ou cair até o final do top-10. Não é uma pick que eu me sinto confortável de colocar aqui, vez que Jacksonville já investiu bastante em linha defensiva nos últimos anos. Seja pelo Draft com Dante Fowler Jr ou seja pela free agency com Malik Jackson e Calais Campbell. Mas aí eu considero o “melhor jogador disponível”, algo que faria bastante sentido na filosofia Tom Coughlin.

Um quarterback aqui? Não sei se agora é o momento e não sei se os Jaguars estão prontos para implodir e buscar um substituto para Bortles. Considerando que Allen é versátil e pode jogar como DT, seria interessante que Malik engolisse espaços e focasse nas corridas, abrindo gaps para que Allen vá para cima do quarterback.

Também pode acontecer: um jogador ofensivo, visto que os Jaguars vem investindo em defesa nos últimos anos. Neste sentido, fora quarterback, julgo que os dois melhores prospectos ofensivos para Jacksonville sejam O.J Howard (e TE é meio que uma necessidade aqui) e Leonard Fournette – o jogo terrestre do time é horrível e certamente poderia melhorar com Leonard. 

5- Tennessee Titans (via Los Angeles Rams): CB Marshon Lattimore, Ohio State
Necessidades: CB, S, WR, pass rusher 3-4

Com Allen fora do board – e como os Titans têm duas escolhas na primeira rodada, faria todo sentido do mundo buscar o melhor jogador disponível aqui – a equipe foca-se numa necessidade ao buscar aquele que julgo ser o melhor cornerback do Draft 2017. Pode soar estranho para alguns, dado que os Titans já investiram em cornerback ao pagar 16 milhões (garantidos) para Logan Ryan na última free agency.

Contudo, Lattimore, vide seu tape e o Combine, é bom demais para passarmos aqui. E, principalmente: Tennessee tem mais uma escolha na primeira rodada, onde pode endereçar a posição de wide receiver. Aqui, na #5, seria reach. Lattimore, por sua vez, é um valor adequado para a escolha. E mesmo com Ryan chegando, o time tem quem do outro lado? Não esqueça que os Titans acabaram de cortar Jason McCourty. Poderia ser um sinal fortíssimo de que vão endereçar a posição no Draft.

Também pode acontecer: O.J Howard alinhando em formações com dois tight ends? Faria sentido. Os Titans já tem uma filosofia de “corra primeiro, passe depois”. Com Delanie Walker e Howard, o negócio ia ficar bruto em Nashville. Não obstante, Howard faz as vezes de recebedor – e os Titans estão carentes na posição. 

6- New York Jets: QB Mitchell Trubisky, North Carolina
Necessidades: QB, DB, OL, TE

Eis que temos a primeira surpresa do Draft. Não só: o primeiro quarterback escolhido. Do fundo do seu coração: você acha que os Jets vão entrar o training camp com Josh McCown, Bryce Petty e Christian Hackenberg de quarterbacks? Eu duvido.

A contratação de McCown ilustra muito o porquê de Trubisky fazer sentido aqui. Por melhor que tenha sido seu ano em North Carolina, Mitchell é cru em vários aspectos. Josh é um tutor plausível e, além disso, é a figura ideal do “quarterback ponte”. Onde há fumaça, há fogo. Os Jets tiveram treinos privados com Trubs. Quarterback é necessidade. Por que não?

Também pode acontecer: Lattimore visitou os Jets, que lhes disse: Você não estará disponível na #6. E é verdade. Se ele estiver, claro, New York pode escolhe-lo. Outra possibilidade seria O.J. Howard, visto o panorama tenebroso dos Jets na posição de tight end nos últimos anos.  

7- Los Angeles Chargers: S Malik Hooker, Ohio State
Necessidades: OL, RB, WR, LB

Mudamos o estilo de “necessidades” para “melhor jogador disponível” novamente. E a lógica que eu empreguei para os Bears se inverte aqui. San Diego Los Angeles já tem um safety para jogar no box com Jahleel Addae. O time vai empregar toneladas de cover-3/cover 1, sistemas “single high”, no qual o strong safety fica em profundidade e o free safety, cobrindo o passe longo.

Mas viu, cadê o Earl Thomas desse time para fazer isso? Está aqui. Um jogador de elite, com capacidade de forçar turnovers e ser a peça necessária para rodar essa Northwestern Defense de Gus Bradley (ex-coordenador defensivo de Seattle e, agora, DC dos Chargers). Eu sei que Los Angeles tem outras necessidades. Mas o valor de Hooker é alto demais para passar e a necessidade aqui é de esquema. E a escolha casa com a presença de Joey Bosa. Supondo que este continue jogando em alto nível e pressione o quarterback adversário: você precisará de alguém para roubar a bola em passes forçados. Olá Malik.

