Conheça os nomes da classe de 2017 do Hall da Fama do Futebol Americano Profissional

O Hall da Fama do Futebol Americano Profissional anunciará oficialmente neste sábado (5 de agosto) os nomes de sua classe de 2017 – embora isso seja apenas uma formalidade, visto que já sabemos os integrantes dessa classe desde o início do ano. Entrar para o Hall é a maior honraria individual (fora títulos, claro) que um jogador de futebol americano pode receber. Como é tradição, a cerimônia será na cidade de Canton, em Ohio, mesmo local do Hall of Fame Game, que terminou com a vitória dos Cowboys sobre os Cardinals na noite de quinta-feira.

Como dissemos, a partida marcou a abertura da pré-temporada da NFL, sendo um dos pontos altos da semana de eventos em Canton. As festividades culminam, obviamente, com a cerimônia de introdução dos novos membros. Trazemos então um resumo da carreira dos novos membros do Hall da Fama da NFL. Vale notar a ausência do safety Brian Dawkins entre os selecionados, visto que era considerado um dos favoritos

LaDainian Tomlinson, Running Back

Tomlinson dispensa apresentações, e era um nome praticamente certo para essa classe de 2017, como já prevíamos. Tanto é que já foi introduzido ao Hall da Fama logo em seu primeiro ano elegível – ou seja, cinco anos após a aposentadoria. Os fãs mais recentes do esporte devem lembrar do corredor no final da carreira, talvez até jogando pelos Jets, onde ficou nos dois últimos anos como profissional – mas foi em San Diego que brilhou e solidificou sua entrada em Canton.

Selecionado pelos Chargers na quinta escolha geral do Draft de 2001, ficou na franquia por 9 das 11 temporadas em que atuou na NFL. Logo em sua temporada de calouro, bateu 1.236 jardas terrestre com 10 touchdowns, além de outras 367 jardas recebidas. Foi um belo cartão de visitas para a brilhante carreira que vinha pela frente[note]https://www.pro-football-reference.com/players/T/TomlLa00.htm Acesso em 4/8/2017[/note].

Terminou com mais de 10 touchdowns terrestres em cada uma das nove temporadas em San Diego, sendo que nas oito primeiras atingiu a marca de 1000 jardas. O grande ponto alto da carreira foi em 2006, quando conquistou 1.815 jardas terrestres e 28 touchdowns terrestres (recorde da NFL), com outras 508 jardas e mais 3 touchdowns recebendo passes. A performance rendeu o prêmio de jogador mais valioso (MVP) daquela temporada[note]http://www.chargers.com/honor21/ladainian-tomlinson Acesso em 4/8/2017[/note].

No total, foram cinco seleções para o All-Pro da liga, cinco vezes para o Pro Bowl e duas vezes líder em jardas terrestres. Mais do que os 145 touchdowns terrestres e 17 via recepção, ainda lançou outros 7. Os números contribuíram para que fosse escolhiido para o time da década de 2000 da NFL.

Kurt Warner, Quarterback

Outro nome que era bem cotado para estar no Hall da Fama, Kurt Warner precisou escalar alguns degraus para chegar até esse posto. É uma das histórias mais bonitas da NFL, sem dúvidas. Produto da pequena Northern Iowa, sequer foi escolhido no Draft de 1994 e passou por alguns training camps – o que o levou a assinar com o Iowa Barnstormers, da Arena Football League. Lá ficou por três temporadas, indo para a NFL Europa em 1997 – onde jogou pelo Amsterdam Admirals[note]https://www.biography.com/people/kurt-warner-519490 Acesso em 4/8/2017[/note].

Em 1998. finalmente teve sua chance na NFL pelos Rams. Embora fosse reserva ao início da temporada seguinte, Trent Green se machucou na pré-temporada e Warner foi alçado ao posto de titular. Naquele ano, chocou a todos e conquistou o título de jogador mais valioso (sendo novamente assim eleito em em 2001). Em ambos os anos, levou o time ao Super Bowl, vencendo o segundo como MVP. Nesse período, Warner foi o quarterback daquele ataque que ficou conhecido como Greatest Show on Turf, ataque famoso por quebrar vários recordes[note]https://www.si.com/nfl/2017/05/23/rams-greatest-show-on-turf-mike-martz-dick-vermeil Acesso em 4/8/2017[/note].

