Quais estrelas de universidades “pequenas” podem brilhar no Draft?

Não é novidade para ninguém que a imensa maioria dos jogadores escolhidos no Draft vem das chamadas “grandes” universidades, ou seja, dos programas mais tradicionais do College Football. As equipes do chamado Power 5, o grupo das cinco principais conferências do futebol americano universitário (Big Ten, SEC, ACC, Big 12 e Pac-12), são de longe as que mais colocam atletas na NFL.

Contudo, o Draft não vive apenas de Alabama, Ohio State, LSU, Michigan, Miami etc. Frequentemente, prospectos de universidades menores e pouco conhecidas impressionam os olheiros das franquias, sobem nos boards e são selecionados em posições altas no recrutamento. Não é difícil apontar vários exemplos. Em 2008, o jovem Joe Flacco saiu da inexpressiva University of Delaware para ser draftado na primeira rodada pelos Ravens. No ano passado, os Eagles gastaram a segunda escolha geral em Carson Wentz, um quarterback ex-North Dakota State – time da FCS, assim como Delaware. Indo mais além: em 2015, Tampa Bay escolheu Ali Marpet na segunda rodada, um offensive lineman de Hobart, faculdade da terceira divisão do College Football.

Enfim, por mais difícil que possa parecer, sempre existiu espaço para aqueles jogadores conhecidos como “small school prospects” e o Draft 2017 não será uma exceção. Conheça algumas joias de universidades “pequenas” que poderão brilhar no recrutamento e aparecer no seu time.

Corey Davis, WR – Western Michigan

Western Michigan foi uma das grandes surpresas de 2016, terminando a temporada com o record 13-1 e se classificando ao Cotton Bowl, mas sejamos francos: os Broncos estão longe de ser uma potência no College Football. Davis, por outro lado, é uma potência entre os wide receivers dessa classe, sendo inclusive apontado como o principal nome da posição em vários mock drafts e boards.

Além de ter atributos físicos bastante interessantes para a posição, como 1,91m e 95 kg, Corey detém números impressionantes jogando no potente ataque de Western Michigan: 52 touchdowns recebidos e 5,278 jardas aéreas, este último um recorde em toda a história da FBS. Claro, esta estatística pode ter sido um pouco inflacionada devido à fragilidade de alguns adversários dos Broncos, porém não deixa de ser um nível de produção assombroso.

Com potencial para ser uma arma importante na red zone e atributos típicos de um bom wide receiver (agressividade para brigar pela bola no ar, velocidade, capacidade de percorrer rotas designadas etc.), Davis está cotado para ser uma escolha Top 20, ainda que no momento esteja se recuperando de uma lesão no tornozelo e tenha ficado de molho durante o Combine.

PS: Falaremos com mais profundidade sobre Davis em nosso futuro texto sobre os cinco melhores recebedores do Draft. Aguarde.

Mais para você entender o College Football:

Forrest Lamp, OL – Western Kentucky

Lamp passou grande parte da carreira jogando como left tackle e é visto pelos olheiros como alguém capaz de atuar em qualquer posição da linha ofensiva, porém seu futuro na NFL parece ser mesmo como guard, pois ele talvez não tenha os atributos físicos ideais para ser tackle no nível profissional. Forrest, em teoria, precisaria ser maior e ter os braços mais longos para lidar com os melhores pass rushers da NFL.

Em todo o caso, o jovem tem boas chances de ser o primeiro ex-Western Kentucky a ser escolhido na primeira rodada do Draft, graças ao seu atleticismo e a sua brilhante carreira universitária, a qual inclui uma bela apresentação contra a toda poderosa Alabama em 2016.

Lamp é apontado por vários analistas como o melhor guard disponível e comparado até mesmo com Zack Martin, estrela dos Cowboys. Sua capacidade atlética pode fazê-lo se sobressair sobre defensores no interior da linha ofensiva, sobretudo em times que utilizem bloqueios por zona e gostem de offensive linemen mais versáteis. A projeção é que Forrest seja draftado na metade final da primeira rodada ou, no máximo, no início da segunda.

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Zay Jones, WR – East Carolina

Zay Jones quebrou dois recordes importantes da FBS durante sua trajetória em East Carolina: mais recepções em uma única temporada (158) e em toda a carreira universitária (399). Tais números precisam ser contextualizados, pois ele jogava em um ataque excessivamente comprometido em passar a bola e muitas dessas recepções foram em jogadas de screen, mas mesmo assim não deixa de ser algo digno de destaque.