Também pode acontecer: Ouvi boatos de Deshaun Watson aqui. Philip Rivers não é mais nenhum moleque, lembre-se – ele foi draftado em 2004 e o mesmo aconteceu naquela época. Os Chargers já tinham Drew Brees e foram atrás de um quarterback. Além disso, Dean Spanos (o dono do time) é um imbecil e pode querer fazer “splash” ao se mudar para Los Angeles. Se você bem lembra ao assistir Draft Day, como se faz splash? Com quarterback.

8- Carolina Panthers: RB Leonard Fournette, LSU
Necessidades: RB, OL, DB, DE

Tirando Jacksonville – e, talvez, Giants – um dos poucos lugares em que vejo Fournette fazendo sentido. Ele não cai como uma luva em todo sistema. Quero deixar isso claro de antemão. Digamos que Leonard seja um trem. Ele precisa dos trilhos adequados. Do sistema adequado. Correr via shotgun? Não vai funcionar.

Os Panthers precisam de um corredor. Primeiro porque Jonathan Stewart não é mais jovem – ele tem 30 anos e é o principal corredor deste time. Segundo porque ele não produz tanto quanto você pensa. Jonathan se machuca muito e teve apenas uma temporada para mais de 1000 jardas (2009) em sua carreira. Cam Newton, por sua vez, precisa ser menos pressionado.

Uma das maneiras indiretas de fazer isso é correndo mais com a bola. A defesa acaba mandando menos bliztes ousadas porque sabe que terá que trabalhar de maneira reativa contra o jogo terrestre. É por isso que times que correm bem com a bola, por tabela, costumam ter quarterbacks menos pressionados. Mas não é só para evitar que Newton seja uma pinhata no pocket que a escolha faria sentido aqui. Um corredor forte, essencial em situações de descida/distância curta, ajudaria Newton a não precisar ele mesmo correr com a bola ou fazer sneak. Newton teve uma concussão correndo numa conversão de dois pontos no ano passado.

Fournette, se não for escolhido aqui, vai despencar na primeira rodada. Ele faz sentido em poucos esquemas. O dos Panthers, com power run, é um deles.

Também pode acontecer: Se os 49ers não escolherem Solomon Thomas, ele pode cair até aqui e seria escolhido pelos Panthers. Adicionalmente, Carolina pode trocar para cima e escolher o DL de Stanford.

9- Cincinnati Bengals: OLB Takkarist McKinley, UCLA
Necessidades: OL, DT/LB, CB

Faria mais sentido Reuben Foster aqui? Sim, acho que sim. Já falo sobre. O problema é que Foster falhou em exame de doping durante o Combine. Não deu positivo, deu apenas “amostra diluída”. Isso e mais o chilique que ele deu na época fazem com que ele caia do top 10.

Além disso, Cincinnati já adicionou um ILB via free agency em Kevin Minter. Pode ser que o time escolha um pass rusher no Draft e, ao meu ver, Takkarist McKinley é o que mais faria sentido. Ele é um dos jogadores mais explosivos da classe e ajudaria a rotação de Carlos Dunlap/Michael Johnson e cia. Os Bengals tiveram seus melhores anos defensivos quando o pass rush funcionou. Daí a adição.

Também pode acontecer: Além de Foster, que já falei acima, Cincinnati pode buscar um wide receiver. Os Bengals sofreram muito no ano passado tendo apenas A.J Green como alvo confiável. Desde que perderam Mohamed Sanu e Marvin Jones na mesma free agency, o ataque perdeu gás. A vida de Mike Williams (Clemson) ou Corey Davis (Western Michigan) seriam as que fazem sentido aqui.

10- Buffalo Bills: WR Mike Williams, Clemson
Necessidades: QB, WR, CB, LB, DL

Falando em Mike Williams, ele é meu primeiro recebedor draftado e para o Buffalo Bills. Talvez a franquia seja a que mais precisa de recebedor. Tem apenas Sammy Watkins – que também jogou em Clemson – e perdeu Robert Woods para os Rams nesta intertemporada. Não tem muito o que fazer aqui.

Um eventual problema de Williams – que fazia com que Davis estivesse ranqueado acima até esse momento – eram questionamentos sobre sua velocidade. No Pro Day de Clemson, ele correu as 40 jardas em 4,50, número que julgo satisfatório para colocá-lo como o primeiro saindo do board. Altamente produtivo no College Football, Williams junta a fome com a vontade de comer dos Bills. Valor e necessidade.

Também faria sentido: Corey Davis, WR de Western Michigan. Por mais que cornerback seja uma necessidade latente neste time após a saída de Stephon Gilmore, julgo recebedor uma necessidade ainda maior. Com uma classe talentosa na posição de CB, os Bills podem endereçar a posição no segundo dia.

11- New Orleans Saints: DE Derek Barnett, Tennessee
Necessidades: DB, DE, DT/LB, RB

Drew Brees tem apenas um ano de contrato. Está no crepúsculo de sua carreira. Ele precisa de ajuda defensiva. Ele precisa que os Saints tragam reforços, porque a parte dele – 5000 jardas quase todo ano – ele já faz. Barnett seria o complemento para Cameron Jordan. Farei minhas as palavras do Eduardo no texto de necessidades dos Saints.

