Os 5 melhores running backs do Draft 2016

Assim como no artigo sobre os cinco melhores wide receivers do Draft, gostaria de explicitar alguns conceitos que serão utilizados no texto a seguir. O primeiro deles é o conceito de percentil. Segundo a Wikipédia, percentis são medidas que dividem a amostra ordenada (por ordem crescente dos dados) em 100 partes, cada uma com uma percentagem de dados aproximadamente igual. Por exemplo, quando eu digo que o resultado do tiro de 40 jardas de Amari Cooper o coloca no 88° percentil de velocidade entre wide receivers da NFL, isso quer dizer que 88% desses jogadores tiveram uma performance no tiro de 40 jardas igual ou mais lenta que a de Cooper, enquanto 12% deles foram iguais ou mais rápidos. Dessa forma, quanto maior o percentil (que varia de 0 a 100) atingido por um jogador em nossa análise, mais perto ele se encontra dos melhores nesse determinado quesito.

Ficando isso claro, estas serão nossas categorias de análise, ideais para skill positions:

Índice de dominância: Se refere ao protagonismo de um running back em seu time e é dado pela porcentagem das jardas e touchdowns de seu time que foram conquistados por ele.

Idade de surgimento: Idade na qual um jogador pela primeira vez atingiu um índice de dominância superior a 20%.

Índice de velocidade: Medida de velocidade de um atleta, consistindo no resultado do tiro de 40 jardas do Combine ajustado de acordo com o tamanho do jogador.

Índice de agilidade: Medida da capacidade de um atleta em mudar de direção rapidamente e fintar adversários. Obtida a partir dos resultados do exercício de três cone e do teste de “suicídio” de 20 jardas do Combine.

Índice de explosão: Mede a aceleração e a impulsão de um jogador. Obtido a partir dos resultados do salto vertical e salto em distância.

Todos estes dados foram retirados do site www.playerprofiler.com e os tais termos foram livremente traduzidos para o português por nossa equipe.

Mas chega de introduções! Quem são os melhores running backs dessa classe?

Confira mais da nossa cobertura do Draft de 2016.

5 – Kenneth Dixon – Louisiana Tech

Com um impressionante índice de dominância (90º percentil), Dixon foi o principal jogador ofensivo de Louisiana Tech enquanto não esteve machucado. Com duas temporadas seguidas com mais de 1000 jardas e 15 touchdowns corridos, Dixon dominou os adversários da Conference USA, mas encontrou um pouco mais de dificuldade contra oponentes de conferências mais fortes. Isso pode ser explicado pela ineficiência de sua linha ofensiva, que foi massacrada quando precisou lidar com defesas superiores. Com um estilo de jogo marcado por sua ótima aceleração – índice de explosão de 124,3 (77º percentil) – Dixon consegue mudar de direção com incrível velocidade, e rapidamente re-acelerar.

Dixon apresenta uma forte tendência a procurar espaços no exterior da linha ofensiva e não se destaca tanto em corridas pelo meio, mas é capaz de ganhar muitas jardas com elas se tiver os bloqueios necessários, graças à sua aceleração. Seu ponto mais forte, entretanto, é sua habilidade como recebedor. Dixon foi responsável por 13,2% da produção no jogo aéreo de Louisiana Tech. Alinhando com frequência no slot, Dixon teve 13 recepções para touchdown nos últimos dois anos.

Além de seu excepcional índice de dominância, sua idade de surgimento de apenas 18,6 anos (96º) é uma das melhores dessa classe. E é isso que se espera de um prospecto de nível profissional vindo de uma conferência não tão renomada: que domine seus adversários desde cedo. O resto do perfil de Dixon, entretanto, é mediano, com percentis sempre próximos ao 50º. E isso é uma indicação de que seu “teto” na NFL possa ser limitado, ainda que apresente um “chão” bem seguro.

Melhor encaixe – Chicago Bears

Jogador comparável – Fred Jackson

4 – Devontae Booker – Utah

Infelizmente, é impossível fazer uma análise completa de Devontae Booker na ótica a que esse artigo se propõe, porque uma lesão no joelho sofrida no final da temporada de 2015 o impediu de participar dos exercícios de corrida e salto no Combine e no Pro Day de Utah. Existiu até uma certa dúvida a respeito de colocarmos ele nessa lista. Entretanto, o bom senso prevaleceu, e percebemos que seria um grande erro deixar de fora dessa lista um dos mais completos running backs deste Draft.