Jones não é um prospecto de elite, sendo criticado pela sua falta de velocidade final, incapacidade de conseguir separação dos marcadores e força física apenas na média, porém, graças à sua altura (1,88m) e evidente qualidade para agarrar passes, pode ser bastante útil para muitas equipes em situações específicas – como dentro da red zone, por exemplo. Além disso, Zay teve uma grande apresentação no Senior Bowl, algo que sempre desperta a atenção de olheiros e treinadores da NFL. Ele é projetado como uma escolha de segunda ou terceira rodada.

Derek Rivers, DE – Youngstown State

Que tal agora falarmos um pouco sobre atletas da FCS? Um nome que está voando abaixo do radar e pode acabar se transformando em um belo steal é Derek Rivers, defensive end de Youngstown State. O jovem viveu uma temporada ultraprodutiva em 2016, conseguindo 58 tackles (19,5 para perda de jardas) e 14 sacks.

Rivers é um pass rusher veloz, explosivo, com uma boa primeira passada e capacidade de virar a esquina sobre seus bloqueadores. Obviamente ele é um atleta ainda “cru”, com dificuldades em conter o jogo corrido e que precisará refinar sua técnica quando se tornar profissional, sobretudo porque jogava na FCS, onde o nível técnico dos adversários é mais baixo. Entretanto, potencial existe, mesmo que Derek venha a se tornar prioritariamente um pass rusher situacional utilizado em jogadas mais óbvias de passe. A projeção é que ele saia na terceira rodada.

Julie’n Davenport, OL – Bucknell

Outro nome de uma faculdade da FCS, Davenport possui larga experiência como left tackle, tendo começado 44 partidas na posição. Ao contrário do que ocorre com Lamp, ele tem as características físicas ideais para atuar como tackle, possuindo boa força, estatura e braços compridos. O problema é que Julie’n é bastante “cru” em seus fundamentos, sobretudo no trabalho de pés, o que representará um desafio imenso na hora de proteger o lado cego dos quarterbacks na NFL.

Embora desperte alguma desconfiança motivada pelo nível de competição enfrentada na FCS, Davenport vem chamando a atenção de várias franquias. Os Saints, por exemplo, conversaram bastante com ele durante o Combine. O prospecto de Bucknell provavelmente não terá de condições de ser titular agora, mas com tempo para se desenvolver pode se transformar em um bom offensive lineman. A expectativa é que ele seja selecionado na quarta rodada ou no final do Top 100.

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Adam Shaheen, TE – Ashland

Shaheen tem potencial para ser uma das grandes histórias do Draft. Jogando pela universidade de Ashland, time da segunda divisão da NCAA, o tight end chamou muita atenção com suas 57 recepções para 867 jardas e 16 touchdowns em 2016. Ex-jogador de basquete, ele é alto, forte e tem uma velocidade/agilidade impressionante para alguém do seu tamanho. Sua principal virtude, como já deve ter ficado claro, é receber passes, tanto que Daniel Jeremiah, analista do site NFL.com, o comparou com Travis Kelce devido à sua capacidade de obter jardas após a recepção.

Adam ainda precisa melhorar como bloqueador e se aprimorar em vários pontos. Tight end é uma das posições com a transição mais difícil do College Football para a NFL, principalmente para alguém vindo da segunda divisão universitária, então talvez ele não consiga ter um impacto tão grande logo de cara. Porém, a franquia que o draftar, possivelmente na segunda ou terceira rodada, e tiver paciência para lapidá-lo poderá colher excelentes resultados no futuro.

Larry Ogunjobi, DT – Charlotte

Filho de pais nigerianos, Ogunjobi será o primeiro atleta draftado do novato programa de futebol americano da University of North Carolina at Charlotte. Larry tem como principal virtude o poder de penetrar nas linhas ofensivas e realizar tackles para perda de jardas – em quatro anos, foram 49 tackles desse tipo e 13 sacks. Para fazer isso, ele se vale da sua agilidade e atleticismo.

A maior preocupação, entretanto, é que Ogunjobi não tenha a força e o tamanho necessário para se sobressair como defensive tackle no nível profissional. Ao enfrentar offensive linemen mais fortes e técnicos, suas maiores qualidades podem ser anuladas. Em todo o caso, Larry continua sendo bem cotado e projetado como uma escolha de segunda ou terceira rodada.

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