Uma contusão grave poucos meses antes do Draft é algo que pode atrapalhar muito as pretensões de um atleta do College Football disposto a ir para a NFL. Claro, existem casos em que tais lesões não chegam a comprometer a posição do jogador no recrutamento – basta lembrarmos de Todd Gurley no ano passado -, porém em várias ocasiões vemos jovens talentosos despencarem no Draft por conta de problemas físicos – ainda usando 2015 como exemplo, podemos citar o cornerback Ifo Ekpre-Olomu, o qual era considerado uma escolha alta até machucar o joelho e cair para a 7ª rodada.
Em 2016, Myles Jack e Jaylon Smith são os nomes mais importantes que chegarão no Draft com um ponto de interrogação devido à contusões. Os dois linebackers, respectivamente oriundos de UCLA e Notre Dame, machucaram seriamente o joelho na última temporada do College e no momento estão se recuperando. Caso você desconheça os detalhes, vamos explicar o que aconteceu.
As lesões de Jack e Smith
Embora ambos tenham problemas no joelho, a natureza e a gravidade das lesões são bastante diferentes. Jack rompeu o menisco durante um treinamento no final de setembro. Na época seu tempo de recuperação foi estimado entre quatro e seis meses, projeção que se mostrou verdadeira, haja vista ele ter sido liberado pelos médicos para voltar a treinar no início deste mês.
Já Jaylon Smith sofreu uma contusão bem mais grave. O linebacker rompeu os ligamentos colateral medial e cruzado anterior do joelho esquerdo no último dia 1º de janeiro disputando o Fiesta Bowl. Para piorar, foi constatado durante o Combine que Smith também sofreu danos nos nervos do joelho e tornozelo. Com tudo isso, no momento a expectativa é que ele perca toda a temporada de 2016.
A condição física de Myles Jack não deve afetar sua posição no Draft
Como podemos notar, a situação de Myles Jack é bem mais simples e por isso ele provavelmente não será tão afetado no Draft. Mesmo enquanto estava de molho o jovem era visto como uma escolha top 10, então não há motivos para acreditar que seu status mudará agora que ele foi liberado pelos médicos. Na verdade, segundo a maioria analistas, Jack pode até mesmo ser a 5ª escolha geral, indo jogar no Jacksonville Jaguars.
Myles não pôde participar do Combine realizado em fevereiro, contudo atuou de maneira limitada no Pro Day de UCLA no último dia 15 e não decepcionou. Apesar de ainda não estar 100% fisicamente, participou dos exercícios específicos de posição e obteve marcas expressivas no salto em distância e salto vertical.
O próximo passo da sua reabilitação será uma espécie de Pro Day particular no dia 1º de abril, evento em que ele terá novamente a chance de mostrar aos olheiros da NFL a evolução da sua recuperação. Outro desempenho positivo apenas confirmará o que dissemos acima sobre ele ser uma escolha top 10.
Jaylon Smith, por sua vez, certamente cairá
A condição de Jaylon Smith, por outro lado, é muito mais preocupante e com certeza resultará em uma queda brusca no Draft. Outrora visto como uma escolha top 10 ou mesmo como um candidato para a 1ª escolha geral, o linebacker foi reprovado por vários times nos exames médicos realizados no Combine. A incerteza sobre a sua capacidade de jogar em 2016 torna improvável que alguma equipe se sinta disposta a gastar uma pick de primeira rodada com ele.
Atualmente a melhor chance de Smith é ser draftado por alguma franquia que não precise de ajuda imediata na defesa, pois deste modo ele poderia ficar afastado o tempo necessário para se recuperar. O difícil é projetar em que momento do Draft isso acontecerá.
A posição de Jaylon no recrutamento dependerá diretamente do resultado de futuros exames médicos, portanto devemos esperar a divulgação de novas informações nas próximas semanas para fazer uma estimativa mais precisa. Seja como for, a primeira rodada não parece ser mais uma opção viável.
O exemplo de Todd Gurley em 2015 pode ajudar Smith
Embora sejam situações diferentes, o caso de Todd Gurley em 2015 pode ajudar um pouco Smith. O running back também chegou no Draft cercado de dúvidas após sofrer uma lesão séria no joelho, mas mesmo assim recebeu a confiança e a paciência dos Rams e mostrou dentro de campo que a sua seleção foi uma ótima decisão. Talvez este exemplo de sucesso lembre as franquias o quanto apostar em jovens com talento acima da média pode trazer bons frutos.