Em 2004, Warner foi para os Giants, onde jogou apenas uma temporada; no ano seguinte assinou com o Arizona Cardinals, franquia na qual se aposentou em 2009. Não sem antes, em 2008, levar o time ao primeiro título de divisão desde 1975 e primeiro Super Bowl de sua história. Apesar da derrota, tornou-se o único quarterback a lançar mais de 300 jardas em 3 Super Bowls. No total, foram 4 escolhas para o Pro Bowl, 2 All Pro e 2 vezes MVP do Super Bowl, sendo agora o único jogador no Hall da Fama do Futebol Americano Profissional a ter jogado boa parte de sua carreira na Arena Football League[note]https://www.pro-football-reference.com/players/W/WarnKu00.htm Acesso em 4/8/2017[/note].

Jason Taylor, Defensive End/Linebacker

Outro nome que era quase certo na lista de 2017 (como também prevemos), Taylor teve grande parte de sua carreira no Miami Dolphins – foram três passagens no total. Escolhido por Miami no Draft de 1997, teve um início excelente na liga: como calouro já conseguiu 5 sacks em 13 jogos, e foram seis temporadas para mais de 10 sacks nos onze anos na franquia.

Nesse primeiro período com a franquia da Flórida, teve o ápice de sua carreira em 2006, quando foi selecionado jogador defensivo do ano da NFL. Muito de seu destaque se devia ao dinamismo e consistência dentro de campo. Mesmo jogando na linha defensiva, teve 3 interceptações e 6 fumbles retornados para touchdown na carreira, além de 29 fumbles recuperados – todas marcas são recordes da liga[note]http://www.profootballhof.com/players/jason-taylor/biography/ Acesso em 4/8/2017[/note].




Mais do que isso, foram 139.5 sacks no total – sétima maior marca da história. Em 2008 e 2010 jogou por Redskins e Jets, respectivamente, retornando aos Dolphins em 2009 e depois em 2011, quando pendurou as chuteiras. Nessa última temporada, mesmo com 37 anos, ainda produziu respeitáveis 7 sacks e forçou um fumble, atuando apenas em situações óbvias de passe[note]https://www.pro-football-reference.com/players/T/TaylJa03.htm Acesso em 4/8/2017[/note]. Taylor foi seis vezes selecionado para o Pro Bowl, três vezes All Pro e escolhido para o time da década de 2000 da NFL.

Terrell Davis, Running Back

Escolhido na sexta rodada do Draft de 1995 pelo Denver Broncos, jogou todas as sete temporadas de sua carreira pela franquia. Apesar da seleção tardia no Draft, teve um grande impacto logo em sua temporada de calouro. Foram mais de 1000 jardas em apenas 14 jogos, com 7 touchdowns terrestres e mais 367 jardas recebidas[note]https://www.pro-football-reference.com/players/D/DaviTe00.htm Acesso em 4/8/2017[/note].

Nos dois anos seguintes se firmou como um dos melhores corredores da NFL, passando de 1500 jardas e 13 touchdowns terrestres nas duas ocasiões. A boa performance em 1996 lhe rendeu o prêmio de jogador ofensivo do ano, enquanto a temporada de 1997 foi coroada com a vitória e a escolha de MVP do Super Bowl.

Se 1997 foi especial, 1998 foi ainda mais brilhante para Davis. Ele foi o quarto jogador na história a atingir a marca de 2000 jardas terrestres, anotando ainda 21 touchdowns. A absurda performance lhe rendeu o título de jogador mais valioso da temporada, a qual terminou com mais uma vitória no Super Bowl[note]http://www.profootballhof.com/players/terrell-davis/biography/ Acesso em 4/8/2017[/note].

A partir de então a carreira do running back declinou de maneira drástica: as constantes lesões o limitaram a apenas 17 jogos nas três temporadas seguintes. Assim, aposentou-se precocemente em 2002 com uma artrite crônica no joelho. Apesar disso, é considerado por muitos o melhor jogador que os Broncos já tiveram na posição. Foram três idas ao Pro Bowl, outras três vezes selecionado como All Pro e seleção para o time da década de 90 da NFL[note]http://sports.jrank.org/pages/1101/Davis-Terrell.html Acesso em 4/8/2017[/note].

Kenny Easley, Safety

Podemos dizer que temos aqui uma surpresa: ao invés do cotado Brian Dawkins, o safety selecionado na classe de 2017 jogou em uma época mais distante – mais precisamente nos anos 80, sendo o representante necessário a cada ano e da “velha guarda” nesta classe. Um dos jogadores defensivos mais dominantes no college em sua época, Easley foi selecionado pelo Seattle Seahawks com a quarta escolha geral do Draft de 1981.

