Em questão de poucos meses, o Pittsburgh Steelers foi do céu ao inferno. Depois de um início de temporada perfeito, a equipe teve um final de ano extremamente amargo que foi sacramentado com a eliminação frente ao Cleveland Browns. Como se os problemas dentro de campo não bastassem, a equipe também teria de passar por uma situação extremamente desconfortável na free agency, pois estava acima do salary cap e possuía muitas pendências a serem resolvidas, principalmente no lado ofensivo.
Na tentativa de aliviar o sufoco, o contrato de Ben Roethlisberger foi renegociado de forma a aumentar o espaço na folha salarial, mas essa ajuda pouco foi o suficiente. Pittsburgh estava engessado em relação aos movimentos e não conseguiu se fortalecer para estar disputando o topo novamente em 2021: Bud Dupree e Mike Hilton – dois importantes titulares da defesa no último ano – deixaram a equipe, tal qual Matt Feiler e Alejandro Villanueva, importantes na proteção de Big Ben.
A única manutenção? JuJu Smith-Schuster, em uma barganha. Mas ainda é muito pouco, e essa free agency pode custar caro para Pittsburgh neste ano.
Defesa pode se recuperar das perdas?
Por mais que em um primeiro momento as saídas vistas do lado defensivo da bola não aparentem ser de grande impacto, há um peso significativo a ser considerado para 2021. Bud Dupree vinha em ótima temporada e se tornara o parceiro ideal para T. J. Watt, permitindo que este não fosse dobrado constantemente e fosse um terror para os quarterbacks adversários. Obviamente, a comissão técnica não poderia oferecer o preço que o Tennessee Titans julgou justo pelo EDGE, pois seria uma atitude insana nos termos financeiros, ainda assim, sua saída é um baque defensivo, pois agora Pittsburgh se torna carente de um outro pass rusher que possa atuar na extremidade oposta da linha defensiva, por melhor que seja o interior da unidade.
Além disso, no segundo nível, por mais que Mike Hilton não fosse um cornerback excelente, ainda era um sólido e versátil nome que poderia ser usado até mesmo em blitzes – só no ano passado foram 3 sacks. Ainda, houve a saída de Vince Williams, linebacker pouco conhecido que foi importante para a rotação defensiva nos últimos anos.
Não são raros os casos de defesas que foram elites por algumas temporadas e caíram de produção vertiginosamente no ano seguinte. Não estou falando que isso ocorrerá com Pittsburgh, já que as principais peças do grupo continuam lá; todavia, é inegável que a free agency roubou atletas importantes e a franquia nada pôde fazer a respeito pelas limitações financeiras.
Falta de reforços em um ataque carente
Em 2021, o ataque comandado por Ben Roethlisberger foi uma verdadeira lástima, sendo o principal responsável pela queda de produção da equipe na reta final devido a um esquema ineficaz e à problemas individuais dos jogadores. Sem resolução desses problemas na free agency, o paradigma para este ano não é nada positivo.
A reestruturação do contrato de Roethlisberger foi muito bem-vinda, afinal, os valores para 2021 eram muito pesados e não compensavam a produção de um nome que está prestes a deixar a NFL. Entretanto, mesmo com o espaço ganho no salary cap, a franquia perdeu seus dois offensive tackles titulares, Alejandro Villanueva e Matt Feiler, e isso sem contar a aposentadoria de Maurkice Pouncey logo no início da intertemporada. Para completar, um eventual retorno de James Conner ainda é incerto.
Um ataque que já era carente perdeu quase todas as suas peças sólidas e só viu o retorno de JuJu, uma rara vitória da equipe na free agency, já que o valor do contrato foi bem barato. Ainda assim, a baixa produção do recebedor no último ano não indica que ele fará uma revolução no ataque, ainda mais com a incerteza de qual versão de Roethlisberger aparecerá em setembro.
Nessa combinação, Pittsburgh saiu da free agency como um time bem mais fraco, apesar de não ter enfrentado a saída de nenhum nome estelar. A defesa perdeu peças importantes e o ataque, que já era carente, não conta mais com seus poucos bons atletas e sequer viu algum reforço. Os Steelers estão aí para provar que o salary cap na NFL não é apenas um mito e, neste momento, a situação para esta temporada começa a apresentar um teor de preocupação, com os indício do fim de um ciclo.
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