“Quem vê Cameron Jordan, não vê que o outro lado da pressão foi, não sendo indelicado aqui, mas foi inexistente. Tapp, Kruger, Esebali, não importa: era como se fosse um jogador de isopor do outro lado de Jordan. O time precisa desesperadamente de mais uma força disruptiva; 30 sacks não são uma marca de um time que quer ir para a pós-temporada. Essa foi a sexta pior marca da liga – e sozinho, Jordan teve 7,5 (nenhum outro, sozinho, teve mais de 1,5)”. 

Mesmo com a chegada de Alex Okafor, creio que a defesa de New Orleans precise de mais peças para pressionar os quarterbacks adversários. Secundária também é necessidade, mas os Saints têm três escolhas entre as primeiras 42 e estamos diante de uma das mais talentosas classes de cornerbacks.  Especificamente sobre Barnett: quem já viu jogos de Tennessee no College sabe do que eu estou falando. O cara é bom. A produção está ali. E como está: foram 33 sacks em carreira, o atleticismo está presente.

Também pode acontecer: Um dos queridinhos, em subida meteórica dos mocks, Haason Reddick preenche uma lacuna nesta defesa. O inside linebacker de Temple teve participação fantástica no Senior Bowl e foi um dos melhores jogadores no Combine. 

12- Cleveland Browns (via Philadelphia Eagles): TE O.J. Howard, Alabama
Necessidades: DL, QB, OL, DB, LB

E lá vamos nós. Eu sinceramente acho que o regime atual de Cleveland quer pensar de maneira diferente do que se pensa na NFL. O pensamento ortodoxo escolheria um quarterback aqui para os Browns. Afinal de contas, eles já endereçaram a defesa com a primeira escolha geral e o time tem carência na posição. Já o pensamento moneyball diz para você pegar o melhor valor e que ao mesmo tempo preenche uma lacuna. É, eu sei que os Browns têm Gary Barnidge. Se você já viu minhas lives no Madden, sei muito bem disso.

Mas o ponto é que O.J. Howard é o melhor tight end desde que Rob Gronkowski esteve no Draft. E Howard tem o plus de não chegar com lesões como Gronk chegou (por isso ele caiu para a segunda rodada). A comissão técnica de Cleveland pode avaliar bem o tight end de Alabama durante o Senior Bowl e gostou do que viu. Os Browns, neste modelo não-ortodoxo de gestão, sabem que não precisam endereçar um quarterback agora. Eles podem montar o resto do elenco antes.

Também pode acontecer: Um quarterback. Se Mitchell Trubisky estiver disponível após passar por San Francisco, Chicago, New York Jets e Buffalo, pode ser que os Browns o escolham. Ainda, Deshaun Watson pode ser a escolha aqui. 

13- Arizona Cardinals: QB Deshaun Watson, Clemson
Necessidades: QB, S/CB, ILB, TE

A maioria dos mocks coloca Patrick Mahomes II como o escolhido de Arizona – a menos que Deshaun Watson esteja disponível. Ainda, existe uma fortíssima possibilidade de que os Cardinals subam no Draft (para frente de Cleveland), com o objetivo de garantir seu quarterback. Carson Palmer tem 37 anos e não tem a mesma durabilidade de seus pares de idade semelhante – Brees/Brady. Bruce Arians pode pensar em desenvolver um talento aqui.

Assim, faria sentido querer escolher Watson (que tem problemas de mecânica) ou Mahomes (talentoso, mas com vários aspectos crus). Palmer não vai durar para sempre. Longe disso, aliás. Deshaun Watson mostrou flashes de talento bruto durante sua carreira no College e precisa de uma boa mente ofensiva para desenvolvê-lo. Arians seria esse cara – que o desenvolveria enquanto ele esquenta banco para o final da carreira de Palmer.

Também pode acontecer: Além de um quarterback, a secundária pode ser endereçada aqui (embora acredito que isto aconteça na segunda rodada, dada a profundidade de talento da posição). Os Cardinals perderam seus dois safeties titulares na Free Agency. Se Malik Hooker ou Jamal Adams caírem até aqui, podem ser a escolha.

14- Philadelphia Eagles (via Minnesota Vikings): RB Christian McCaffrey, Stanford
Necessidades: DB, RB, DL, WR

Talvez o time que mais vejo com a “cara” para Christian McCaffrey. Além de ser o herdeiro das funções de Darren Sproles neste time, ele tem cacife para substituir MELHOR o que Sproles já faz. E o ex-Saints faz 34 anos em junho. McCaffrey seria um canivete suíço no esquema ofensivo de Doug Pederson (West Coast). É um alvo seguro para que Carson Wentz se desenvolva mais. Tem rapidez para cortes rápidos – como evidenciado no Combine, especialmente no drill dos três cones).

