Ex-jogador dos Patriots na década de 1990 começa carreira como treinador no Brasil

O futebol americano no praticado no Brasil parece se tornar um mercado atrativo para alguns ex-jogadores da NFL, sobretudo os que acabaram não tendo uma oportunidade como treinador nos EUA.

Neste sentido, o Spartans Football encontrou a oportunidade de assinar com Tony De’Angelo Simmons para liderar a equipe nesta reta final da temporada 2016 e início de 2017.

O treinador chega ainda em novembro a São Paulo e vem com o intuito de buscar o primeiro título dos Spartans em nível estadual. O time atualmente disputa a novata Freedom Four Cup, que conta com São Caetano Blue Birds, Palmeiras Locomotives, São Paulo Monsters, Caraguá Ghost Ship e Diadema Diamond. O certame é fraco, mas o objetivo é grande.

Simmons é ex-atleta da NFL. No College, o jogador passou pelos Wisconsin Badgers, (NCAA Divisão I, Big Ten Conference) – onde joga o kicker brasileiro Rafael Gaglianone. O americano foi a 52ª escolha do NFL Draft de 1998 pelo New England Patriots.

O wide receiver atuou pelos patriotas durante três temporadas, até ser transferido para NFL Europe, onde jogou pelo Barcelona Dragons, em 2001. No mesmo ano, retornou aos Estados Unidos para assinar com o Cleveland Browns e mais tarde trocado para o Indianapolis Colts. Na temporada seguinte, participou da equipe de treinamento do Houston Texans e assinou com o New York Giants. A partir de 2004, mudou-se para o Canadá e para a CFL, onde entrou no relvado pelo Edmonton Eskimos na pré-temporada. Em 2005 fechou com o BC Lions. Pelos felinos canadenses jogou até 2007. Em 2010, foi convidado para jogar e treinar o Triangle Razrobacks, da primeira divisão da Dinamarca. Aposentou-se como atleta e desde então, desempenha somente a função de técnico.

O tour pelo mundo

O currículo de Simmons apresenta passagens pelo Békéscsaba Raptors – das divisões menores da Hungria. Depois foi à Índia para ajudar a desenvolver a Elite Football League of India – por sinal a única temporada realizada por lá. Voltou ao solo europeu e comandou o Amstetten Thunder, da segunda divisão da Áustria. Mais tarde, treinou o Crusaders Cagliari, da segunda divisão italiana. Comandou o Kouvola Indians, da segunda divisão da Finlândia. Depois retornou à Itália, mas para liderar o Briganti Napoli, da terceira divisão. Neste ano, treinou o Warsaw Sahrks, da primeira divisão polonesa. Para finalizar, liderou o Московские Патриоты (pronuncia-se Moskovskiye Patriote – algo como Moscou Patriotas), do campeonato russo.

A experiência no Brasil

Ainda em 2013, foi draftado pelo Dínamo SP da extinta Liga de Futebol Americano (LFA), aqui no Brasil. Como o campeonato nunca aconteceu, Simmons não chegou a desempenhar o trabalho em solo tupiniquim.

O Pro Football conversou com o americano para saber quais são as expectativas para desenvolver o trabalho junto aos paulistas. Confira abaixo o bate-papo.

Pro Football – Treinador, gostaria de saber as tuas expectativas de trabalho aqui no Brasil. Qual a sua principal meta?

Tony Simmons – Minha principal meta é trazer os Spartans de volta a ser um time respeitável e honrado. É conseguir deixa-los num sistema que que dará a oportunidade de ser um grande time em São Paulo. Dá-los a chance de ser um time de playoffs ou mais.

PF – Você tem um longo currículo jogando ou treinado em equipes de futebol Americano. O que levou a trocar de caminho na Europa e vir assinar com uma equipe brasileira?

Simmons – Não mudei o caminho da Europa para o Brasil. Estou compartilhando o amor pelo futebol em todo o mundo. Porque as coisas que aconteceram em 2013 com a LFA, mesmo com a quebra da liga, não tornaram o esporte melhor entre os brasileiros. Os Spartans têm bons jogadores e são jogadores jovens com vontade de aprender. Estou querendo introduzir um sistema para a organização inteira que vai auxiliá-los a se tornar campeões.

PF – Você foi draftado para trabalhar no Dínamo SP na extinta Liga de Futebol Americano (LFA) em 2013, entretanto, o campeonato jamais saiu do papel. O que você acha do esporte praticado no Brasil de lá para cá?

Simmons – O nível brasileiro melhorou um pouco, mas poderia ter sido muito melhor se a LFA tivesse acontecido no futebol americano no Brasil. Ela não aconteceu, então bola para frente, já que as equipes tiveram de aprender a defender sozinhas.

PF – Nossas melhores equipes ainda estão a alguns passos atrás do segundo escalão europeu, como: Áustria, França ou Polônia. Porém, os Spartans estão ainda mais longe dos nossos melhores times. Você acredita que os Spartans podem melhorar até um nível nacional num curto período, mesmo tendo parado de jogar full pads/tackle por mais de um ano?

Simmons – Os Spartans têm a chance de surpreender a todos quando for a sua hora. Agora estamos no processo de reconstrução e fundamento do sistema que desempenhará para este time nos anos seguintes. Este sistema envolverá tudo, desde a gestão até aos atletas. Tudo mesmo, desde como gerenciar a equipe até o recrutamento de futuros jogadores para os Spartans.

PF – Por quanto tempo durará o teu acerto com os Spartans? Você fica no Brasil por uma temporada inteira ou por apenas alguns meses?

Simmons – Estou aqui por um curto período. Durante este tempo eu posso implementar este sistema e tê-lo pronto para o próximo ano. Tenho a oportunidade de retornar e ajustar o sistema onde for preciso.

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