Seja evitando o passe com o sack, apressando a decisão do passador ou dando-lhe um hit pra lhe tirar a sintonia, o pass rusher é o jogador mais bem pago nas defesas da NFL e, quanto ao Draft, costuma ser o mais cobiçado.
Mesmo que o time já tenha talentos na posição, ter bons jogadores nesse setor nunca é demais. EDGE rushers estão recebendo dinheiro que quarterbacks recebiam há 5 anos, pois é na trincheira que o jogo é ganho ou perdido.
O gráfico abaixo ajuda a confirmar a máxima dita por todos.

E como pass rushers de elite raramente testam o mercado na free agency – dado que os times evitam ao máximo perdê-los, usando a franchise tag caso necessário – o Draft costuma ser a porta de entrada para o reforço. E, como o Draft é o caminho para se adquirir pass rushers de elite, como está a qualidade dessa classe?
A pergunta é válida quando lembramos a qualidade da classe de 2017 – ocorre que Myles Garrett & Amigos foi um ponto fora da curva. Indubitavelmente, ela está acima da classe de 2018 em termos de piso de talento. Mas antes de mais nada, vamos aos principais prospectos deste ano.
Bradley Chubb, North Carolina State
O primeiro pass rusher desta classe é claramente Bradley Chubb, de NC State. Se tudo ocorrer como esperado, ele deve sair no top 10 – muito provavelmente para o Indianapolis Colts na sexta escolha geral. Chubb não é um prospecto do nível de Myles Garrett/Joey Bosa. Isso não quer dizer que ele seja ruim! Pelo contrário; é um jogador que tem potencial para se tornar pro bowler.
O que separa Chubb dos outros pass rushers, colocando-o sozinho na “primeira prateleira” nesta classe é como consegue ser efetivo tanto no jogo aéreo quanto no jogo terrestre.
Bradley Chubb #9, na parte de cima da tela mostra o bom uso de suas mãos para não deixar o OT engajá-lo e com um inside move ele consegue espaço para dar o tackle no ball carrier. pic.twitter.com/VryjPKpY6K
— ALL22ProFootball (@All22_PF) 9 de março de 2018
Chubb consegue mudar de direção e utilizar counter moves para bater os offensive tackles. Sua explosão e velocidade estressam verticalmente o offensive tackle – o inside move fica aberto e ele se aproveita disso.
Novamente na parte de cima da tela, o produto de North Carolina State demonstra a sua ótima explosão ao sair da posição inicial. usando bem sua envergadura para criar espaço entre ele e o linha. Ao final, termina a jogada com um inside move e o sack.
— ALL22ProFootball (@All22_PF) 9 de março de 2018
O que falta para Chubb alcançar um nível de prospecto de Myles Garrett é a sua flexibilidade do quadril, o famoso “bend”, como os olheiros gostam de chamar.
Chubb #9 como Left Defensive End. Ele consegue ganhar do OT que tenta desesperadamente se recuperar, inclusive cruzando os pés, mas falta a flexibilidade no quadril para conseguir ficar mais perto do QB, pois precisa dar mais passos desnecessários para contornar o arco. pic.twitter.com/Rpc6K2l0CL
— ALL22ProFootball (@All22_PF) 9 de março de 2018
Harold Landry, Boston College Eagles

Harold Landry é mais um pass rusher cotado para a primeira rodada. Landry passou a temporada inteira com uma lesão no tornozelo, o que afetou diretamente o seu jogo – especialmente pelo estilo mais físico em termos de velocidade. A explosão de Landry é a melhor dessa classe:
Harold Landry, alinhado como Left Defensive End mostra toda a sua explosão e sua flexibilidade no quadril para conseguir abaixar o ombro escondendo o seu peito para o OT não conseguir encostá-lo com eficiência. pic.twitter.com/jMvJ2HdN4i
— ALL22ProFootball (@All22_PF) 10 de março de 2018
O problema de Landry é contra o jogo corrido ao sair dos bloqueios. Num primeiro exemplo, um pull do left guard e Landry (#7) não consegue alavancar o seu espaço da forma correta, deixando uma lacuna para o fullback bloquear o safety. Com isso, há espaço para a corrida exatamente do lado de fora de Harold Landry. O produto de Boston College não conseguiu diagnosticar corretamente a jogada e pagou por isso.
Agora alinhado na parte de baixo da tela, o H-Back adversário alinhado no outro lado é responsável pelo bloqueio em Landry, mas a explosão de Landry faz com que ele não consiga chegar a tempo e fique perdido. O resultado é um tackle atrás da linha de scrimmage. pic.twitter.com/NDZeU2VVaC
— ALL22ProFootball (@All22_PF) 9 de março de 2018
Na jogada abaixo, novamente podemos ver os mesmos erros cometidos por Landry na jogada anterior. Ainda com o detalhe que, quando o fullback o bloqueia, ele mantém a cabeça muito baixa. A consequência é que Harold não tem como olhar para o running back, para diagnosticar qualer que caminho que ele iria tomar. Note que, quando o corredor passa por Landry, ele ainda está focado no bloqueio do fullback.
— ALL22ProFootball (@All22_PF) 9 de março de 2018
Em abril, teremos um curso/workshop que tratará sobre tudo o que você precisa saber sobre o Draft da NFL. Veja mais detalhes aqui.
Marcus Davenport, UTSA Roadrunners

Davenport é um jogador que vem de uma universidade menor – cujo calendário/competição é mais fraca. Para compensar e justificá-lo como potencial escolha de primeira rodada, ele possui um ótimo atleticismo – algo que não consegue se ensinar. Contudo, ainda é cru em suas técnicas e o time que draftá-lo terá que ter paciência para desenvolvê-lo, pois ele não deve chegar para conseguir temporada de mais de 10 sacks em 2018.
Davenport alinhado como Left Defensive End consegue o sack mas a sua técnica é crua. Repare como o seu primeiro contato é com o ombro, coloca a sua mão por fora primeiro, depois conserta o erro e vence a batalha com a sua força bruta. pic.twitter.com/bA3Rh0cMjM
— ALL22ProFootball (@All22_PF) 10 de março de 2018
Abaixo, temos algumas jogadas nos treinos do Senior Bowl em que Davenport foi anulado por prospectos que jogam em divisões mais disputadas ou simplesmente… Melhores jogadores.
— ALL22ProFootball (@All22_PF) 9 de março de 2018
Em uma classe mais fraca de pass rushers, mesmo jogadores que possuem problemas disciplinares fora de campo ou que ainda estão crus mas que exibem potencial para crescer devem ser selecionados na primeira rodada. É assim que as coisas são. Para contextualizar: no ano passado, Davenport sequer seria escolha de primeira rodada. Ainda pensando no ano passado, Chubb seria escolhido depois do top 10. Neste ano, com a oferta/demanda que rege o Draft, o cenário é o oposto. Vai vingar? Resta saber.
Felipe Vieira é um dos fundadores do On The Clock, site voltado para a cobertura do Draft da NFL. Em março e abril, ele será colunista do ProFootball. Você pode conferir mais de seu trabalho em seu twitter – e, em abril, ele será um dos palestrantes em nosso 1º Workshop sobre o Draft da NFL – clique aqui para mais infos sobre o curso.
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