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Dos números que temos, sua idade de surgimento é o mais preocupante. Booker só foi se destacar aos 22 anos (9º percentil). Isso costuma ser um mau sinal no perfil de um jogador, mas no caso de Booker pode ser explicado. Uma série de problemas acadêmicos e organizacionais fez com que o jogador só pudesse estrear por Utah em seu penúltimo ano de universidade. Em sua quinta partida como jogador dos Utes ele assumiu a titularidade e se tornou um verdadeiro workhorse, atingindo um índice de dominância de 40,1% (86º percentil). A outra estatística decepcionante de Booker é seu número de jardas por corrida, conseguindo apenas 4,7 (12º percentil) nesse quesito. Isso é muito pouco para um running back universitário, mas também possui uma explicação. A linha ofensiva de Utah é extremamente ineficiente no jogo corrido, permitindo que Booker conquistasse apenas 1,64 jardas antes do primeiro contato, uma das piores marcas das equipes de elite do futebol americano universitário.

Dotado de excelente equilíbrio e visão de jogo, Booker demonstra paciência e agressividade, buscando o contato com defensores e quebrando tackles em corridas pelo interior da linha ofensiva. Não tendo a velocidade como uma de suas principais qualidades, Booker confia em sua excelente visão de jogo e agilidade para conquistar jardas pelo meio, ao invés de buscar as laterais do campo, invariavelmente caindo para a frente e conquistando jardas extras quando os defensores conseguem derrubá-lo.

Com 80 recepções em apenas dois anos e mãos seguras, Booker é também uma arma em jogadas de passe, demonstrando boa capacidade para criar jardas após a recepção. Foi responsável por 15,5% da produção do seu time em jogadas de passe, a maior porcentagem dessa classe. Pouco usado em rotas intermediárias, sua especialidade são os screens e os passes rápidos nas laterais do campo. Booker também é capaz de identificar a blitz e bloquear efetivamente, garantindo sua permanência em campo em todas as descidas.

Em resumo, Booker é jogador pronto para se tornar um titular na NFL e contribuir desde o começo de sua carreira, ainda que não possua a velocidade para conseguir corridas longas com consistência. Seu estilo agressivo com certeza agradará treinadores no nível profissional e a grande dúvida a seu respeito é se sua explosão será a mesma após o rompimento de menisco sofrido na temporada passada.

Melhor encaixe: Oakland Raiders

Jogador comparável: Arian Foster

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3 – C. J. Prosise – Notre Dame

O prospecto mais cru dessa classe, Prosise (foto acima) foi recrutado por Notre Dame como safety, posição que jogou no Ensino Médio. Entretanto, em suas duas primeiras temporadas pelos Fighting Irish, Prosise atuou como wide receiver e nos times especiais, somente sendo convertido em running back em 2015. E ele se saiu muito bem em sua nova posição. Com uma média de 6,6 jardas por carregada (90º percentil), Prosise atropelou as equipes adversárias, até que uma concussão e uma lesão no tornozelo o forçaram a encerrar prematuramente sua temporada. Com um ótimo índice de velocidade (87º percentil), C. J.  é um especialista em jogadas longas e, uma vez que tenha passado do primeiro nível de defensores, ele é praticamente inalcançável.

E com um ótimo porte físico (1,83 m e 100 kg), Prosise também é eficiente em corridas pelo interior da linha ofensiva. Nessas situações, ele demonstra bom equilíbrio e agressividade, lutando até o fim por jardas extras. Para complementar sua habilidade no jogo corrido, seu tempo como wide receiver lhe tornou um excelente recebedor, sendo responsável por 11,3% da produção de Notre Dame em passes na temporada passada. Com seu bom repertório de rotas, Prosise pode ser alinhado em qualquer parte do campo e, caso tenha sorte de ser treinado por alguém criativo, não terá problemas em explorar os pontos fracos das defesas adversárias.

O grande motivo de preocupação no perfil de Prosise é seu baixo índice de dominância, de apenas 26,2% (46º percentil). Mas se levarmos em conta que 2015 foi a primeira vez em toda sua vida em que ele atuou como running back, pode-se dizer até que este número é acima do esperado. Com certeza ele ainda tem muito o que aprender sobre as nuances da posição, principalmente na tão valorizada habilidade de bloqueio. Entretanto, suas qualidades superam em muito seus defeitos. Prosise tem o potencial para se tornar um dos mais versáteis jogadores da posição na NFL.

