Problemático, produtivo e caindo na bolsa do Draft: Dalvin Cook

Um sinônimo de domínio é a carreira de Dalvin Cook na universidade. Ele produziu em alto nível com um grande ataque ao seu redor. Porém, seus melhores momentos foram quando ele era a única estrela em campo. Contra grandes adversários ou nanicos, Cook produzia sistematicamente e parecia que seria uma estrela na NFL… até chegar o processo do Draft.

Este é um nome tão polêmico quanto o de Joe Mixon. Confusões extra-campo e um desempenho ruim no Combine podem jogá-lo para fora da primeira rodada, com chances de virar o quinto running back escolhido no Draft deste ano. O Pro Football tenta te levar um pouco desta trajetória desastrosa para o valor de draft da estrela de Florida State.

O extra-campo conturbado

Dalvin Cook é um ser humano questionável e falamos isso não por conta de um incidente isolado, mas por conta de vários. Ele não tem contra si um vídeo terrível socando uma mulher como o do também running back, Joe Mixon – se você não viu, imagens fortes – para falar contra, mas a sua história de vida é muito mais… Problemática.

Os primeiros problemas da vida de Cook foram causados por armas de chumbinho. Quando no final do ensino médio, o running back achou uma boa ideia pegar uma arma de pressão e atirar em uma casa, causando danos de até 1000 dólares para os donos. Isto era um indicativo do tanto de problemas que ele iria se meter durante a universidade. Claro: quem somos nós para dizer que nunca fizemos uma besteira quando jovem. O problema, como você pode ver ao longo deste texto, é que isso foi início de uma “capivara” longa.

Em 2014, no primeiro ano de faculdade, Cook foi denunciado por bater em uma mulher fora de um bar. A história é meio inacreditável. A mulher estava no bar e um amigo de Cook pediu o seu telefone, mas levou um fora. Ele foi embora e voltou com Dalvin Cook e os dois resolveram tirar satisfação pelo fora. Após essa atitude imatura, a discussão esquentou e a mulher tomou vários socos na face e ligou para a polícia. Cook foi preso pois ela alegava que foi ele que lhe bateu. O grande porém é que o local era vazio e provar que um ou outro bateu na vítima tornou-se algo insustentável. Ninguém conseguiu provar como os hematomas surgiram – spoiler alert: se não foi ela mesma, alguém com motivação foi.

No final, o júri da Florida o declarou inocente por não haver provas suficientes para condená-lo. Deixando claro aqui: sob os olhos da justiça, realmente não havia outra decisão. Sem provas não há como incorrer no risco de condenar um inocente – é assim que o processo penal funciona, para evitar arbitrariedades para todo lado. Este não seria o problema caso fosse APENAS este incidente. E a diretoria de um time da NFL não é um júri e não respeita regras do devido processo legal. Eles simplesmente vão querer fugir de problemas.

Como dito acima, não foi apenas um incidente. Nem dois. Tem mais. No ano seguinte, o running back tomou outra péssima atitude. Ele deixou três filhotes de cachorro fora de casa presos por uma corrente no pescoço. Os filhotes não conseguiam se mover e os menores estavam já paralisados, quase sufocados. Um policial achou a situação e os soltou. Mais tarde Cook foi multado pela sua atitude de crueldade. Um bando de contravenções que mancham muito o seu histórico.

Então, se você está contando, temos: a) Desprezo pela propriedade alheia; b) Alta possibilidade de violência de gênero; c) Violência contra animais. É este o caráter que você quer no seu time?

Novamente: você pode ser conservador e, caso americano, votaria no Partido Republicano. Ok, não somos um site jurídico ou político. Somos um site de futebol americano e tratamos disso. NESTE contexto e ante ESTE panorama – somado aos incidentes recentes de Ray Rice e Adrian Peterson – temos uma alta possibilidade de que Cook possa voltar a se envolver em problemas, sendo suspenso pela liga. É ISTO, também, que um front office vai pensar ao draftá-lo ou não.

Desempenho em campo

Ok, já falamos do extra-campo. Agora falemos do dentro de campo, algo que pode “ajudar os times a dar uma chance e esquecer os problemas de Cook”.

O que chama muito a atenção para Dalvin Cook foi sua produtividade em Florida State. Em 2014, Cook teve oito touchdowns e 1008 jardas (média de 5,9) em um ataque estelar da equipe de Tallahassee. Chegou o Draft de 2015 e Florida State viu QB Jameis Winston, RB Karlos Williams, C Cameron Erving, OG Tre’ Jackson, OT Bobby Hart, WR Rashad Greene e TE Nick O’Leary serem escolhidos. Cook no outro ano deveria ser a peça central do ataque e todos os ataques sabiam disso. Mesmo assim, ele foi lá e correu em 2015 e 2016 uma média de 7,4 (1691 jardas terrestres) e 6,1 (1765 jardas terrestres) jardas terrestres por carregada, além de marcar 19 touchdowns em cada uma delas. Toda vez que Cook pegava na bola, os adversários não sabiam o que fazer – produção realmente de alto nível.

Cook é um jogador completo. Ele possui cortes mais refinados do que Joe Mixon e também é mais forte. O segundo melhor correndo rotas da classe (só perde para Christian McCaffrey), ele é um cara completo e que foi um perigo com a bola em mãos durante toda a sua carreira. O seu maior problema? Segurar a bola nas mãos. Cook teve sete fumbles na universidade, o que é muito comparando a qualidade dos adversários. Mesmo que seja jogando contra grandes universidades, não deixa de ser o college e sete fumbles acendem a luz amarela para qualquer avaliador. Além disso, Cook sofreu com lesões durante a carreira inteira: tornozelo e ombro sendo os grandes desafios para ele conseguir superar.

O Combine

Além das grandes dúvidas dentro e fora de campo, Cook confirmou no Combine o que alguns já achavam: ele não é nada atlético. O running back teve desempenhos bizarros tanto na explosão quanto na agilidade e na impulsão. Mãos nada grandes, ele só se destacou com a sua força – apesar de ter a característica de ser um cara completo.

O Combine deixou um gosto extremamente amargo: será que Dalvin Cook é aquele exemplo que produz muito na universidade só que não tem o corpo para jogar na NFL? A impressão até agora, para muitos, é esta. Mesmo dominando sem nenhuma ajuda ao seu lado, Cook deixou muitas dúvidas do quão profissional (por causa de seus problemas extra-campo) e atlético é para jogar na NFL.

Por que a segunda rodada seria o ideal para ele

Problemas com fumbles e lesões. Pouco atlético e com dificuldades extra-campo. Apesar do videotape incrível, as dúvidas em cima da estrela de Florida State são gigantescas.

Eu não me surpreenderia se Cook acabar sendo o quinto running back escolhido, atrás de Leonard Fournette, Christian McCaffrey, Alvin Kamara e mesmo o agressor de mulheres, Joe Mixon. Ele representa um risco enorme para qualquer franquia, visto todas estas dificuldades. Eu nem cogitaria em gastar uma escolha de segunda rodada em Cook: o risco – dentro e fora de campo – pode ser muito maior do que a recompensa.

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