Costumo dizer que na NFL a conta de contratos ruins sempre chega. Pode até não ser no ano de assinatura, quando a torcida se empolga por um reforço que seu time precisa ou que mudará o patamar da equipe. Porém, no futuro a cobrança de um acordo mal feito e demasiadamente caro aparece: quando a franquia tem que trocar algum jogador por qualquer escolha de dia 3 de Draft ou perde um agente livre importante, em geral, foi por conta de dinheiro mal-empregado em acordos anteriores.
Pensando nisso, separei os 5 piores contratos desta free agency.
ROBERT QUINN – EDGE – CHICAGO BEARS
O general manager Ryan Pace não vem pensando muito no futuro da franquia de Chicago. Além de contratar nomes pouco produtivos como Jimmy Graham, fechou um contrato milionário com o edge Robert Quinn. Não entenda errado, Quinn é um bom pass rusher, com mais de 11 sacks e 37 pressões na temporada passada. Um bom jogador, somente isso.
Nada disso justifica um contrato de elite: 70 milhões por 5 anos, com 30 deles garantidos. Tudo isso para um atleta que começara a temporada já com 30 anos. Os Bears só tem a possibilidade de sair desse contrato em 2023, quando o dead cap será de pouco mais de 6 milhões. Terrível.
HALAPOULIVAATI VAITAI – OT – DETROIT LIONS
Uma das maiores lendas da NFL é a seleção no draft de um offensive tackle muito atlético, mas que tem problemas técnicos, sob a justificativa que poderá ser refinado no futuro. Quando é uma escolha de quinta rodada, como o Philadelphia Eagles fez ao escolher Halapoulivaati Vaitai em 2016, tudo bem.
O problema é que Vaitai tem 4 anos de NFL e nunca fez nada digno de nota: mesmo com Jason Peters cambaleando, ele teve apenas 700 snaps nos dois últimos anos. Os Lions parecem não ter percebido, afinal fecharam com ele por cinco anos e 45 milhões, sendo 20 deles garantidos. Pagar isso para um potencial reserva nunca é boa ideia.
DREW BREES – QB – NEW ORLEANS SAINTS
Os dirigentes do New Orleans Saints precisam assistir o Jornal Hoje e sua matéria clássica, de que pendurar as contas no cartão de crédito para o futuro não é uma boa ideia. Com pouco espaço na folha salarial, novamente acertou um acordo com Drew Brees: 2 anos e 50 milhões. Até aí tudo ok.
O problema é os Saints também estão apertadíssimos na folha salarial e empurraram esse dinheiro para frente. O contrato (vide abaixo) acaba ao fim da temporada de 2021, mas 16 milhões ainda contaram na folha do time para os próximos dois anos. Uma hora a conta chega.
ERIC MURRAY – S – HOUSTON TEXANS
A saga de Bill O’Brien segue: parece que o head coach e general manager do Houston Texans está muito empenhado em garantir que estará no top 5 das piores movimentações da temporada, seja em trocas ou em contratos.
Depois de praticamente entregar DeAndre Hopkins de graça para o Arizona Cardinals, ele contratou o safety Eric Murray por 3 anos, paganto o total de 18 milhões, sendo 10 destes garantidos. Não conhece? Sem problemas, ele nunca foi titular algum ou mostrou potencial para isso. Mais um tiro na água do time da capital do Texas.
BLAKE MARTINEZ – LB – NEW YORK GIANTS
Claro que Dave Gettleman daria um jeitinho de entrar na lista. Não sei se ele não teve acesso aos vídeos da temporada de 2018 ou simplesmente os ignorou.
Quando Cory Littleton acerta com o Las Vegas Raiders por 3 anos e 36 milhões, pagar 30 pelo mesmo período para Blake Martinez é tenebroso. Engraçado é como ele foge de tudo que o treinador Joe Judge e próprio GM pregam como prioridade: parar o jogo corrido. Martinez perdeu mais de 10% dos tackles que tentou em 2019, fora às vezes em que nem saiu dos bloqueios. Definitivamente, os Giants não tem um plano.
Menções (não)honrosas: Trae Waynes (CB, Cincinatti Bengals), Andrew Whitworth (OT, Los Angeles Rams), Andrus Peat (G, New Orleans Saints), Melvin Gordon (RB, Denver Broncos).
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