A discreta, mas ótima free agency dos 49ers

San Francisco segurou os agentes livres que precisava segurar e ainda conseguiu alguns ótimos negócios no mercado, tudo isso firmando bons contratos e sem fazer nenhuma loucura financeira

O San Francisco 49ers ganhou algumas manchetes ao tornar Trent Williams o offensive lineman mais bem pago da história, porém, fora isso, pouco tem sido falado sobre a excelente free agency da franquia até aqui. Não houve aquisições bombásticas, mas em compensação o general manager John Lynch foi capaz de trazer de volta os principais jogadores que virariam agente livre e, ademais, buscou reforços pontuais e baratos no mercado.

Em um momento no qual as finanças estão comprometidas por conta da diminuição do salary cap, não ter um elenco pior em relação ao da temporada anterior já é um imenso feito para a maioria dos times. San Francisco conseguiu fazer isso, inclusive ficando mais forte em alguns setores – caso, por exemplo, da linha ofensiva.

49ers escolheram muito bem com quem reassinar

A lista de free agents era enorme, logo não seria possível nem aconselhável impedir todo mundo de ir embora. A franquia, então, focou em quem devia focar. Nomes como Tevin Coleman, Richard Sherman, Solomon Thomas e Kendrick Bourne, antes importantes no plantel, tornaram-se dispensáveis. O único que talvez San Francisco se arrependa de ter deixado partir é Ahkello Witherspoon – o cornerback fechou por uma temporada e quatro milhões com o Seattle Seahawks.

A prioridade, sem dúvida, era manter o left tackle Trent Williams. O acordo de seis anos e 138 milhões parece um exagero para um atleta de quase 33 anos de idade, entretanto é preciso entender os termos do negócio. Na prática, pode acabar sendo um contrato de apenas três temporadas e 60 milhões, já que os 49ers poderão cortá-lo em 2024 e carregar 12 milhões de dead money. São valores bastante aceitáveis pelos serviços de um dos melhores left tackles da história. De resto, temos os exemplos recentes de Andrew Whitworth e Jason Peters, outros jogadores da posição que renderam em altíssimo nível até bem depois dos 30. É uma decisão totalmente justificável.

A renovação de Jason Verrett também merece destaque. Um ano e 5,3 milhões pelo melhor cornerback da equipe? É uma baita barganha. Só não foi um contrato maior e mais valioso porque Verrett tem um longo histórico de lesões e ninguém sabe se ele conseguirá manter-se saudável. Caso consiga, contudo, estará em linha para uma bela extensão.

Outra aposta válida foi a manutenção do jovem e subestimado iDL D. J. Jones e do cornerback Emmanuel Moseley. Ambos trazem profundidade a suas posições e também saíram barato, provavelmente custando menos do que custaria buscar jogadores similares no mercado.

A única renovação estranha são os cinco anos e 27 milhões oferecidos a Kyle Juszczyk. Parece ser um contrato fora de propósito para um fullback de 30 anos e que atuou em apenas 43% dos snaps ofensivos em 2020, por mais que ele seja ótimo e caia como uma luva no esquema de Kyle Shanahan. Em todo o caso, os 49ers poderão pular fora do acordo sem maiores consequências financeiras após três temporadas, carregando apenas 2,6 milhões de dead money.

Busca pontual por reforços trouxe frutos

Conforme dissemos antes, San Francisco não fez grandes aquisições, porém as duas caras novas contratadas por Lynch podem ajudar bastante o time. A primeira é o center veterano Alex Mack. Ele é um upgrade instantâneo mesmo aos 35 anos de idade, prometendo resolver os problemas da posição causados pelas seguidas lesões de Weston Richburg. Mack já jogou sob o comando de Shanahan em duas outras franquias, ainda rende em alto nível, é extremamente durável e fechou por três anos e 15 milhões.

A segunda cara nova foi o EDGE Samson Ebukam. O ex-Los Angeles Rams não chega com o status de titular, mas sim para dar profundidade ao grupo de pass rushers, o qual sofreu demais em 2020 depois das lesões de Dee Ford e Nick Bosa. Ebukam servirá como apressador de passe situacional, possuindo um teto limitado de produção – o que condiz com o contrato de duas temporadas e 12 milhões assinado por ele.

Enfim, não são peças que sozinhas mudam a equipe de patamar. São as cerejas no bolo de um elenco já muito forte e capaz de colocar os 49ers de novo como candidatos ao Super Bowl. Lynch, Shanahan e o resto da comissão técnica merecem parabéns pelo trabalho feito até aqui.

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