Dropback, 2016: Com atuação defensiva memorável, Broncos conquistam o Super Bowl 50

Há exatos 215 dias, Carolina Panthers e Denver Broncos entravam em campo para jogar o Super Bowl 50, disputado no Levi’s Stadium, em Santa Clara, Califórnia. Hoje à noite, mais de sete meses depois, as duas equipes voltarão a se encontrar, só que dessa vez a partida abrirá a temporada de futebol americano profissional – o duelo está marcado para às 21:30, com transmissão da ESPN e Esporte Interativo. Será a primeira vez na história da NFL que uma “revanche” do Super Bowl acontecerá logo no kickoff da temporada seguinte.

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Mas chega de falar de futuro – já fizemos isso bastante em nossas diversas previsões para 2016. O foco aqui é o passado. Como todo mundo deve se recordar, Denver venceu Carolina e conquistou seu terceiro Vince Lombardi Trophy graças à uma atuação defensiva excepcional, simbolizada pelo dois fumbles de Cam Newton forçados por Von Miller. O ataque dos Broncos foi o coadjuvante da noite, mesmo com Peyton Manning under center. Para os Panthers, ficou a decepção de ver um ano quase perfeito (record de 15-1 na temporada regular) acabar sem o tão sonhado título.

Nesta edição especial da coluna Dropback relembraremos com mais detalhes o Super Bowl 50. Você pode estar achando estranho um texto histórico sobre algo acontecido há poucos meses, porém é apenas mais uma forma de aquecimento para o começo da temporada 2016, pois vários atletas que participaram daquele jogo estarão de novo em ação hoje à noite.

(Torcedores dos Panthers, por favor não nos odeiem por abrirmos uma ferida que talvez ainda não tenha fechado)

O caminho até Santa Clara

O percurso de ambos os times até o Super Bowl foi bem diferente. Aproveitando-se de um calendário mais simples (por exemplo, cruzamentos com as problemáticas equipes da AFC South e NFC East), Carolina passeou durante toda a regular season. Foram 15 vitórias em 16 partidas, sendo a única derrota para os Falcons, fora de casa, na semana 16. O ataque foi o mais produtivo da liga em pontos totais (500), enquanto a defesa foi a melhor forçando turnovers (39) e a sexta em média de jardas cedidas por jogo (322,9). Individualmente falando, o quarterback Cam Newton foi escolhido o MVP da temporada e a franquia conseguiu eleger 10 nomes ao Pro Bowl. Nos Playoffs, os Panthers derrotaram os Seahawks (31 a 24) e massacraram os Cardinals (49 a 15) na final de Conferência.

Já os Broncos tiveram mais dificuldades. Apoiados na seu forte sistema defensivo, mas sofrendo com vários problemas no ataque, a franquia passou por momentos de instabilidade ao longo do ano. Os quarterbacks Peyton Manning e Brock Osweiler não conseguiram passar segurança pelo alto e o jogo terrestre não fez nada de especial. Coube à defesa a missão de carregar o time e segurar resultados apertados. Ainda assim, após um começo de temporada com sete triunfos consecutivos, Denver conquistou a AFC West com o record de 12-4. Nos Playoffs, a equipe derrotou Steelers e Patriots – a vitória sobre New England foi especialmente épica, com o pass rush amassando Tom Brady e os defensores saindo de campo como heróis.

O Super Bowl

Terminada a emocionante apresentação de Lady Gaga no hino nacional e a cerimônia de cara ou coroa com presença de várias ex-estrelas da NFL, a bola começou a voar. E Denver abriu o placar logo no drive inicial da partida. A equipe caminhou 64 jardas em pouco mais de quatro minutos, chegou até a red zone adversária e chutou um field goal de 34 jardas. Na verdade, este foi o único momento de brilho ofensivo do primeiro quarto, o qual foi marcado por muitos punts. Contudo, os Broncos ampliaram sua vantagem graças à uma bela jogada defensiva: Von Miller forçou um fumble de Newton, a bola rolou até a end zone e foi recuperada pelo defensive tackle Malik Jackson.

A reação dos Panthers começou apenas no segundo quarto. Depois de uma campanha de 73 jardas e nove jogadas, o running back Jonathan Stewart anotou o touchdown com uma corrida curta. Alguns minutos mais tarde, Jordan Norwood conseguiu um retorno de 61 jardas em um punt de Carolina, novo recorde do Super Bowl, o que deixou Denver em condições de pontuar novamente. O kicker Brandon McManus não desperdiçou o chute. Nos dois drives seguintes, as equipes trocaram turnovers: Mike Tolbert, fullback dos Panthers, sofreu um fumble (recuperado por Danny Trevathan) e Manning foi interceptado por Kony Ealy. O placar não se alterou e a primeira etapa chegou ao fim com os Broncos na frente por 13 a 7.

A volta do intervalo foi trágica para Carolina. Primeira posse de bola: field goal de 44 jardas perdido. Segunda: turnoverT.J. Ward interceptou o passe de Cam Newton e na sequência sofreu um fumble, mas o linebacker Danny Trevathan recuperou. Para piorar, Denver ampliou o marcador com outro field goal no meio das duas campanhas.

Os Panthers só iriam pontuar mais uma vez no jogo. Após recuperar um fumble no início do último quarto, a franquia caminhou algumas jardas e chutou um field goal – desse vez Graham Gano não errou. Porém a reação não passou de mera ameaça. Com cerca de quatro minutos para o término da partida, Von Miller brilhou de novo, forçando outro fumble de Newton. O safety T.J. Ward levou a bola até a beira da end zone e o running back C.J. Anderson anotou o touchdown. Denver arriscou a conversão de dois pontos, teve sucesso e deu números finais ao confronto: 24 a 10.

Como podemos notar, o Super Bowl 50 foi um duelo marcado pelo predomínio das defesas, sobretudo a dos Broncos. O prolífico ataque de Carolina e o MVP da temporada pouco puderam fazer diante de Von Miller, DeMarcus Ware, Malik Jackson etc. Ao todo, Denver somou sete sacks, 13 hits e quatro turnovers forçados, conseguindo uma das performances defensivas mais espetaculares da história do Super Bowl.

Von Miller MVP e a despedida de Peyton Manning

O jogador mais valioso do Super Bowl não poderia ter sido outro além de Von Miller. O linebacker terminou a noite com seis tackles, 2,5 sacks e dois fumbles forçados, sendo um dos principais responsáveis pelo dia infernal vivido por Cam Newton. A atuação de gala na final coroou seu ótimo ano e o ajudou a se transformar no defensor melhor pago da história da liga.

Fora a consagração de Von Miller e o título, a noite de 7 de fevereiro também foi especial por outro motivo. Conforme já era esperado, o Super Bowl 50 foi a última partida de Peyton Manning como jogador profissional de futebol americano. Após uma temporada estatisticamente ruim e comprometida por uma séria lesão no pé, o quarterback decidiu que era hora de se aposentar do esporte responsável por transformá-lo em lenda. A atuação pode ter sido apagada (13 de 23 passes completos, 141 jardas e uma interceptação), mas o tamanho e a importância da merecida conquista foi gigante.

A vida pós-Super Bowl

Bem, os desdobramentos do que aconteceu no Super Bowl 50 você acompanhou nos últimos meses aqui no ProFootball com a nossa cobertura da intertemporada. Não há muito mais a acrescentar por enquanto. Novos heróis surgirão e novas histórias começarão a ser contadas hoje à noite, a partir das 21:30. Nos vemos lá.

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