O New York Giants chegou ao mercado com um dinheiro considerável para gastar e muitos buracos no elenco a serem preenchidos. No final das contas, vários jogadores foram contratados, mas poucos realmente prometem ter um impacto significativo no time titular, sendo a maioria nomes para dar profundidade ao plantel. Ademais, quem veio para de fato ser titular acabou custando mais do que vale.
Confira abaixo a nossa análise completa.
Principal contratação: James Bradberry, CB
Bradberry é um jogador sólido, embora longe de ser elite na sua posição ou mesmo um playmaker. Ele foi o principal cornerback do Carolina Panthers por quatro temporadas, atuando em uma divisão com excelentes wide receivers e poderosos ataques aéreos. A contratação faz sentido pensando na fragilidade apresentada pela secundária dos Giants na temporada passada, contudo existem dúvidas sobre o seu encaixe no esquema de marcação homem a homem previsto para a franquia em 2020 – Carolina focava mais em cobertura por zona.
Ao assinar com Bradberry por 3 anos e 45 milhões de dólares, New York o transformou no 4ª cornerback mais bem pago da NFL em média de remuneração anual (14,5 milhões). É bastante para alguém que não está entre os maiores talentos da sua posição, mas é o que acontece quando você busca novos titulares na free agency.
Dave Gettleman, famoso por não abrir a carteira para defensive backs (vide os casos de Josh Norman e Landon Collins), decidiu ir contra os seus princípios desta vez. Não deixa de ser um fracasso em termos de planejamento, considerando que os Giants gastaram quatro escolhas em cornerbacks nos últimos dois Drafts (a saber: Sam Beal, Deandre Baker, Julian Love e Corey Ballentine).
Pior contratação: Blake Martinez, iLB
Martinez não oferece quase nada além da sua força parando o jogo corrido. É muito pouco para um linebacker que assinou por 3 anos e 30 milhões, entrando na lista dos 10 mais bem pagos da sua posição. Aliás, a contratação fica ainda mais estranha ao nos lembrarmos de como ele – ou melhor, toda a defesa terrestre do Green Bay Packers – foi obliterado pelo ataque corrido do San Francisco 49ers na última Final de Conferência.
Blake é apenas um paliativo que chega para ser o titular no miolo da defesa. Ele provavelmente continuará sendo uma máquina de tackles derrubando os running backs adversários, mas o que acontecerá quando o outro time lançar a bola na sua direção? Por isso o seu preço parece tão fora de propósito.
“Corporativismo” de Joe Judge chama a atenção
Assim como Matt Patricia vem se enchendo de ex-atletas do New England Patriots em Detroit, obviamente com o objetivo de tentar replicar o sistema e a filosofia da equipe de Bill Belichick, Joe Judge, ex-técnico dos times especiais dos Patriots, fez algo parecido em Nova York durante a free agency.
Ao todo, o novo head coach contratou três velhos conhecidos dos tempos de New England: o running back Dion Lewis, o offensive tackle Cameron Fleming e o especialista Nate Ebner. Nenhum deles chega para ter um papel muito relevante como titular – à exceção talvez de Ebner, um ótimo special teamer -, mas todos podem ser importantes no dia-a-dia e dentro do vestiário, ajudando Judge a implementar sua filosofia de trabalho. Muitos treinadores procuram ter rostos conhecidos por perto quando iniciam um novo trabalho, então faz sentido.
Ademais, nenhum dos três recebeu um contrato fora da realidade. Lewis e Fleming, por sinal, também possuem valor decente como reservas, este podendo quebrar o galho nas duas posições de tackle, aquele como eventual substituto de Saquon Barkley em situações específicas.
Giants fizeram o necessário ao taggear Leonard Williams
Diante das circunstâncias, a franquia fez o que tinha que fazer ao aplicar a franchise tag em Leonard Williams. Após o adquirir junto ao New York Jets em outubro por uma escolha de 3ª e outra de 5ª rodada no Draft, os Giants não podiam deixá-lo ir embora cinco meses depois. Seria um fiasco inacreditável.
Podemos questionar o valor da tag (16 milhões), a produção do defensive linemam, o negócio com os Jets e até o seu encaixe na equipe, mas, já que os Giants decidiram apostar nele, o correto é manter a aposta até o fim, de preferência assinando um contrato de longa duração mais amigável do que a franchise tag nos próximos meses. Willians oferece certo potencial como apressador de passe e é enxergado como um defensor jovem que ainda não atingiu o seu auge.
Conclusão: razoável, mas cadê o pass rusher?
No geral, não foi uma free agency de encher os olhos – muito longe disso, na verdade. Bradberry e Martinez são upgrades em suas posições, mais pelas sérias carências do elenco do que pelo talento de ambos, porém vieram por um preço bastante elevado. De resto, os Giants foram atrás de vários jogadores veteranos e baratos para encorpar o plantel, como o trio de ex-Patriots, o quarterback Colt McCoy, o tight end Levine Toilolo e o EDGE Kyler Fackrell.
Não foi terrível, sobretudo se pensarmos que hoje o time está um pouco melhor em relação há um mês, mas também não dá para dizer que New York é um dos vencedores da free agency. O grande problema foi, mais uma vez, a franquia ignorar sua necessidade de pass rushers. É verdade que a oferta de EDGEs não era alta, mas sair do mercado apenas com Fackrell não é o ideal. Os Giants precisarão urgentemente de reforços para a posição no Draft.
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