Veja as semelhanças e diferenças entre as grandes trocas de 2012 e 2016 envolvendo os Rams

Duas semanas antes do Draft começar oficialmente, o mundo da NFL pegou fogo nesta quinta-feira (14) com o anúncio da troca entre Titans e Rams. Tennessee abriu mão da primeira escolha geral de 2016 e das suas escolhas de quarta (#113) e sexta rodada (#177). Em compensação, recebeu de Los Angeles duas escolhas de primeira rodada (#15 de 2016 e outra de 2017), duas de segunda rodada (#43 e #45) e mais duas de terceira rodada (#76 de 2016 e outra de 2017).

Este negócio deixa claro que Los Angeles vai atrás do seu franchise quarterback, seja ele Carson Wentz ou Jared Goff – no momento, as especulações são mais fortes em favor do prospecto de North Dakota State. Nada mais natural quando suas principais opções under center são Nick Foles e Case Keenum.

A grande ironia de tudo, porém, reside no fato de que esta imensa investida dos Rams por um signal caller está ocorrendo apenas quatro anos depois da franquia ter “esfolado” Washington no Draft de 2012, quando a equipe da capital dos Estados Unidos também estava desesperada por um quarterback. Os casos, em teoria, assemelham-se tanto que Jason La Canfora, analista da CBS Sports, chegou inclusive a chamar o atual negócio de “essencialmente uma troca por Robert Griffin III reversa“.

Mas será que as situações são tão iguais assim? Vamos analisar isso com calma, contudo antes é importante relembrarmos exatamente o que aconteceu na troca de 2012.

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RGIII em Washington e um caminhão de jogadores em St. Louis

A transação de 2012 entre Washington e St. Louis (na época a franquia ainda estava no Missouri) foi certamente a maior dos últimos Drafts. Para subir da sexta posição geral para a segunda e selecionar o quarterback Robert Griffin, os Redskins cederam três escolhas de primeira rodada (#6 de 2012, #22 de 2013 e #2 de 2014) e mais uma de segunda rodada (39# de 2012).

Os Rams, por sua vez, posteriormente negociaram algumas das picks extras recebidas e conseguiram transformá-las em oito jogadores: Michael Brockers, Janoris Jenkins, Isaiah Pead, Rokevious Watkins, Alec Ogletree, Stedman Bailey, Zac Stacy e Greg Robinson. Destes, pelos menos quatro viraram titulares importantes (o defensive tackle Brockers, o cornerback Jenkins, o linebacker Ogletree e o tackle Robinson), enquanto que outros dois também contribuíram em menor escala (o running back Stacy e o wide receiver Bailey).

Quatro anos após o acordo, é fácil dizer que o grande vencedor foi St. Louis, haja vista RGIII ter sido cortado e nem fazer mais parte do elenco de Washington.

As trocas de 2012 e 2016 são bem parecidas, mas não são idênticas

Obviamente quem associou as trocas não está errado, pois existem de fato bastante semelhanças: duas equipes apostando alto em quarterbacks que despertam dúvidas, muitas escolhas no Draft envolvidas e, claro, a presença dos Rams – embora agora eles sejam o outro lado da moeda.

O ponto, entretanto, é que nem tudo é igual. Em primeiro lugar, Los Angeles em tese foi bem menos “explorado” em comparação a Washington. Sim, o preço pago foi elevado, mas não podemos esquecer que a equipe pulou da 15ª para a 1ª posição do Draft – um dos maiores saltos da história do recrutamento. Foram seis escolhas cedidas (duas de primeira rodada) para escalar 14 lugares, enquanto os Redskins usaram quatro (três de primeira rodada) para subir quatro posições. Em suma, o negócio de 2016 é mais justo. Agora, se Wentz ou Goff valem de tudo isso é outra história.

Em segundo lugar, a aposta de Los Angeles parece ter sido um pouco menos arriscada. Vamos explicar o porquê. Os Rams já possuem um elenco considerado forte, com uma defesa acima da média e um running back jovem, talentoso e capaz de carregar o piano do ataque. De fato, a opinião comum é que eles precisam apenas de um quarterback razoável para começar a fazer barulho na NFL. Washington, por outro lado, tinha um time mais problemático e cheio de necessidades em 2012, logo um fracasso de Griffin poderia ser muito mais catastrófico para a franquia – na verdade, isto não se confirmou graças à ascensão de Kirk Cousins. Contudo, não estamos dizendo que não há riscos. Claro que um investimento desse tamanho se der errado pode prejudicar a equipe em longo prazo e custar o emprego de várias pessoas envolvidas.

O acordo de 2016 talvez não tivesse acontecido sem o de 2012

Um dos motivos do plantel dos Rams ser forte e qualificado hoje são as escolhas extras de Draft recebidas no negócio com Washington. Sem elas, talvez o time fosse mais fraco e, deste modo, talvez não se sentisse tão seguro para fazer um acordo gigantesco desses em 2016. Seja como for, isso não passa de especulação, mas não é absurdo enxergar mais esta ligação entre as trocas.

Se vai dar certo ou não, só o futuro irá dizer. Já analisamos aqui no Pro Football os riscos assumidos por Los Angeles. Agora resta apenas descobrirmos se Wentz ou Goff estará under center no kickoff da temporada.

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