As melhores estratégias para o Draft da sua liga de Fantasy

O mês de junho traz consigo aquele cheiro de NFL no ar por meio do fantasy – muita gente faz o Draft agora para matar um pouco da saudade da liga.

Dessa forma, neste texto trataremos de alguns conceitos para ficar de olho quando o seu draft ocorrer, além de algumas abordagens que eu acredito serem extremamente pertinentes para que você saia com um time pra lá de competitivo. Sem mais delongas, vamos ao primeiro tópico.

Procure valor na seleção de seus jogadores

Por mais óbvio que isso soe, é importante você buscar valor durante a seleção do elenco. Claro, o valor dos jogadores de Fantasy Football não significa apenas “pegar o melhor disponível”. O conceito de valor no Fantasy se relaciona com um termo chamado average draft position (ADP). O ADP é o número médio que representa o momento no draft no qual determinado jogador é selecionado. Esse é o preço de um jogador. Por exemplo, se eu for observar o ranking da ESPN, o average draft position do Le’Veon Bell é 4. O que isso quer dizer? Que estes jogadores estão sendo selecionados, em média, com a quarta e nona escolha, respectivamente.


Uma vez que compreendemos o que isto quer dizer, vamos ao que interessa: o que fazer com estes números? Bom, primeiramente, o ADP ajuda o jogador de Fantasy a entender mais ou menos onde e quando cada jogador está sendo selecionado. É claro que esse valor não será absoluto para todas as ligas – sempre tem aquele amigo do Fantasy que escolhe um Andrew Luck com a segunda escolha – mas é uma ajuda e tanto no preparo. Você saber onde cada jogador está sendo selecionado, mesmo de forma aproximada, permite que você identifique oportunidades de fazer escolhas com valor. Uma escolha valiosa é aquela na qual, basicamente, você consegue selecionar um jogador depois do seu ADP.

Muito simples, não? Se você estuda antes do seu draft, vê que Lamar Miller tem saído geralmente com a oitava escolha e tem a oportunidade de selecioná-lo na segunda rodada, é quase que automático escolher o running back dos Texans. Da mesma forma, você quer evitar escolher jogadores antes do ADP indicado, pois, geralmente, há opções mais valiosas naquela altura. Se você quiser muito contar com um jogador, você pode dar aquela adiantada na escolha – mas sempre com cuidado para não prejudicar a profundidade do seu elenco e nem com uma perda significativa de valor. A partir de determinado momento no draft, o ADP fica mais “abstrato”, digamos assim: a diferença entre um jogador selecionado em média com a 154ª escolha e outro com a 163ª é bem mais tênue que a diferença entre um escolhido com a 2ª e com a 11ª.

Posto isso, recentemente me perguntaram sobre qual a mentalidade para entrar no draft: procurar wide receiver wide receiver nas duas primeiras rodadas, ou dois running backs, ou misturar. Honestamente, eu evito entrar com a cabeça fechada quanto às posições que vou selecionar. Sempre procuro observar o que os outros jogadores estão selecionando e ver qual a melhor opção na hora da minha escolha. Se eu vou focado em pegar wide receiverwide receiver, eu não posso ficar preso à esta mentalidade caso um running back de primeira linha, como David Johnson, esteja disponível na hora de fazer minha seleção.

Veja aqui o índice completo da “Semana Fantasy”, com o guia para você bombar no Cartola FC de NFL.

É interessante você projetar o que você prefere, mas jamais tratar essa projeção com rigidez. Observe as tendências dos seus colegas de liga, o que eles estão procurando, veja se aquele jogador que você quer ter na sua equipe pode ser selecionado na sua próxima escolha. Encorajo sempre fazer mock drafts, simulados de draft para testar suas estratégias, ideais e ver o resultado da sua equipe.

Deixe o quarterback para mais tarde

Quem não quer ter Aaron Rodgers ou Andrew Luck na sua equipe? Quarterbacks deste nível são sempre uma segurança no seu time de Fantasy, pela alta produção que eles conseguem semana após semana. Agora, será que realmente compensa você gastar uma escolha alta no seu draft só para ter o signal caller do Green Bay Packers?

