Podemos dizer que 10 anos é muito, muito tempo. Lembra das vuvuzelas na Copa do Mundo? Faz 10 anos. Tia Tok não era uma aplicativo, mas uma música de Ke$ha e uma das mais tocadas nas rádios. Em 10 anos, muita coisa pode mudar. Assim, num esporte físico como o futebol americano, fica difícil vislumbrar que contratos assim sejam feitos. Porém, se há uma posição na qual isso não costuma acontecer, porém, é na de quarterback.
Após a assinatura do contrato de Pat Mahomes, o perfil MySportsUpdate lembrou no twitter mais três contratos de 10 anos. Todos tiveram final “infeliz” de alguma maneira. Mahomes, claro, tem bala na agulha para quebrar essa sina como fizera com a Maldição da Capa do Madden. Sem mais delongas, lembremos dos outro quatro contratos e dos quarterbacks.
1- Drew Bledsoe, Patriots, 2001
Outrora escolha de primeira rodada do New England Patriots e titular absoluto na posição, Bledsoe assinou um sem precedentes contrato de 10 anos com New England. Na época, os valores eram bem menores dos que o que temos hoje – a média salarial de Bledsoe seria de 10 milhões de dólares, 20% dos números anuais de Mahomes.
O que deu errado? Bledsoe conduzira o New England Patriots ao Super Bowl em 1996 e era titular em 2001 – mas estava sendo questionado por parte da torcida e rumores diziam que também por Bill Belichick. Na Semana 2, Bledsoe saiu do pocket e sofreu um contato fortíssimo do linebacker Mo Lewis, então no New York Jets. Ele até chegou a voltar para o jogo, mas foi retirado e foi para o hospital posteriormente com hemorragia interna. Em seu lugar, entrou um segundanista chamado Tom Brady. Creio que não preciso ir além nas explicações aqui – Bledsoe foi trocado para o Buffalo Bills antes da temporada 2002.
2- Brett Favre, Packers, 2001
3 vezes MVP e campeão do Super Bowl na temporada 1996 – justamente em cima de Bledsoe – Brett Favre tinha apenas 31 anos quando assinou por mais 10. A expectativa, dada sua durabilidade e por nunca perder jogos por lesões, era que ele terminasse a carreira em Green Bay e que trouxesse o Vince Lombardi Trophy de volta para casa mais uma vez.
O que deu errado? O desempenho de Favre nos anos 2000 não foi o mesmo em relação à brilhante década anterior e os Packers não voltaram ao Super Bowl sob sua tutela. Para complicar as coisas, Aaron Rodgers foi draftado na primeira rodada em 2005 e Favre engatou uma novela de aposenta, não aposenta. Em 2008, aposentou e quis voltar – mas a diretoria de Green Bay já se comprometera com Rodgers como titular. A Favre, restou ser trocado para o New York Jets, onde ficou por um ano. Depois, assinou com o Minnesota Vikings – onde terminou a carreira e levou o time ao NFC Championship Game de 2009.

3- Donovan McNabb, Eagles, 2002
McNabb foi a primeira escolha do Draft dos Eagles em 1999 e já mostrava poder de fogo em 2002. Embora o MySportsUpdate liste o contrato como de 10 anos, o Spotrac o lista como de 9 – mas vamos manter aqui da mesma forma. Donovan vinha evoluindo com o head coach Andy Reid e era uma das jovens estrelas da NFL na época.
O que deu errado? McNabb conduziu os Eagles ao Super Bowl em 2004, mas depois disso o máximo que alcançou foi a final da Conferência Nacional – também conhecida como “o salto que Andy Reid não conseguia dar”. Talvez as lesões tenham atrapalhado, menção a isso tem que ser feita. Foi um quarterback competente, mas os Eagles optaram por não renovar novamente o vínculo após 2010 – preferiram seguir com Michael Vick, que inclusive figura na nossa lista.
4- Daunte Culpepper, Vikings, 2003
Culpepper herdou o time de Randall Cunningham – aquele que chegara a um 15-1 – e tal como ele, conduziu a equipe à final da Conferência Nacional. Isso aconteceu em 2000, apenas seu segundo ano. Daunte mostrava promessa, era jovem e parecia ser o futuro do Minnesota Vikings. Com a equipe tendo em Randy Moss o melhor wide receiver jovem da época, tudo parecia estar alinhado para que os Vikings fossem competitivos por muito tempo.
O que deu errado? Culpepper tinha um problema crônico de interceptações – nessa final da NFC que mencionei, foram três. Ele inclusive chegou a liderar a NFL em interceptações na véspera do contrato, com 23 na temporada de 2002. A temporada de 2004 foi melhor, tendo passado das 4000 jardas e com 39 touchdowns, números impressionantes para a época. Lesões, problemas extracampo e discussões com a diretoria do time minaram sua carreira em Minnesota e ele pediu para ser trocado – assim o foi, para Miami. Nunca mais foi o mesmo quarterback, com as lesões sendo parte significativa de sua queda de rendimento.
5- Michael Vick, Falcons, 2004
Este o MySportsUpdate não listou, mas consta na lista da Wikipedia de contratos mais longos da história do esporte. Vick tomou a NFL de assalto mais ou menos como Lamar Jackson o fizera na temporada passada – também passando das 1000 jardas corridas e, tal como Lamar nesta temporada, também sendo capa do Madden. Isso aconteceu justamente no ano de assinatura do contrato, aliás. Vick era uma grande estrela da liga e ajudou a colocar os Falcons no mapa pela primeira vez desde o Super Bowl da temporada 1998 e a anterior Era Deion Sanders.
O que deu errado? Vick se envolveu na organização de rinhas de cachorro e ficou preso após sentenciado pelo crime – foram 21 meses na cadeia. O contrato com os Falcons foi anulado e Vick voltou à NFL com o Philadelphia Eagles, tendo uma passagem relevante no time entre 2009 e 2013 (mas sem o brilho de outrora).
Leia também:
É hora de um novo Von Miller em 2020 🏈
Curti: Como os 500 M para Mahomes podem ser uma barganha em alguns anos
Como Le’Veon Bell pode voltar ao alto nível em 2020 🏈
Análise tática: 5 lances que mostram que Mahomes vale cada centavo 🏈