McCaffrey não precisa carregar 20 vezes a bola por jogo. Ele é o tipo de cara que vai ter dez carregadas e contribuir a rodo no jogo aéreo. Ele pode alinhar como recebedor no slot, por exemplo – o que ajuda a carência de recebedores dos Eagles. Por fim, o coloco antes de Dalvin Cook por questão de extra-campo.

Também faria (BASTANTE) sentido: Além da ascensão meteórica de Reddick, outra que vem ganhando força – sobretudo por conta dos problemas de lesão de seus pares – é a de Gareon Conley, cornerback de Ohio State. Ele ganhou força e valor, também, porque foi muito bem no processo pré-draft: destruiu no Combine (4,44 no tiro de 40 jardas, 37,5 polegadas no pulo vertical e tem 6” de altura). Eu sei: Combine engana. Mas uma das poucas posições na qual ele faz sentido é a de cornerback. E os Eagles precisam de ajuda na secundária. Jim Schwartz usaria muito bem um cara atlético como Conley. 

15- Indianapolis Colts: ILB Reuben Foster, Alabama
Necessidades: LB, RB, S/LB, OL

A queda de Reuben Foster termina aqui? Não sei, sinceramente. Ele é excelente, mas há os questionamentos, a amostra diluída no antidoping do Combine… Pode ser que, sinceramente, ele caia até os Raiders. Não vou derrubá-lo ainda mais porque a classe de inside linebackers é cada vez mais rara de aparecer como a deste ano. E Foster, quilo por quilo, é um dos melhores atletas desta classe de 2017 do Draft.

Indianapolis fez um trabalho excelente aos 45 minutos do segundo tempo via Free Agency com a contratação de Jonathan Hankins. Agora, com um ILB de elite, a defesa contra a corrida melhora bastante. Jogando na AFC South contra os Titans (que correm como se não houvesse amanhã) e contra os Texans (que devem correr bastante por não ter um quarterback de elite), faz sentido a escolha de Foster aqui. Se o extra-campo não atrapalhar, a escolha de Foster pode ser o steal da primeira rodada.

Também pode acontecer: Forrest Lamp, guard de Western Kentucky. Os Colts precisam de ajuda na linha ofensiva e proteger Andrew Luck é prioridade na vida. Após Ryan Kelly na primeira rodada do ano passado e com Jack Mewhort, os Colts teriam um interior jovem e com futuro para esta linha caso Lamp (o melhor guard do Draft) venha. 

16- Baltimore Ravens: WR Corey Davis, Western Michigan
Necessidades: WR, OT, OLB (3-4), DB

Desde que os Ravens foram campeões do Super Bowl XLVII, não há um corpo talentoso de recebedores para Joe Flacco. Steve Smith Sr. aposentou. Corey Davis é um talento interessante na execução das rotas e seria um alvo de valor para Flacco. Sim, eu sei que seria a segunda escolha de primeira rodada gasta num jogador da posição nos últimos três anos. A expectativa é que Breshad Perriman possa contribuir da maneira adequada. E que Mike Wallace renda também. Mas…

Mas os Ravens perderam muitas peças no corpo de recebedores nesses últimos anos. E Mike Wallace tem prazo de validade. Não sei nem se Davis dura até a #16. Se não durar, haveria outras três opções aqui para Baltimore.

Também pode acontecer: Após adicionar Ronnie Stanley na primeira rodada do Draft 2016, os Ravens podem querer buscar um RT para deixar os extremos da linha como algo sólido. Neste caso, faria sentido OT Cam Robinson, de Alabama. Ainda, o pass rush não é o mesmo de outrora e os Steelers – adversários diretos na briga pela divisão – têm uma das melhores linhas ofensivas da liga. Os Ravens podem buscar um pass rusher naqueles que sobrarem, como, por exemplo. E, por fim, pode ser que nem Corey Davis e nem Mike Williams estejam disponíveis. Neste caso, John Ross, o cometa do Combine, pode ser o recebedor escolhido aqui.

17- Washington: RB Dalvin Cook, Florida State
Necessidades: DL, CB, RB, WR

Ele tem alguns problemas no extra-campo. Bom, na verdade são vários. Mas com Cook – que, para alguns analistas, é o melhor running back da classe – caindo tanto, um time carente na posição pode não deixar ele passar. Não acredito que ele caia da primeira rodada, por exemplo.

O jogo terrestre é uma necessidade na capital americana. Rob Kelley liderou o time em jardas terrestres e sequer foi draftado. Chris Thompson liderou o time em snaps jogados, mas foi uma escolha de quinta rodada em 2013. Combinados, os corredores do time têm apenas 504 jardas recebidas. Ante esse panorama, escolher Cook seria uma adição acima da média (considerando que o extra-campo fique limpo). Dalvin pode ser o típico back que fica presente nas três descidas. Daí o porquê dele cair como uma luva em Washington.