Melhor encaixe: Indianapolis Colts

Jogador comparável: Matt Forte

2 – Derrick Henry – Alabama

Escolher running backs de Alabama no Draft tem se mostrado algo arriscado nos últimos anos – vide Trent Richardson e o recente declínio de produtividade de Eddie Lacy. Henry (foto ilustrando o post, à direita), entretanto, está pronto para quebrar essa escrita. Com 1,91 m e 112 kg, ele definitivamente não tem um problema de peso. E tendo conquistado todas as honrarias possíveis para um jogador desde o ensino médio, incluindo o troféu Heisman, dado ao melhor jogador universitário, sua dedicação ao futebol está acima de qualquer suspeita. Essa duas características, junto com sua ótima capacidade atlética, se uniram para permitir que Derrick Henry obtivesse o melhor índice de dominância dessa classe. Responsável por 43,5% da produção ofensiva de Alabama (92º percentil), Henry carregava o ataque de seu time.

Com índice de velocidade de 116,3 (96º percentil), Henry é um trator quando consegue atingir sua velocidade máxima, atropelando defensores ao invés de evita-los. E uma vez que sua linha ofensiva consiga abrir um buraco na linha defensiva, não há muito o que fazer para contê-lo. Ele demonstra paciência e visão, permitindo que seus bloqueios evoluam antes de explodir em sua corrida e é capaz de atacar o perímetro da linha, ainda que sua preferência seja por corridas pelo interior. E, ao contrário da maioria dos running backs do seu tamanho, Henry é capaz de improvisar quando a jogada dá errado.

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Um possível fator de preocupação para as equipes da NFL é o fato de Henry ter recebido apenas 17 passes durante toda sua carreira universitário. No entanto, como Mark Ingram nos mostrou ano passado, isso é mais uma indicação da maneira como Alabama usa seus running backs do que uma prova de sua incapacidade de atuar nessa parte do jogo. Além disso, com seu porte físico, Henry não terá problemas como bloqueador na NFL, o que pode garantir que ele esteja em campo em todos os tipos de jogada.

No fim das contas, Derrick Henry é um jogador capaz de se sobressair em jogadas de poucas jardas, usando seu tamanho, e ao mesmo tempo produzir corridas longas, graças à sua velocidade. Sua combinação de tamanho/velocidade não é vista com frequência e, se não fosse a dúvida a respeito de suas habilidades como recebedor, Henry poderia ser considerado um dos melhores prospectos dos últimos anos na posição.

Melhor encaixe: Dallas Cowboys

Jogador comparável: Brandon Jacobs

1 – Ezekiel Elliott – Ohio State

Vamos tirar isso logo do caminho: todas as categorias de análise do perfil de Elliott – com exceção do índice de explosão – possuem um percentil acima do 80º. Seu tamanho (1,83 m e 102 kg) é prototípico para a posição.

Com uma produção de 3961 jardas e 43 touchdowns no jogo corrido, Elliott foi o grande responsável pelo sucesso do ataque de Ohio State. Merece destaque especial sua atuação nos primeiros playoffs da história do futebol americano universitário, quando seu time se sagrou campeão com uma vitória sobre Oregon. Elliott anotou quatro touchdowns na partida final, sendo eleito o melhor jogador em campo.

Elliott (foto ilustrando o post, à esquerda) é um three down back, ou seja, um running back capaz de jogar em todas as descidas. Na verdade, não existe nenhum ponto da posição que ele não domine. Ele possui o tamanho, a capacidade atlética, a habilidade como recebedor e bloqueador e a técnica para ser um dos melhores running backs da NFL desde o primeiro momento em que pisar em um campo profissional.

Na verdade, não é necessário muita análise a respeito de seu jogo. Os números e as imagens falam por si só. Elliott provavelmente será escolhido na primeira metade do Draft desse ano, e já será considerado o titular absoluto de seu time, de forma muito parecida com o que aconteceu ano passado com Todd Gurley. Há um ano, a maioria dos analistas dizia que Gurley era o melhor prospecto a surgir desde Adrian Peterson. Esse ano, eu digo que Ezekiel Elliott é o melhor prospecto a surgir desde LaDainian Tomlinson.

Melhor encaixe: Qualquer time que precise de um running back

Jogador comparável: Edgerrin James

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