Necessidades no Draft: NFC East

A NFC East é conhecida pela tradição e pelo equilíbrio. São 12 Super Bowls distribuídos entre três das quatro franquias (apenas o Philadelphia Eagles não conseguiu o troféu Lombardi) e mercados extremamente grandes – principalmente Nova Iorque e Dallas. Já o equilíbrio é notável no número de títulos dentro da divisão. Os Eagles foram os últimos a serem campeões dois anos ou mais seguidos (2002, 2003 e 2004). Nos últimos cinco anos, todas as quatro franquias levaram o título. Aliás, vale ressaltar que desde 2005 os Giants ganharam três vezes, assim como os Eagles e os Cowboys – apenas Washington ganhou duas vezes.

Como já deu para notar, quando existe um time em alta, todos os outros também estão. E quando tem algum mal, todos os outros também estão. Em 2015 parecia que ninguém queria ser campeão da divisão e o título ficou indefinido até Washington bater um Philadelphia Eagles cambaleante e levar o título – mais tarde foram eliminados pelo Green Bay Packers no Wild Card. Claramente a divisão é a mais fraca da NFC, no momento, e todas as equipes passaram por crises desde a intertemporada passada.

Só que a NFL é cheia de altos e baixos e não é tão simples projetar que a divisão será um fracasso novamente. Washington acertou a posição de quarterback e fez um trabalho sensacional no Draft de 2015 (dando esperança que pode repetir o feito neste ano); Dallas deve ter talentos para reforçar um elenco que tem buracos, mas conta com um ataque muito bom e com o retorno de Tony Romo; Nova Iorque gastou muito na intertemporada para tentar arrumar sua péssima defesa, a fim de tentar aproveitar e ganhar um título nos últimos anos de Eli Manning; Philadelphia teve uma pequena reformulação na intertemporada, porém tem muito talento defensivo e pode ter uma boa unidade sob a tutela de Jim Schwartz.

Acompanhe mais da nossa cobertura do Draft de 2016.

Com um Draft forte, qualquer uma dessas franquias pode se reforçar de tal maneira a aumentar o nível da divisão. Todas possuem necessidades pontuais, é bem verdade, porém a tática que deveria ser adotada é: escolher o melhor jogador disponível. Nenhuma tem um elenco tão reforçado que pode se dar ao luxo de passar talentos em busca de necessidades.

Dallas Cowboys

Necessidades: Linha defensiva, secundária em geral, running back

Os Cowboys têm chances de se tornar mais um exemplo de quem é lanterna no ano anterior e vira campeão da divisão. A equipe só não foi competitiva ano passado devido à clavícula de Tony Romo, mas engana-se quem pensa que o quarterback pode não ter mais problemas. Nos últimos seis anos, ele só teve duas temporadas com 16 jogos em campo. Associado ao problema crônico nas costas veio o problema na clavícula, que rendeu um pouco de dor de cabeça nesta intertemporada. Estes problemas devem ser ainda mais preocupantes com a idade e Romo entrará na temporada com 36 anos. Dallas precisa ter um reserva mais qualificado, visto que sua temporada foi totalmente por água abaixo quando o signal caller se lesionou. Quarterback não é uma necessidade primária, conquanto seria mais do que prudente achar um calouro para aprender com Tony Romo e melhorar o banco da posição.

Com relação às necessidades, Dallas está esperando que o San Diego Chargers deixe passar Jalen Ramsey. Seria a melhor situação possível para a franquia: iria encaixar a necessidade com o talento. São muitos investimentos e poucos retornos na posição de cornerback e Ramsey poderia ser aquele shutdown cornerback que tanto se procurava. Caso Ramsey não esteja disponível, a melhor opção seria escolher Myles Jack. Ele não cobre uma necessidade, é bem verdade, porém é o tipo de talento que não se pode deixar passar.

Para as rodadas seguintes, a expectativa é que a equipe reforce o seu pass rusher ainda mais. Randy Gregory ainda não se firmou e foi suspenso de volta (o que ligou o sinal de alerta) e Demarcus Lawrence não fará tudo sozinho. No miolo da linha Cedric Thornton só deve representar uma melhora no combate ao jogo terrestre e é preciso gerar pressão com defensive tackles mais agressivos. Além do mais, falta bons reservas tanto na posição de defensive end quanto de defensive tackle. A franquia, certamente, precisa de mais qualidade em sua linha.

A posição de running back parece bem estabelecida, porém isso pode mudar drasticamente ao longo do ano. Após sair do esquema de Mike Shanahan, Alfred Morris nunca mais foi dominante e é uma incógnita total. Já Darren McFadden teve uma boa temporada de estreia na equipe, porém se machuca muito e é uma eterna dúvida se entrará em campo ou não. Seria muito bom encontrar alguém no meio do Draft para dividir os snaps e tornar-se uma sombra para as duas incógnitas.

New York Giants

Necessidades: running back, linha ofensiva e linebacker

Qual era a principal característica dos Giants vencedores dos Super Bowls XLII e XLVI? Uma linha defensiva dominante. E o domínio não era apenas devido aos seus titulares, mas também a rotação da linha. Um pass rusher infernal que acabou com Tom Brady e ajudou a Eli Manning ganhar os seus dois anéis. Apesar dos reforços nesta intertemporada, ainda falta dar um passo a frente para tornar a unidade de elite, principalmente no que se refere a reforçar a rotação da linha. Em uma classe tão profunda na posição, não me surpreenderia se os Giants escolhesse alguns jogadores da posição até mesmo na primeira rodada.

