Parece que as coisas começam a tomar um rumo no Denver Broncos. Após dois bons Drafts em 2018 e 2019, o general manager John Elway trabalhou de maneira inteligente na free agency deste ano, dando esperanças de um bom ano para o torcedor da franquia do Colorado. Vale lembrar que o dirigente, que montou time campeão do Super Bowl 50, vinha tendo seu trabalhado contestado por decisões ruins nos anos seguintes ao título.
Após contratar Vic Fangio para ser o head coach em 2019, o cenário começou a mudar. Se antes Elway corria o risco de se tornar um Dave Gettleman, agindo de forma instintiva e sem uma direção coesa, hoje cada movimento é bem-planejado. Jornalistas que cobrem o time de perto apontam para uma maior delegação de responsabilidades e participação de todos nas decisões, algo que anteriormente não acontecia. Isso tudo tem impacto positivo e foi fundamental para a boa free agency de 2020.
PLANEJAMENTO FOI A CHAVE
Os Broncos tinham seus alvos muito bem mapeados e sabiam quanto aceitariam pagar por cada um deles. Desta forma, bastava aproveitar a oportunidade, sem deixar negócios na mesa, que poderiam ser alvos de outros times. No caso da negociação com o Jacksonville Jaguars pelo cornerback A.J. Bouye, isso ficou evidente. Apoiado na boa relação Matt Russell, alto executivo dos Broncos, com David Caldwell, general manager do time da Florida, não houve hesitação em oferecer uma escolha de quarta rodada pelo jogador. Em poucas horas o acordo estava fechado e antes mesmo de qualquer agitação, os Broncos tinham resolvido uma necessidade latente em seu elenco.
Na contratação do jogador de interior de linha defensiva Jurrell Casey, uma situação similar. Os Broncos sabiam que o Tennessee Titans precisavam abrir espaço na folha salarial, por conta do novo acordo de Ryan Tannehill e da franchise tag aplicada em Derrick Henry. Novamente Matt Russell teve papel importante: amigo de Jon Robinson, general manager dos Titans e com quem trabalhou no New England Patriots, fez sua rede de informações valer e conseguiu a troca dando apenas uma escolha de sétima rodada.
ANTEVENDO O DRAFT
Outro ponto importante foi antecipar o Draft e saber em quais posições deveria gastar um pouco mais. Baseado nisso, por exemplo, se fez o acordo com o guard Graham Glasgow. Sabendo que a classe deste ano não tem muita profundidade entre os jogadores vindos das universidades, os Broncos acertaram com Glasgow por quatro anos, pagando US$ 44 milhões. O contrato foi estruturado de forma com que os Broncos possam dispensar o jogador em 2022, quando terá 30 anos, evitando muitos prejuízos. Até lá, dá para mapear possíveis substitutos sem grandes traumas e aproveitar Glasgow antes do declínio natural.
A paciência também esteve em alta. Notando que o mercado não estava disposto a pagar caro por Shelby Harris, Elway esperou até o início de abril para oferecer um módico contrato de US$ 3 milhões e com apenas um ano de duração. Harris, que jogava desde 2017 nos Broncos, esperava receber um acordo de 3 anos, com média anual de US$ de 12 milhões. Com essa tacada, o time conseguiu trazer mais um titular de volta na linha defensiva por um valor que pouco pesará na folha salarial.
UM LAPSO QUE CUSTA CARO
Nem tudo pode ser perfeito. Quando parecia que Denver teria uma free agency praticamente sem erros, Elway fez um movimento estranho, assinando com o running back Melvin Gordon. O preço do contrato é que incomoda: US$ 16 milhões, por dois anos, sendo 13 destes garantidos. Para um time que já tem no elenco Phillip Lindsay e Royce Freeman, é acordo um tanto quanto duvidoso. Em especial considerando o histórico de lesões do recém-contratado, atender o capricho do novo coordenador ofensivo Pat Shurmur pode ser um tiro no pé.
Apesar da desconexa ação que trouxe Gordon, o saldo do trabalho no mercado é muito positivo. Contratações em posições que o time era deficitário, como cornerback e interior tanto de linha defensiva quanto ofensiva, fazem com que o planejamento para o Draft possa ser calcado em talento na primeira rodada, sem a necessidade de escolhas desesperadas. Os Broncos hoje têm um plano e se ele vai dar certo, ninguém pode saber. Mas ter um rumo é o primeiro passo para o sucesso.
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