O Las Vegas Raiders é um dos campeões da free agency 2020 no quesito custo-benefício. Não foram muitos free agents top de linha assinados, com exceção do linebacker Cory Littleton, mas em compensação foram várias aquisições boas e baratas, sobretudo reforçando a defesa, um problema crônico da equipe. Com isso, a expectativa é que Las Vegas dê mais um passo rumo a se tornar um candidato sólido aos playoffs, o que quase aconteceu em 2019, após a franquia chegar à semana 17 com (remotas) chances matemáticas de pós-temporada.
Sabemos que quem “vence” a free agency em março normalmente não vence muitos jogos a partir de setembro, porque isso quase sempre significa que o elenco era muito fraco e precisou ser remontado aos trancos e barrancos com agentes livres, porém os Raiders talvez tenham encontrado um bom equilíbrio entre reforços pontuais e uma base defensiva preexistente. Tudo isso graças ao trabalho do general manager Mike Mayock e head coach Jon Gruden nos últimos meses.
Las Vegas aos poucos montou um front seven de grande potencial
Os Raiders têm uma defesa ruim desde sempre, frequentemente estando entre as piores da NFL em jardas e pontos cedidos. Salvo por um ou outro nome – como Khalil Mack, o defensor do ano de 2016 -, a unidade não costuma colocar medo em ninguém. Em 2019, por exemplo, ela foi a 2ª pior no ranking de DVOA, à frente apenas do Miami Dolphins. Apagões defensivos custaram algumas vitórias, como na semana 2, após ceder 28 pontos ao Kansas City Chiefs em apenas um quarto.
Entretanto, nem tudo foi terra arrasada. A ascensão de alguns jovens jogadores, principalmente na linha defensiva, foi uma notícia bastante positiva. Estamos falando dos EDGEs calouros Maxx Crosby e Clelin Ferrell, além dos iDLs Maurice Hurst e PJ Hall. Esse é o sólido alicerce no qual a defesa da franquia está se assentando.
Las Vegas, então, fez duas contratações excelentes para o setor mais carente de sua defesa: os linebackers Cory Littleton e Nick Kwiatkoski. O primeiro é um jogador veloz e completo, com uma produção impressionante pelo Los Angeles Rams nas duas últimas temporadas, capaz de parar o ataque terrestre e marcar o passe com excelência, algo cada vez mais exigido dos linebackers modernos; já o segundo é um pouco menos completo, mas mesmo assim consistente diante do jogo corrido. Kwiatkoski, na verdade, provavelmente só foi embora do Chicago Bears porque a franquia teve que escolher entre pagar ele ou Danny Trevathan – e optou pelo último.
Ambos prometem ser as âncoras do miolo defensivo, reforçando um setor que não contava com nenhum nome minimamente confiável desde a suspensão de Vontaze Burfict. E o melhor de tudo é que não foi caro: Littleton assinou por 3 anos e 35 milhões – a projeção era ele ganhar algo na casa dos 14 ou 15 milhões anuais -, enquanto Kwiatkoski fechou por três temporadas e 21 milhões. Duas barganhas.
Os Raiders, aliás, montaram um front seven de respeito para 2020. Além da base do ano passado e dessas duas contratações, Mayock trouxe outros dois atletas interessantes: o iDL Maliek Collins e o EDGE Carl Nassib. Não se tratam de jogadores espetaculares, mas ambos serão importantes na rotação defensiva, principalmente Collins, um iDL com boa capacidade de penetrar no backfield adversário para pressionar o quarterback.
Já a secundária continua frágil
Apesar das boas adições para a linha defensiva e o corpo de linebackers, a secundária segue como motivo de preocupação. A posição de safety foi endereçada apenas com Jeff Heath, um ex-Dallas Cowboys no máximo mediano. Já o fraco grupo de cornerbacks recebeu apenas o reforço de Eli Apple, ex-New Orleans Saints. São nomes interessantes pensando em dar profundidade ao elenco, mas não para resolver os problemas de suas respectivas posições.
O provável é que a franquia foque em defensive backs no Draft. Estes são a última peça que falta no quebra-cabeça de Las Vegas. Com novos e produtivos cornerbacks, por exemplo, a defesa da equipe estará praticamente completa e pronta para uma efetiva mudança de patamar.
Reforços ofensivos, por sua vez, não empolgam
Os Raiders fizeram apenas duas movimentações ofensivas até o momento em que este texto é escrito. Nenhuma delas empolgou muito os torcedores.
O quarterback Marcus Mariota chega para ser reserva e colocar calor em Derek Carr, trazendo um pouco de competição para que este não se acomode, mais ou menos igual ao que o Tennessee Titans fez com o próprio Mariota ao assinar com Ryan Tannehill na intertemporada passada. A princípio, Carr não deve perder a posição, mas possivelmente veremos uma certa disputa entre eles durante a pré-temporada.
Já o veteraníssimo Jason Witten foi uma contratação bastante aleatória. À parte a experiência e ser uma presença forte no vestiário, é difícil imaginar como ex-tight end dos Cowboys ajudará dentro de campo aos 38 anos de idade. O curioso é que agora os Raiders terão dois ex-comentaristas do Monday Night Football fazendo parte da organização: Witten e o técnico Jon Gruden.
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