Também pode acontecer: se estiver disponível, Christian McCaffrey faria sentido aqui – ainda mais ante a estatística de poucas jardas recebidas pelos backs de Washington no ano passado. Reuben Foster, ILB de Alabama, também pode aparecer como escolha, dado que o time precisa de um ILB que fique em campo nas três descidas.

18- Tennessee Titans: WR John Ross, Washington
Necessidades: DB, WR, Pass Rush (3-4)

Acho extremamente improvável que os Titans não escolham um wide receiver aqui. Só não irão escolher um recebedor caso nenhum de calibre ainda esteja disponível. Pode ser que ou Mike Williams ou Corey Davis tenham caído até aqui. Se não, ainda haveria John Ross.

Os Titans não foram atrás de Alshon Jeffery e não têm muitas respostas na posição. É, eu sei muito bem: Tennessee corre mais do que passa, muito mais. Mas pelo menos um alvo é necessário para Marcus Mariota, né? Ross poderia esticar o campo com sua absurda velocidade, eventualmente forçando defesas a tirar um safety do box – e, por tabela, ajudando a prioridade de Tennessee, as corridas.

Também pode acontecer: Além de Williams/Davis caso estejam disponíveis, eventualmente um pass rusher de 3-4 pode aparecer. Mas recebedor é uma carência latente demais em Nashville. Ao escolher Lattimore na primeira rodada e um recebedor na #18, Tennessee preenche as duas principais lacunas do time.

19- Tampa Bay Buccaneers: TE David Njoku, Miami (FL)
Necessidades: S, OT, DL, TE

Os Buccaneers precisam de playmakers para complementar Mike Evans. Precisam de peças para fazer com que Jameis Winston atinja seu potencial. Num mundo ideal, Christian McCaffrey ou O.J. Howard seriam essas pelas, certo? É, mas neste mundo a equipe de Tampa não tem nenhum dos dois disponíveis.

Assim sendo, opta pelo segundo melhor tight end da classe. Não há mais nenhum dos três melhores recebedores nesta simulação e nenhum dos três melhores running backsE embora haja um tom “derrogatório” em falar que David Njoku é o segundo melhor desta classe, não fosse a presença do ET que é Howard, ele seria o melhor. Mais: em outros anos, Njoku facilmente seria o melhor TE da classe. Após a chegada de DeSean Jackson, um mundo com este, Evans e Njoku seria excelente para Winston passar a bola. David tem a combinação excelente de atleticismo, tamanho, produtividade no College e um teto alto de talento.

Também pode acontecer: Por mais que linha ofensiva ainda seja uma carência em Tampa Bay, não julgo uma necessidade tão forte a ponto de gastar uma escolha de primeira rodada – coisa que Denver e Seattle, como você verá adiante, não podem se dar ao luxo. Adicionalmente, caso disponível. Tampa Bay pode escolher Corey Davis – este seria uma arma excelente para o jogo aéreo também. 

20- Denver Broncos: OT Ryan Ramczyk, Wisconsin
Necessidades: OT, DT, TE

Não é segredo para ninguém que os Broncos precisam de jogadores de linha ofensiva. A culpa não foi de Trevor Siemian. Ele não tinha tempo. Nas poucas partidas que teve – contra os Bengals, por exemplo – acabou por fazer um bom trabalho. E mesmo que você não ache que ele é a solução e queira apostar em Paxton Lynch, este de alguma forma precisará de proteção.

Numa classe não tão talentosa como outras na linha ofensiva, os Broncos podem se dar ao luxo de escolherem o primeiro prospecto da posição mesmo estando na #20. Claro: outros podem sair antes. Mas acredito que seja o caso. Denver endereçou a linha com Ronald Leary (guard) e Menelik Watson (RT) na free agency, mas a carência ainda existe. Ramczyk tem o tamanho adequado para left tackle e mais experiência do que Bolles, a segunda opção. A escolha faz sentido aqui, conforme o Jean escreveu em seu mock: “Ramczyk é extremamente cru, um grande projeto. Denver adora este tipo de jogador, poder lapidá-lo conforme o esquema e tentar arrancar todo o seu potencial.”.

Em seu melhor momento, Ramczyk consegue ser extremamente técnico. Em seu pior, ele vai acabar olhando para os pés e no chão, vendo o seu quarterback ser sackado. Na combinação esquema ofensivo e necessidade, Ramczyk é o encaixe ideal para este time. Além disso, Denver joga na divisão de Justin Houston, Joey Bosa e Khalil Mack. Toda ajuda é bem-vinda na linha.

Também pode acontecer: Pode ser que Denver escolha Garett Bolles, linha de Utah. O problema de Bolles, embora tenha como virtude seu atleticismo, é a idade. Já falo sobre isso. Ele sai do primeiro contrato de calouro com 30 anos. Adicionalmente, caso David Njoku esteja disponível, Denver pode querer endereçar a posição ao invés de trazer um linha cru. Faria sentido também.

