Quem é melhor: Manning ou Leaf? – veja porque esta pergunta fazia sentido em 1998

Se você fosse o general manager do Indianapolis Colts em 1998, selecionaria Peyton Manning ou Ryan Leaf com a primeira escolha geral do Draft? Hoje esta pergunta beira o absurdo de tão evidente que é a resposta: Manning é um dos maiores quarterbacks de todos os tempos, duas vezes campeão do Super Bowl e cinco vezes eleito o MVP da liga, enquanto que Leaf se tornou uma das maiores farsas (busts) da história. Contudo, 18 anos atrás, a escolha não era tão óbvia assim.

Donos de características e qualidades distintas, os jovens disputavam de igual para igual a atenção dos olheiros e dirigentes das franquias. O debate sobre qual dos dois era melhor foi intenso às vésperas do Draft, com Leaf inclusive tendo a preferência de vários analistas por conta dos seus atributos físicos. Até mesmo os Colts ficaram na dúvida a respeito de quem deveriam pegar. Não se engane: apesar da carreira profissional melancólica, Ryan foi um prospecto muito valorizado saindo do College e teve chance de desbancar Peyton no recrutamento.

Relembre um pouco mais da controvérsia Manning vs. Leaf de 1998 e veja como, guardadas as devidas proporções, ela pode ser comparada à situação de Jared Goff e Carson Wentz em 2016.

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Manning é mais experiente e preparado para jogar, mas Leaf talvez tenha um potencial maior

Após colecionarem ótimos números no College Football em 1997, ambos chegaram com o status de escolha altíssima no Draft seguinte – restava apenas definir quem seria a primeira pick. Confira a opinião geral a respeito dos dois signal callers:

Manning era visto como mais experiente, preparado para ser titular logo de cara na NFL e com maior refinamento técnico em aspectos como precisão de passes, trabalho de pés e tempo de release. Além disso, o prospecto de Tennessee tinha a reputação de ser muito inteligente e possuir um conhecimento do jogo acima da média.

Leaf, por sua vez, tinha como vantagem o fato de ser bem mais atlético. O jovem ex- Washington State contava com um braço mais forte, maior mobilidade e melhores atributos físicos em comparação com Peyton. Sua experiência não era tão grande, afinal ele jogou apenas três anos no College, porém seu desempenho em 1997 impressionava. Este conjunto de características fez com que Ryan fosse considerado uma joia a ser lapidada, talvez até mesmo com um potencial superior ao de Manning. O único problema eram as dúvidas a respeito da sua ética de trabalho. Por exemplo, o quarterback se apresentou acima do peso no Combine e ainda faltou à uma reunião com Indianapolis.

Resumindo: Manning mais técnico e pronto para jogar e Leaf, em teoria, com um teto maior. Isso não lembra um pouco o que estamos vendo em 2016? A ideia geral é que no momento Goff é o quarterback mais preparado e refinado da classe. Já o inexperiente Wentz precisa de um tempo maior de adaptação, porém seus melhores atributos físicos o fazem ser uma boa aposta para o futuro.

Veja bem, não estamos dizendo que Goff será o novo Peyton Manning ou Wentz será o novo Ryan Leaf. As realidades são diferentes e devem ser contextualizadas – por exemplo, nenhum dos prospectos de 2016 é tão badalado quanto os de 1998. Apenas queríamos mostrar uma certa similaridade nas situações, principalmente porque nos dois Drafts houve discussão sobre quem deveria ser a primeira escolha geral.

Os Colts ficaram indecisos na hora de decidir

Segundo uma notícia da época publicada no The New York Times, Indianapolis optou por Manning apenas no dia do Draft – o general manager Bill Polian e o treinador Jim Mora eram os mais indecisos. Não temos como ter certeza se as coisas foram tão dramáticas assim, mas, em todo o caso, outros relatos também dão conta sobre a demora da franquia para tomar uma decisão definitiva.

E os dirigentes dos Colts tinham razão em ter dúvidas, pois não havia uma opinião unânime. Por exemplo, o jornal Newsday fez uma pesquisa com 20 executivos da liga cerca de 20 dias antes do Draft e o resultado foi que Leaf era o melhor: “O consenso esmagador: Manning pode ter o nome mais famoso, mas Leaf claramente é o quarterback preferido entre os executivos da liga. 14 dos 20 entrevistados disseram que iriam draftar Leaf ao invés de Manning, citando o braço forte do quarterback de Washington State, sua melhor mobilidade e seu maior potencial em longo prazo como um franchise player“.

Indianapolis acabou fazendo a aposta mais segura selecionando Peyton e o resto da história todo mundo já conhece. Seja como for, o debate Manning vs. Leaf foi real e provavelmente ensinou uma boa lição sobre o Draft para muitas equipes (ou pelo menos para algumas delas).

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