HAWGS ILLUSTRATED JASON IVESTER 09-12-15 Arkansas vs Toledo football

Hunter Henry é o melhor tight end de uma das piores classes da história na posição

Quando esse artigo foi idealizado, ele deveria ser uma análise dos cinco melhores prospectos do Draft de 2016 na posição de tight end. Entretanto, logo no começo de nossa pesquisa ficou evidente que isso seria absurdamente inviável, dada a falta de talento na posição neste ano – a exemplo de 2015, aliás. Dessa forma, resolvemos reduzir a análise para os três melhores. Não foi o suficiente. Encerramos nossa pesquisa com a certeza de que essa é a pior classe de tigth ends dos últimos anos e que o único jogador digno de uma análise mais profunda é Hunter Henry, de Arkansas. É quase certo que Henry será o primeiro jogador de sua posição selecionado nesse Draft, mas quão bom ele realmente é? Para responder essa pergunta, vamos comparar Henry com o primeiro tight end selecionado em cada um dos últimos quatro Drafts: Maxx Williams, Eric Ebron, Tyler Eifert e Coby Fleener.

Como tem sido de praxe em nossas análises de jogadores ofensivos, vamos começar explicando alguns conceitos que serão utilizados no texto. O primeiro deles é o conceito de percentil. Percentis são medidas que dividem a amostra ordenada (por ordem crescente dos dados) em 100 partes, cada uma com uma percentagem de dados aproximadamente igual. Por exemplo, quando eu digo que o resultado do tiro de 40 jardas de Amari Cooper o coloca no 88° percentil de velocidade entre wide receivers da NFL, isso quer dizer que 88% desses jogadores tiveram uma performance no tiro de 40 jardas igual ou mais lenta que a de Cooper, enquanto 12% deles foram iguais ou mais rápidos. Dessa forma, quanto maior o percentil (que varia de 0 a 100) atingido por um jogador em nossa análise, mais perto ele se encontra dos melhores nesse determinado quesito.

Ficando isso claro, estas serão nossas categorias de análise:

Índice de dominância: Se refere ao protagonismo de um tight end sobre seus companheiros de time e é dada pela porcentagem das jardas e touchdowns aéreos de seu time que foram conquistadas por ele.

Idade de surgimento: Idade na qual um jogador pela primeira vez atingiu um índice de dominância superior a 20%.

Índice de velocidade: Medida de velocidade de um atleta, consistindo no resultado do tiro de 40 jardas do Combine ajustado de acordo com o tamanho do jogador.

Índice de agilidade: Medida da capacidade de um atleta em mudar de direção rapidamente e fintar adversários. Obtida a partir dos resultados do exercício de três cones e do suicídio de 20 jardas do Combine.

Índice de explosão: Mede a aceleração e a impulsão de um jogador. Obtido a partir dos resultados do salto vertical e salto em distância.

Raio de recepção: Mede a área tridimensional em volta de um jogador na qual o mesmo consegue fazer uma recepção imediatamente. Leva em conta aspectos como agilidade, explosão e altura.

Todos estes dados foram retirados do site www.playerprofiler.com e os termos foram livremente traduzidos para o português por nossa equipe.

Passemos, então, à análise.

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Produtividade

Com boa técnica e rotas refinadas, Henry não tem dificuldade em criar separação de linebackers em jogadas de curta distância. Muito seguro em suas recepções, Henry registrou apenas dois drops nas últimas duas temporadas, sendo que nenhum deles veio em 2015. Essas características fizeram com que ele fosse o ponto focal no jogo aéreo de Arkansas, culminando em um índice de dominância de 20,1% (65º percentil). É um número muito bom para um tight end, mas que não se sobressai quando comparado com os outros jogadores da posição a serem escolhidos primeiro em seus Drafts. Dentre todos os jogadores envolvidos nessa análise, apenas Eric Ebron apresentou um índice de dominância menor que o de Henry, com 18,8% (57º percentil). Fleener aparece na terceira posição com 22,4% (71º percentil) e Eifert fica em segundo com 26,9% (83º percentil). No topo da lista se encontra Maxx Williams, com seu impressionante índice de dominância de 48,8% (99º percentil).

Henry também fica em penúltimo lugar em jardas por recepção, com 14,5. Atrás dele temos Tyler Eifert com 13,7. O topo desse ranking é formado por Eric Ebron (15,7), Maxx Williams (15,8) e Coby Fleener (19,6). Nesse sentido, vale lembrar que Henry era bastante utilizado por Arkansas na red zone – o que explica um pouco esse número ser menor.

Capacidade atlética

Talvez a causa de seu baixo número de jardas por recepção também possa se dever ao fato de Hunter Henry possuir um perfil atlético bem inferior ao de seus colegas de posição.

No índice de velocidade, ele novamente se encontra na penúltima posição, com uma pontuação de 101,5 (64º percentil). Fleener mais uma vez se encontra na primeira posição, com 116,6 (93º percentil). Ebron (84º percentil) e Eifert (78º percentil) vêm depois. A última posição é de Maxx Williams (40º percentil).

Outro ponto de preocupação no jogo de Henry é sua dificuldade em vencer defensores em bolas altas. O motivo disso é uma baixa impulsão, refletida em seu índice de explosão. Hunter Henry fica muito atrás dos outros jogadores nesse quesito, com apenas 111,6 (23º percentil). Como base de comparação, o penúltimo jogador nessa categoria é Eric Ebron, com 116 (42° percentil). O primeiro colocado é novamente de Coby Fleener, com 122,8 (75º percentil).

Sua melhor colocação em um ranking de capacidade atlética vem no índice de agilidade. Com uma marca de 11,57 (49º percentil), Henry ocupa a terceira colocação nesse quesito, atrás apenas de Fleener (79º percentil) e Eifert (85º percentil). Ainda é uma marca insatisfatória para um jogador considerado o melhor de sua classe, mas ajuda a explicar o modo como Henry consegue separação dos defensores em rotas curtas e a maneira pela qual conquista suas jardas após a recepção, usando mais fintas do que velocidade pura.

Esses números decepcionantes se refletem em seu raio de recepção. Novamente em penúltimo da lista, Henry encontra-se no 36º percentil dessa categoria, à frente apenas de Eric Ebron. A melhor colocação pertence a – adivinhe – Coby Fleener.

Conclusão

Basicamente, os números oferecem uma imagem não muito favorável de Henry, como um tight end de tamanho ideal (1,95m e 113 kg), utilizado consistentemente por sua equipe, mas não muito eficiente e dotado de um atleticismo nada empolgante.

Somem-se a isso habilidades medianas de bloqueio e estamos diante de um jogador que, ao que tudo indica, poderá ter uma boa carreira na NFL, mas nunca estará entre os melhores de sua posição. Projetado por muitos como uma escolha do início da segunda rodada, Hunter Henry definitivamente não possui o potencial de outros jogadores disponíveis nesse ponto do Draft. Entretanto, a ausência de qualquer outro tight end com talento após Henry pode fazer com que um time desesperado por ajuda na posição acabe escolhendo-o antes do que deveria.

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