Ainda que a Legion of Boom seja bem recente, o defensor tinha como principal característica algo que o encaixaria muito bem na recente secundária dos Hawks: era muito firme nos tackles. Em seu primeiro ano na NFL foi selecionado calouro defensivo do ano, quando teve três interceptações e quatro fumbles recuperados[note]http://www.profootballhof.com/players/kenny-easley/biography/ Acesso em 4/8/2017[/note].

Nos anos seguintes, continuou sendo dominante: em 1983 foi jogador defensivo do ano da AFC (sim, os Seahawks estavam na Conferência Americana), e em 1984 melhor defensor da NFL. Naquele, foi um dos líderes do time na caminhada á primeira disputa de título da conferência, enquanto no segundo ano teve incríveis 10 interceptações. Entre 1982 e 85 foi escolhido All Pro, além de outras cinco seleções para o Pro Bowl e escolhido para o time dos melhores da NFL na década de 1980[note]https://www.pro-football-reference.com/players/E/EaslKe00.htm Acesso em 4/8/2017[/note].

A carreira passou por momentos conturbados a partir de então: em 1986 se lesionou e quase não jogou, enquanto em 1987 ele foi um dos líderes da Associação de jogadores da NFL, a qual deflagrou uma greve. Apesar da greve, parte dos jogadores não aderiram, o que culminou com um desentendimento entre Easley e alguns companheiros de equipe que não aderiram o movimento. Com isso, a franquia passou a buscar um parceiro para troca.

Em 1988, ele finalmente foi trocado para o Phoenix Cardinals. Contudo, durante os exames médicos foi detectada uma síndrome nefrótica idiopática – uma grave doença nos rins. Assim, ele acabou se aposentando precocemente, mas marcou seu nome como um dos grandes defensores da década de 1980[note]http://www.espn.com/blog/seattle-seahawks/post/_/id/24366/kenny-easley-for-the-most-part-football-loved-me-back Acesso em 4/8/2017[/note].

Morten Andersen – Kicker

Andersen é apenas o segundo jogador (apenas kicker) da posição a alcançar tal feito – Jan Stenerud foi o primeiro, em 1991. Nascido e criado na Dinamarca, ele trocou a bola redonda pela bola oval quando foi para os Estados Unidos quando jovem.




Escolhido na quarta rodada do Draft de 1982, seu início na NFL foi com muito azar: em seu primeiro kickoff, torceu o tornozelo e perdeu parte da temporada. Contudo, assim que voltou aos gramados, mostrou-se um dos mais constantes kickers da liga mais de duas décadas[note]http://www.profootballhof.com/players/morten-andersen/biography/ Acesso em 4/8/2017[/note].

Em 1991, anotou um field goal de 60 jardas, na época o segundo mais longo da história. Em 94, após 13 temporadas nos Saints, foi para o rival Falcons – nos dois times tornou-se o maior pontuador da história. Após passar por Giants, Chiefs, Vikings (e ficado dois anos fora), voltou aos Falcons em 2006, aposentando-se em 2008 aos 48 anos[note]https://www.pro-football-reference.com/players/A/andermor01.htm Acesso em 4/8/2017[/note].

Na época ele era detentor de diversos recordes da liga, alguns que duram até hoje – como número de field goals e pontos convertidos. Sua grande precisão lhe rendeu o apelido de “Mr. Automatic”, em referência ao fato de raramente errar as tentativas de field goal.

Jerry Jones – Dono, Presidente, General Manager

Homem de negócios e running back nos tempos college, Jones comprou o Dallas Cowboys em 1989 e se tornou um dos mais conhecidos dirigentes na liga. Sempre polêmico, assim que assumiu o time mandou embora o técnico Tom Landry – até então o único, já que estava no cargo desde a fundação da franquia em 1960. Em seguida, também demitiu o então General Manager Tex Schramm, assumindo ele mesmo o cargo de dirigente, o qual mantém oficialmente até hoje[note]http://www.thefamouspeople.com/profiles/jerry-jones-4310.php Acesso em 4/8/2017[/note].

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As decisões revoltaram os torcedores na época, mas a vitória de três Super Bowls nos seis anos seguintes provaram que Jones tinha tato para coisa. Mesmo que sua posição como general manager seja contestada por alguns fãs,  é inquestionável que ele foi um dos responsáveis pelas últimas décadas de sucesso dos Cowboys e da liga como um todo – Jones é considerado um dos donos mais poderosos no círculo de franquias. Comprando um time deficitário em 1989, Jerry transformou a franquia na equipe esportiva mais valiosa do mundo.

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