Fantasy: variações quanto à pontuação e o impacto do kicker

Este é o sétimo da série de textos sobre Fantasy mais completa já feita em nosso site. O objetivo é fazer manjar tudo de fantasy, aprender como funciona esse jogo virtual e garantir que você consiga tirar aquela onda com todos os seus amigos no final da temporada!

Depois de falarmos  sobre as ligas que variam de acordo com as posições escaladas, chegou a hora de mencionarmos as mudanças relativas à pontuação. Já falamos do formato standard em outra oportunidade, então se por ventura algo não ficar claro neste texto, só conferir o quarto texto da série!

Vamos tratar aqui sobre os aspectos das ligas que premiam pontos por recepção (PPR), suas principais características, sobre os bônus que podem ser conferidos em adição ao que o jogador faz dentro de campo e os impactos que o kicker tem dentro do jogo. Todos estes assuntos já foram mencionados em outras oportunidades, mas serão abordados com o devido cuidado num só texto.

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O formato PPR

O modelo PPR (points per reception) é aquele no qual são atribuídos pontos adicionais à perfomance do jogador para cada recepção realizada. É uma bonificação em relação à pontuação standard, na qual se pontua de acordo com a perfomance em jardas, touchdowns e qualquer forma de pontuação realizada pelo jogador. Essa modificação está enraizada na cultura do Fantasy Football, sendo possivelmente a mudança mais popular no jogo virtual.

O valor dessa bonificação varia de acordo com a liga. Os mais comuns são 0.5 ou 1 ponto por recepção. A primeira coisa que vem à mente quando pensamos em PPR é que o valor do wide receiver de elite sobe em relação ao seu valor no standard. É lógico: se o Antonio Brown já faz um caminhão de pontos sem qualquer bonificação, quem dirá se ele receber 0.5 ponto adicional para cada bola que ele receber. No draft, as primeiras opções da primeira rodada passam a ser mais focadas naqueles recebedores que são ímãs de bola dentro de campo, ao invés de uma ênfase maior nos running backs de elite.

Entretanto, a mudança mais interessante que se mostra com a premiação por recepção é a redução no gap entre o running back de elite e running backs cujo papel no time é receber bolas em situações de passe. Importante apontar, antes de mais nada, que há corredores que acumulam as duas funções: são tanto os responsáveis pela carga no jogo terrestre e recebem passes, como no caso de Arian Foster. Ainda assim, há uma gama de jogadores que são utilizados em terceiras descidas que tem oportunidades limitadas de correr com a bola, mas desempenham um papel específico na equipe, como Duke Johnson na sua temporada de calouro pelo Cleveland Browns.

O motivo pela diminuição da diferença entre um running back que não recebe passes para os corredores que desempenham o papel de partir do backfield e agarrar as bolas é simples: os jogadores de carga não são bonificados por tentativa de corrida, enquanto um running back que recebe bolas terá esses pontos adicionais além das jardas conquistadas.

Outro aumento de valor perceptível em relação ao valor do standard é dos slot receivers que funcionam como válvula de escape no ataque de uma equipe; os jogadores que muitas vezes são colocados em segundo plano pois, apesar de receberem muitas bolas, não conquistam muitas jardas. No caso do PPR, estes nomes tem um aumento de pontuação imediato: se um jogador recebia 6 passes para 50 jardas e anotava 5 pontos, num formato de 1 ponto PPR ele já conquistará 11 pontos.

Uma observação: é claro que você pode bonificar as tentativas de corrida, e é disso que vamos tratar agora.

Bonificações adicionais

As bonificações podem ser aplicadas para cada marca conquistada por um jogador em determinada partida. Por exemplo, a cada 100 jardas terrestres conquistadas por um jogador você atribui um bônus de 2 pontos. Ou a cada três touchdowns anotados por um quarterback, dar mais 3 pontos como premiação pela perfomance. Ao meu ver, esse tipo de bonificação pode ser injusta e bonificar algo que já é excelente. Se um jogador alcança 200 jardas, ele por si só já conquista 20 pontos; adicionar outros bônus seria só aumentar o gap entre os desempenhos excepcionais e a média dos times da liga.

Particularmente, eu gosto de encarar a bonificação por feitos dentro do jogo de uma maneira: criar novas possibilidades estratégicas. Ao invés de você premiar ainda mais os feitos de um jogador dentro da partida, você bonifica situações específicas que valorizam de alguma forma jogadores que desempenham um papel específico na equipe. Por exemplo, há jogadores que entram em campo apenas para as goal-line carries, isto é, carregadas na linha de uma jarda. Mike Tolbert, do Carolina Panthers, era responsável por esse papel em 2015. Se você bonificar alguns pontos para um número determinado de carregadas dentro da linha de 5 jardas, você acaba bonificando role players, aumentando o valor de nomes que de outra forma seriam deixados de lado.

Outro exemplo é bonificar um determinado número de recepções na red zone. Muitos wide receivertem mais snaps na partida no final do campo, seja pelo aspecto físico ou alcance. Esse tipo de premiação aumenta o valor destes jogadores que tem seu impacto em situações específicas.

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O impacto do kicker – jogar com ou sem?

Padrão em muitas ligas de Fantasy, o kicker, ao meu ver, é um coringa no time do futebol americano virtual. O desempenho deles, com exceção de um ou dois de elite, é extremamente volátil; em determinadas partidas é capaz de acabar com 4 pontos e em outras com 17. Para quem estuda os números do Fantasy e tenta minimizar o aspecto “sorte” do jogo – por mais que ele permeie tudo que envolve o futebol americano virtual – o kicker é um pesadelo.

Quando analisamos o valor de um jogador, uma série de fatores entram em campo (quase que literalmente): o número de bolas lançadas na sua direção por partida (targets), o percentual de recepções, a competição dele dentro do próprio elenco, a qualidade dos jogadores ao seu redor, o esquema no qual ele está inserido, o calendário… enfim, uma série de fatores. Todavia, estes fatores não se aplicam; a aleatoriedade da atuação do kicker em si já torna qualquer projeção em relação às suas perfomances voa pela janela.

Portanto, se você visa diminuir a sorte dentro da sua liga, eu recomendo fortemente a remoção do kicker da sua escalação. Na semana tal o jogador pode fazer 3 pontos, e na semana seguinte 19. Isso é extremamente frustrante para os managers que se preparam arduamente e acabam perdendo uma partida na qual todas as decisões foram tomadas corretamente para 4 field goals chutados corretamente.

Claro, há sempre a faculdade de reduzir os pontos atribuídos ao kicker no standard, ou penalizá-lo por erros. É uma solução viável para quem não quiser abandonar o Adam Vinatieri no Fantasy Football. Entretanto, pode ainda ter uma atuação tão desproporcional que mesmo assim você pode perder suas partidas.

Se você quiser contar com mais estudo, preparo e colocar a sua liga num patamar acima, tire o impacto do kicker. Caso contrário, se quiser manter aquele elemento surpresa toda a semana, você pode deixar o seu chutador predileto na sua escalação e na sua liga.

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