Pois bem, eu sou um forte defensor da seleção de quarterbacks em rodadas mais tardias do draft. A fundamentação é bastante simples: a diferença na produtividade de um quarterback de primeira rodada para oitava, sétima rodada é muito pequena dentro do Fantasy Football. Se você escala um Andrew Luck ou Tom Brady e ele faz 22 pontos (que é uma boa pontuação no standard), você terá um Derek Carr fazendo 18 pontos – uma diferença de meros 4 pontos. Se avaliarmos a diferença de produtividade de um running back ou wide receiver de ponta com os que são selecionados na sétima, oitava rodada, a diferença é gritante.

Para ilustrar, basta olhar a situação de draft de quarterbacks em 2015. Andrew Luck e Aaron Rodgers tinham altas ADP, com 10.7 e 15.37, respectivamente, em ligas de 12 equipes; ou seja, eles saiam entre o final do primeiro e começo do segundo round. Ao final do ano, no formato standard, Rodgers foi o 7º em pontuação (286), enquanto Luck foi 28º (126) – claro, o signal caller do Indianapolis Colts ficou machucado boa parte da temporada. Entretanto, observemos o líder em pontos na posição em 2015: Cam Newton, com 373, cujo ADP era 85.84, ou seja, ele estava sendo selecionado mais ou menos na sétima rodada numa liga de 12 times. Para ir mais além, o quarto colocado em pontos, Blake Bortles (302), tinha um ADP de 165.56, uma escolha que cairia apenas no 13º round em uma liga de 12 times.

Observada essa pequena diferença, compensa de fato gastar escolhas de primeira e segunda rodada em um quarterback ao invés de buscar um wide receiver ou running back dominante? A oferta de jogadores com produção constante é bem menor em relação aos quarterbacks; vale mais a pena você tentar a chance selecionando outro wide receiver alto do que tomar o risco de um Andrew Luck no ano passado. Se você selecionou ele na primeira rodada, você o viu ficar machucado boa parte do ano, seu primeiro pick inutilizado e a profundidade nas demais posições da sua equipe prejudicada.

Para ilustrar, dos 12 maiores pontuadores em standard na posição de wide receiver, sete tinham um ADP menor que 32, ou seja, eram selecionados dentro das três primeiras rodadas do draft. Há uma diferença muito maior na produção de um wide receiver selecionado nas primeiras rodadas para um selecionado na sexta. É claro que você consegue encontrar aquelas pérolas que acabam rendendo muito bem para um ADP baixo – como foi o caso de Doug Baldwin ano passado, cuja seleção se dava mais ou menos na 13ª rodada e ele acabou como 7º melhor wide receiver em pontos. Mas se observarmos o jogador logo acima dele na lista de ADP no ano passado, Jaelen Strong, do Houston Texans, vemos logo que ele ficou em 100º em pontuação ao final da temporada, com 31.

Moral da história: a diferença entre a produtividade de um DeAndre Hopkins, ímã de bolas, excelente recebedor e fácil escolha de primeira rodada no futebol americano virtual e um wide receiver número dois de qualquer equipe – quiçá até três – não será de apenas 4 pontos por rodada. O volume do recebedor de ponta é muito maior e é mais seguro do que arriscar a produtividade de um quarterback nas primeiras rodadas desperdiçando um pick em alguém cuja diferença dentro da posição seja maior.

Streaming defensivo e de quarterbacks: o que é?