Como necessidade, a linha ofensiva e a posição de running back continuam assombrando ano após ano. Falta um right guard mais confiável e Marshall Newhouse é um right tackle mediano, nada mais – além do mais é preciso profundidade na posição, mais talentos para serem desenvolvidos. E sem reforçar o lado direito da linha não adianta muito ir procurar mais um running back para queimar. É preciso adicionar alguém que ameace a dupla Rashad Jennings e Andre Williams – Shane Veeren deve ser utilizado, principalmente, em jogadas de passe.

Por fim, a franquia precisa reforçar o seu corpo de linebackers. Esta é uma necessidade imediata e que precisa ser cobrida ao longo do Draft. São muitos nomes e poucas certezas, principalmente na posição de middle linebacker – Keenan Robinson, Jonathan Casillas e Jasper Brinkley não são a solução. A melhor tática, neste Draft, seria continuar reforçando a defesa que foi pedestre ano passado, entretanto não dá para esquecer da linha ofensiva.

Philadelphia Eagles

Necessidades: linha ofensiva, cornerback e quarterback

Toda intertemporada os Eagles são ativos na Free Agency e chegam no Draft com poucos buracos. Todo final de ano chega-se a conclusão que a maioria das contratações foram falhas e novos buracos se abrem – além daqueles que foram mal tapados. Philadelphia precisa começar a acreditar ainda mais no processo do Draft e em desenvolver talentos das rodadas mais do final antes de querer pensar em ser uma ameaça na conferência nacional.

A contratação de Brandon Brooks aliviou um pouco a situação horrível da linha ofensiva, mas é preciso mais. Allen Barbre, Matt Tobin e qualquer outro jogador do banco não possuem condições de assumir a titularidade da posição de left guard. Além disso, Jason Peters está em claro declínio e é preciso achar um right tackle para desenvolver – já que Lane Johnson deve virar left tackle no futuro.

Na primeira rodada, caso não façam nenhuma troca, os Eagles devem escolher algum jogador deste grupo: Vernon Hargreaves III (cornerback), Ezekiel Elliot (running back), Ronnie Stanley (linha ofensiva) e Paxton Lynch (quarterback). Todos eles suprem necessidades claras, porém é preciso tomar cuidado e não perder valor olhando só para as posições carentes. Philadelphia ainda não tem um cornerback #1 e precisa urgentemente achar um signal caller para desenvolver para o futuro. Além disso, a equipe está voltando para o 4-3 e precisa achar mais profundidade na rotação da linha defensiva – principalmente na posição de defensive tackle. Vai faltar escolhas para a franquia e, claramente, Philadelphia é a equipe mais longe de ganhar a divisão – vai precisar de mágica para mudar este cenário.

Washington

Necessidades: inside linebacker, secundária em geral e defensive end

A melhor contratação de Washington no ano passado foi: Scot McCloughan. O general manager, com background de olheiro, é apontado como um dos grandes responsáveis por montar boas equipes do San Francisco 49ers e do Seattle Seahawks através do Draft. McCloughan manteve a fama e fez um trabalho excepcional no primeiro Draft em Washington, obtendo contribuições importantes de seus calouros. Brandon Scherff, Preston Smith, Jamison Crowder e Kyshoen Jarrett contribuíram (em graus diferentes) diretamente para a surpreendente campanha que culminou no título da divisão.

Para 2016 a ordem deve ser escolher o melhor jogador disponível sempre. A equipe tem todas as posições preenchidas com jogadores pelo menos medianos, o que é uma boa notícia para quem conta com um bom general manager. A secundária ainda levanta suspeitas, principalmente por não ter ninguém a vista para substituir o eterno DeAngelo Hall. Além disso, é preciso achar competição para Jarrett na posição de safety – ele precisa mostrar um pouco mais ainda para ser titular. A posição de cornerback tem um lado bem estabelecido com Bashaud Breeland, porém seria desejável achar um substituto para Chris Culliver.

Com a aposentadoria de Jason Hatcher (que não jogou muita coisa em 2015) abriu-se mais espaço na rotação da linha defensiva que deve ser cobrido por algum calouro de rodadas intermediárias. Em uma divisão com boas linhas ofensivas (e a de Dallas que é bem acima da média), é preciso ter talento na linha de frente. Além disso, vale ressaltar que o corpo de inside linebackers ainda não inspira tanta confiança, principalmente em saber que Mason Foster pode acabar tornando-se titular. É preciso achar um calouro que solidifique o meio da defesa e entre na competição da posição.

Washington está em uma posição bem confortável e, com as escolhas certas, tem tudo para ser o favorito da divisão em Julho. Sim, é preciso que Kirk Cousins mantenha o nível absurdo que terminou a última temporada, porém a esperança é que ele evolua ainda mais com esta intertemporada mais tranquila e sem a sombra de Robert Griffin III. De todos os times da NFC East, Washington tem a capacidade de se sair melhor no Draft de 2016 principalmente pela presença de McCloughan na war room. Resta esperar e saber se isso vai se concretizar.

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