21- Detroit Lions: DE/OLB Charles Harris, Missouri
Necessidades: CB, DE, LB, RB

Acho virtualmente impossível que a escolha de Detroit não seja um jogador defensivo. Estive, durante a “confecção” deste draft simulado, entre um defensive end e um cornerback. O desempate para mim foi o teto de Harris e a profundidade de talento na classe de secundária – algo que nesta altura da cobertura do Draft, você já deve estar cansado de ouvir.

Harris tem alguns pontos crus em seu jogo, mas a produtividade esteve ali. Foram 16 sacks em Missouri nos últimos dois anos. Considerando sua versatilidade – muitos apontam que ele pode jogar de DE no 4-3 ou de OLB no 3-4 – seria uma adição interessante para os Lions. Ainda, lembro que esse pass rush fraco teve apenas 26 sacks no ano passado. Ziggy Ansah existe, mas precisa de ajuda.

Também pode acontecer: Um cornerback. São muitos, escolha o seu sabor preferido abaixo. 

22- Miami Dolphins: G Forrest Lamp, Western Kentucky
Necessidades: G, DE/OLB, DB

Sinceramente, uma das poucas escolhas na qual apostaria meu dinheiro – só porque falei isso, ele não será o escolhido dos Dolphins. Vamos ao contexto; Ryan Tannehill vem de uma temporada na qual se machucou. Proteção a ele é bem-vinda.

O setor é carência? No papel, não seria. Mas Branden Albert saiu para que Laremy Tunsil, escolha de primeira rodada no ano passado, vá para left tackle. Assim, é necessário um guard e os Dolphins podem se dar ao luxo de escolherem o melhor do Draft.

Também pode acontecer: um cornerback (Gareon Conley, sobretudo, já falei bastante sobre ele) ou um linebacker podem fazer sentido aqui. No caso de um linebacker, faria sentido porque o setor não tem muitas peças além de Kiko Alonso (que se machuca demais).

23- New York Giants: ILB Haason Reddick, Temple
Necessidades: DL, LB, OL/RB, TE

Confesso que é uma das escolhas mais difíceis deste mock. Os Giants são um time coeso, mas ao mesmo tempo eles têm muitas necessidades. Várias peças fariam sentido aqui. Acho que New York irá casar necessidade (e, no papel, são algumas) com melhor jogador disponível.

board meio que funcionará por eliminação. Se Ryan Ramczyk não estiver disponível para ser um tackle de Eli Manning, se Derek Barnett ou Takkarist McKinley também não estiverem disponíveis, os Giants podem escolher o melhor dos que sobrar. Com a evolução que Reddick mostrou no processo de pré-Draft, pode ser ele.

Também faria sentido: qualquer um dos nomes que falei acima. 

24- Oakland Raiders: CB Gareon Conley, Ohio State
Necessidades: CB, S, RB

Os Raiders cederam um absurdo de 61 passes completos para mais de 20 jardas no ano passado. Pior marca da liga. Os Raiders cederam uma média de 6,0 jardas após a recepção. Segunda pior marca da liga. Você já sabe onde quero chegar: este time precisa endereçar a secundária.

O time já buscou um safety no ano passado com Karl Joseph, então a lógica é que busquem um cornerback aqui. Para mim, Conley é o melhor dos disponíveis. Porém, os Raiders podem honrar Al Davis e escolher o mais rápido dos disponíveis em Kevin King.

Também pode acontecer: Caso um inside linebacker esteja disponível e a “corrida para cornerbacks” tenha limado o board, os Raiders podem endereçar a posição, também uma carência. Seja com Haason Reddick ou com Reuben Foster – este, a essa altura do campeonato, seria um reach formidável. Outros nomes na posição de cornerback, além de King e Conley, podem fazer sentido aqui (como Tre’Davious White). Ainda, caso Marshawn Lynch não venha e haja um bom talento no trio de ferro de RBs (Fournette/Cook/McCaffrey), um deles também pode fazer sentido aqui.

25- Houston Texans: OT Cam Robinson, Alabama
Necessidades: QB, WR, CB, DT

Uh, esta é difícil. E aí, os Texans vão dar reach em Patrick Mahomes II ou DeShone Kizer? Dois cenários aqui e não existe “cenário errado” na perspectiva de mock. Não acredito em Watson ou Trubisky ainda disponíveis, então os Texans podem julgar melhor ir com Tom Savage e doses cavalares de corridas com Lamar Miller. Neste caso caso, precisarão de bloqueadores.

Vou dar um voto para esta hipótese e colocar quarterback como opção secundária. Derek Newton, o right tackle, se foi na intertemporada. Assim, coloco “o tackle que sobrar” como opção plausível aqui. Se Ryan Ramczyk estiver disponível, seria ele. Como não está, vamos de Cam Robinson, que vem com o bônus de ser um bom bloqueador para o jogo terrestre. Ademais, este é versátil e poderia jogar de guard.