A estratégia denominada streaming é mais uma abordagem a ser tomada durante a temporada do que no draft em si, embora ela esteja intimamente relacionada à opção de selecionar um quarterback em rodadas mais tardias. O streaming consiste em, basicamente, escolher uma defesa ou quarterback para cada semana de acordo com o matchup

Ou seja, ao invés de você contar com aquele titular estável no seu line up, você faz uma rotação de quarterbacks de acordo com o matchup daquela semana. Por exemplo, ano passado era quase uma regra procurar o signal caller que iria enfrentar o New Orleans Saints. A defesa da equipe da NFC South era uma dádiva para os ataques adversários. Por exemplo, Eli Manning não é um dos quarterbacks prediletos para Fantasy Football. Mesmo assim, na semana seis, o jogador passou para 350 jardas e 6 touchdowns, anotando 38 pontos no formato standard. Cam Newton, que foi o quarterback com mais pontos no mesmo formato, teve apenas 18 pontos na mesma semana.


O mesmo se aplica às defesas e times especiais. Procurar um ataque que tenha dificuldades em mover a bola, ou que tenha a tendência em cometer turnovers, e escalar a defesa que o enfrentará geralmente dá resultado.

As vantagens do streaming são, basicamente, duas: você não se preocupa em draftar um quarterback ou defesa tão cedo; você pode se dar ao luxo de acumular wide receiverrunning backs antes de se dedicar a um signal caller ou unidade defensiva. Ter profundidade no elenco é fundamental para lidar com lesões e rendimentos abaixo do esperado que inevitavelmente acontecerão durante a temporada. Fique de olho, entretanto, se sua liga tiver dois quarterbacks: o streaming se torna extremamente mais difícil pela escassez de titulares que podem ser produtivos no Fantasy Football. Nesses casos, você quer construir uma base de signal callers produtivos – com dois, talvez até três – e observar o que cai no waiver wire.

Fora isso, em ligas com apenas um quarterback de 10, 12 e 14 times, a tática de streaming funciona muito bem, pelo simples motivo de existirem pelo menos 24 titulares na NFL que serão produtivos dentro do universo de Fantasy Football.

Observe as tendências dos outros jogadores e as tendências do draft

Quando no Draft, não basta apenas olhar para o próprio time. É fundamental observar o que as outras equipes estão escolhendo, as preferências dos jogadores e o que você mesmo já escolheu. Por exemplo, se me perguntarem se, na sexta rodada, Brandon Marshall deve ser selecionado, eu diria que sim, sem sombra de dúvidas. Agora, se o seu time tem Antonio Brown e Mike Evans, eu talvez já recomendaria uma outra escolha.

Portanto, o draft é situacional. Quem você escolhe depende do que os outros estão escolhendo e do que você já selecionou. Fique atento às tendências dos outros times, se eles estão preferindo running backs na primeira rodada, ou wide receivers, para que você não fique sem um nome nestas posições. Ou se você perceber a corrida por quarterbacks – aquele momento no qual um escolhe o primeiro Cam Newton da vida e todos vão atrás para garantir um topo de linha – você pode aproveitar e conseguir profundidade nas posições de wide receiver running back.

Observe, sempre. Podemos dar todas as dicas do mundo para o seu draft, mas não estamos lá fisicamente com você. Raciocinar a melhor forma de conseguir um time sólido é o caminho para o sucesso, e muitas vezes abdicar de escolher um jogador do seu time, ou alguém que você gostar muito pode ser a melhor decisão para sua equipe e suas chances no Fantasy Football.

O campeonato nunca está ganho no draft

Esse é um dos mantras do Fantasy Football. O campeonato nunca está ganho no draftClaro, você pode sair com um ótimo time, mas lesões acontecem, assim como rendimentos abaixo do esperado. Ter a habilidade de conseguir jogadores valiosos no waiver wire, trocar aquele pick alto por nomes que estão já produzindo são partes fundamentais para recolocar seu time no páreo.  Saber adaptar ao longo do ano é fundamental.

Sempre surge valor durante a temporada – oportunidade é um dos elementos essenciais para um jogador no Fantasy. Em 2014, foi Odell Beckham Jr., que veio do waiver de muitas ligas para levar equipes até o título; ano passado Stefon Diggs, Charcandrick West, Blake Bortles sequer foram draftados em várias ligas e foram opções boas em muitas semanas.

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