Também pode acontecer: Quarterback, obviamente. Os Texans se livraram do Cosplay de Poste, mandando Brock Osweiler para Cleveland e pagando uma escolha de segunda rodada no Draft do ano que vem para que os Browns absorvessem o absurdo salário acertado com Osweiler. Assim, os Texans podem escalar a primeira rodada para pegar um QB ou rezarem para que Watson/Trubisky caiam até eles. Por que não Kizer/Mahomes? Porque os Texans precisam de um QB para ganhar AGORA. E Kizer/Mahomes são diamantes brutos, sem qualquer condição de titularidade em 2017.

26- Seattle Seahawks: OT Garett Bolles, Utah
Necessidades: OL/OT, DT, CB

Seattle precisa endereçar a linha ofensiva. A gente viu o desastre que foi ao longo do ano passado. No todo, o time não tinha nem 10 milhões de dólares investidos em CINCO JOGADORES DE LINHA. Por mais móvel que seja, Russell Wilson não consegue viver assim. Bolles é o melhor dos offensive tackles ainda disponíveis aqui.

Também faria (BASTANTE) sentido: Fiquei absurdamente tentado em colocar Kevin King, cornerback de Washington, como possibilidade aqui. Ante essa zona que virou o relacionamento de Richard Sherman com a comissão técnica do time – e também considerando que logo menos ele está “no lado errado” dos 30 anos, a posição escolhida aqui pode ser cornerback. Seja King ou qualquer outro, como Marlon Humphrey.

27- Kansas City Chiefs: QB DeShone Kizer, Notre Dame
Necessidades: DL, OLB, ILB, WR, QB (?)

Como outrora escrevi, o Kansas City Chiefs vai tão longe quanto onde Alex Smith tem capacidade de leva-los. Ou seja, não muito longe. Andy Reid deve olhar para Kizer e brilhar os olhos. E ver Donovan McNabb – ou a capacidade de tanto, o cara que levou Reid ao Super Bowl XXXIX quando ele era treinador dos Eagles.

Kizer é um diamante cru com um teto de talento fora de série. É o maior teto de talento desta classe de quarterbacks, aliás. Como não está remotamente pronto – em termos de leitura, mecânica de passe e conexos – se beneficiaria bastante de uma boa mente ofensiva – Reid – e banco por um ou dos anos. Assim, ele pode ser alvo de Giants e Steelers. Bem como dos Chiefs, onde esquentaria banco para Alex Smith por um par de anos.

Ah, Curti, mas o Smith é o líder do time e blabla. Viu… Ano passado os Chiefs tentaram dar trade up para pegar o Paxton Lynch, viu? Alex não é tão garantido em Kansas City como você pensa.

Também pode acontecer: wide receiver é uma necessidade? Sim, mas nenhum ainda disponível que valha uma escolha de primeira rodada dos Chiefs. Caso não queiram Kizer, podem dar trade down. Ainda, existe uma sólida possibilidade de Dalvin Cook despencando na primeira rodada por conta de seu histórico extra-campo. Sua versatilidade seria bem vinda para os Chiefs, que acabaram de não renovar com Jamaal Charles.

28- Dallas Cowboys: CB Kevin King, Washington
Necessidades: DB, DL, TE

São duas necessidades aqui: linha defensiva e secundária. Coloquei tight end de bônus porque o fantástico Jason Witten se aproxima do final de sua carreira. Como nem David Njoku e nem OJ Howard devem estar disponíveis, foquemos nas outras duas.

Os Cowboys perderam peças importantes na secundária e já há algum tempo não contam com nomes estelares na linha defensiva. Dada a carência de Dallas na posição, seria bem vindo. um jogador de secundária, claro. Kevin King, Tre’Davious White e Marlon Humphrey ainda estariam disponíveis nesta simulação. Mas a classe é talentosa até mesmo na segunda rodada – onde eu não sei se Dallas encontraria um prospecto como Charlton, que ajude a pressionar o QB e a parar a corrida. De toda forma, dada a quantidade de perdas que os Cowboys sofreram na secundária – na free agency – vou colocar o aqui no melhor cornerback disponível para mim. No caso, King.

Também pode acontecer: Um defensive end adequado para o 4-3 faria sentido aqui e este cara, dos disponíveis, seria Taco Charlton. Charlton teve uma produtividade acima da média contra adversários fortes de Michigan. Lembro-me nitidamente de como ele jogou bem contra Ohio State, na última partida da temporada regular. Ainda, Taco (adoro esse nome ahaha) é sólido contra a corrida E pressionando o QB. Ainda, muitos analistas colocam Jabrill Peppers, também de Michigan, como possibilidade aqui. Conhecendo Jerry Jones, faria sentido e seria um “splash” no Draft.

29- Green Bay Packers: OLB T.J. Watt, Wisconsin
Necessidades: CB, LB, RB, G

Secundária, secundária, secundária. Eu sei que você queria ver um jogador do setor aqui. Mas ao mesmo tempo também sinto que carência de pass rush é presente em Green Bay. Considerando a profundidade de talento da classe – os Packers poderiam escolhe rum cornerback na segunda e na terceira rodada – faz sentido endereçarem o pass rush aqui.

O nome é familiar porque é para ser assim mesmo. T.J Watt é irmão de J.J. Watt – ambos jogaram em Wisconsin. Embora T.J não seja um monstro físico como o irmão, teve alta produtividade nos Badgers. Essa foi a lógica que usei: endereçar pass rush agora porque o pool de talento é menor no setor em relação a jogadores de secundária.

Também pode acontecer: qualquer jogador de secundária – ou outro pass rusher, caso ainda disponível. Charles Harris, por exemplo. Ainda, pode ser que Dalvin Cook esteja em queda livre – e bem sabemos que os Packers precisam de ajuda no jogo corrido. Mesmo Joe Mixon pode aparecer aqui.

30- Pittsburgh Steelers: EDGE (OLB de 3-4) Tyus Bowser, Houston
Necessidades: S, CB (slot), DT, RB, EDGE

Uh, difícil aqui. Bem difícil. EDGE rusher é uma baita necessidade para os Steelers, mas não sei quantos de talento estariam disponíveis para que o time gaste uma escolha de primeira rodada. A posição de nickelback (o cornerback que marca o slot) é outra carência grande.

Tyus Bowser (o qual merece muito respeito por ter o sobrenome do vilão do Mario, quem não queria um pass rusher com esse nome?). Com apenas oito jogos no ano passado, Bowser teve alta produtividade: 8,5 sacks. Média de mais de um por jogo. Seria reach? Depende. Considerando que não haja muitos jogadores de EDGE ainda no board, não. E ele cai como uma luva no esquema defensivo de Pittsburgh. James Harrison (parece, mas) não vai durar para sempre.

Também pode acontecer: Tre’Davious White é o melhor cornerback deste Draft PARA O SLOT. Pittsburgh pode querer endereçar a posição mesmo que já tenha feito isso em Drafts recentes – o time cedey 244 passes completos no meio do campo, a posição é muito carente. Ou então os Steelers podem querer um sucessor de Ben Roethlisberger. DeShone Kizer, se ainda disponível, seria esse cara. 

31- Atlanta Falcons: DE Taco Charlton, Michigan
Necessidades: DE, OLB, DT, LB/S, G

Como visto no Super Bowl LI, o Atlanta Falcons tentou manufaturar pass rush por meio de stunts e conexos por não ter tanto talento na pressão ao quarterback fora Vic Beasley. Resultado? A defesa inteira cansou e Tom Brady sentou a lenha no segundo tempo. Beasley, que liderou a NFL em sacks no ano passado (15,5), precisa de ajuda.

Taco Charlton seria essa ajuda. Considerando que ele não seja escolhido por Dallas, pode sobrar aqui. E talvez ele sobre mesmo, dado que não foi bem no Combine. Charlton é um prospecto sólido contra as corridas e também pressionando o QB. Teve ótimas partidas no ano passado em momentos que importaram – como contra Ohio State.

Também pode acontecer: Um destes dois safeties, Budda Baker ou Jabrill Peppers. Dan Quinn tem uma tara por jogadores versáteis e pode ser o caso com Peppers – os exemplos de Deion Jones e Keanu Neal no ano passado ilustram isso. Peppers ainda precisa de MUITO trabalho na cobertura do passe, mas quem sabe Quinn seja o cara para isso. 

32- New Orleans Saints: CB Marlon Humphrey, Alabama 
Necessidades: DB, DE, DT, RB

Alto e fluido na cobertura, Humphrey, se cair até a escolha dos Saints, pode ser uma boa pedida. O time quer usar uma defesa semelhante àquela empregada pelos Seahawks. Neste caso, um cornerback neste estilo seria interessante. Sinceramente não acho que os Saints vão conseguir arrancar Malcolm Butler dos Patriots. Não conseguindo, precisam de alguma peça no setor.

Também pode acontecer:Este é o último ano no contrato de Drew Brees e ele tem 38 anos. Sean Payton pode estar na vontade de descobrir um sucessor. Patrick Mahomes II é um diamante cru com capacidade de empilhar 5000 jardas neste sistema ofensivo dos Saints. 

Observação: Minnesota Vikings, New England Patriots e Los Angeles Rams, por conta das trocas por Sam Bradford, Brandin Cooks e pela primeira escolha geral do Draft 2016 – respectivamente – não têm escolhas neste ano na primeira rodada. Suas escolhas estão como “via blabla” para os times que foram (Eagles, Saints e Titans, respectivamente). 

Obrigado por ler até o final! A gente se vê na quinta-feira, às 21h. A primeira rodada do Draft 2017 tem transmissão da ESPN + aqui no Brasil. Comentários? Feedback? Siga-me no twitter em @CurtiAntony ou no facebook – e ainda, nosso site em @profootballbr e curta-nos no Facebook.


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