História, Super Bowl XXXIX: Patriots vencem os Eagles e consolidam sua dinastia

[dropcap size=big]N[/dropcap]o próximo domingo, Patriots e Eagles entrarão em campo para decidir o Super Bowl LII, ao mesmo tempo em que reeditarão um confronto ocorrido há 13 anos no Super Bowl XXXIX.

No dia 06 de fevereiro de 2005, no antigo Alltel Stadium, em Jacksonville, os times se encontraram na final da NFL. Embora a partida não tenha entrado para o seleto grupo das melhores de todos os tempos – na verdade, talvez seja até mesmo um dos Super Bowls menos badalados dos últimos anos -, ela foi bastante disputada, só sendo decidida nos últimos segundos. No final, New England se aproveitou dos vários erros cometidos por Philadelphia e venceu por 24 a 21, assegurando seu terceiro anel de campeão em quatro temporadas.

Vamos então relembrar os fatos mais marcantes deste jogo, desde a grande atuação de Deion Branch e da defesa dos Patriots até os vacilos de Donovan McNabb e Andy Reid, os quais ajudaram a enterrar os Eagles.

Contexto: o fim da agonia de Philadelphia

É difícil dizer se a primeira metade dos anos 2000 foi excelente ou péssima para os Eagles. Se por um lado a franquia conquistou quatro títulos da NFC East e chegou quatro vezes à Final de Conferência entre 2001 e 2004, por outro ela ficou no quase em três ocasiões seguidas. Primeiro perdeu para os Rams, depois para os Buccaneers e, por fim, caiu diante dos Panthers.

A equipe só conseguiu quebrar sua maldição e voltar ao Super Bowl em 2004. Naquela temporada, Philadelphia dominou a medíocre NFC East de uma maneira poucas vezes vista. Para se ter uma ideia, Giants, Cowboys e Redskins acabaram 6-10, enquanto o time da Pensilvânia somou um retrospecto 13-3, o que garantiu a melhor campanha da conferência. No mata-mata, obteve vitórias sobre Vikings e Falcons, enfim superando a antes intransponível barreira do NFC Championship Game.

Dentro de campo, Donovan McNabb teve o melhor ano da carreira em termos estatísticos, totalizando 3,875 jardas, 31 touchdowns, oito interceptações e um rating de 104,7. Seu sucesso é explicado em partes por uma contratação de peso feita na intertemporada: Terrell Owens. O wide receiver recém-saído de San Francisco contribuiu com 1,200 jardas aéreas e 14 touchdowns recebidos.

Do lado dos Patriots, o destaque ia para a manutenção da base vitoriosa dos últimos anos. Além de Tom Brady, que ainda só estava despontando para o mundo da NFL, a defesa era muito forte e contava com nomes de peso como Willie McGinest, Rodney Harrison, Mike Vrabel etc.

Assim como Philaldephia, New England não teve dificuldades para ganhar a divisão, terminando com um record 14-2. Contudo, isso não foi o suficiente para garantir a melhor campanha da conferência, pois Pittsburgh somou 15 vitórias durante a temporada regular. Nos playoffs, os Patriots atropelaram Indianapolis e os próprios Steelers.

O jogo: uma lição de como perder um Super Bowl

Turnovers, má administração do relógio, chamadas ruins etc. Não importa, o fato é que os Eagles deram uma verdadeira aula do que não fazer durante um Super Bowl.

Logo nos 15 minutos iniciais, o time entregou a bola ao adversário em duas posses seguidas, primeiro com uma interceptação de McNabb e depois com um fumble de L.J. Smith. Por sorte, os turnovers não resultaram em nenhum ponto para os Patriots, pois a defesa de Philadelphia começou a partida pegando fogo. Passado o período de instabilidade, a franquia tirou o zero do placar no início do segundo quarto, graças a um passe de oito jardas de McNabb para Smith, os vilões das jogadas anteriores.

New England respondeu na campanha seguinte, marchando até a linha de quatro jardas do campo ofensivo, porém Brady foi sackado e cometeu um fumble, recuperado pelo defensive tackle Darwin Walker. Os Eagles, entretanto, também não aproveitaram o turnover e o ataque saiu de campo rapidamente. Após um péssimo punt de 29 jardas, os Patriots começaram sua próxima campanha já no território adversário e dessa vez não perdoaram. Brady lançou um touchdown de quatro jardas para David Givens e o jogo foi para o intervalo empatado em 7 a 7.

Voltando dos vestiários, New England assumiu a liderança do marcador com um touchdown do linebacker Mike Vrabel. Sim, é isso mesmo. Em um lance na beira da end zone, Vrabel estava posicionado na extremidade da linha ofensiva e saiu para receber o passe de duas jardas lançado por Brady. Coisas de Bill Belichick.

Alguns minutos mais tarde, Philadelphia voltou a igualar a decisão, com uma conexão entre McNabb e Brian Westbrook. Deste modo, o jogo chegou no seu quarto decisivo empatado em 14 a 14. Contudo, a partir daí, os Patriots sobraram.

Vamos ao passo a passo dos minutos que decidiram o confronto. Com 13:49 no relógio, Corey Dillon entrou na end zone após uma corrida de duas jardas. Em seguida, os Eagles sofreram um three and out. New England recuperou a bola, caminhou algumas jardas e converteu um field goal. Nesta altura, faltava pouco menos de nove minutos para o jogo acabar. Por fim, com 7:30 no cronômetro, McNabb errou um passe na direção de L.J. Smith e foi interceptado por Tedy Bruschi.

Foi basicamente esta sequência de acontecimentos que selou a derrota de Philadelphia. Perdendo por 10 pontos de diferença, a equipe só encostou na bola de novo faltando 5:40 minutos e aí cometeu mais um pecado: má administração do tempo. Os Eagles até anotaram outro touchdown, mas demoraram uma eternidade para fazer isso. Andy Reid não acelerou o ritmo do ataque e o time precisou de quase quatro minutos para entrar na end zone com Greg Lewis.

Antes de continuarmos, cabe abrirmos um parênteses sobre outro defeito no playcalling de Reid. Além de vacilar com o relógio, o treinador também apresentou uma falha grave que o acompanha durante toda sua vitoriosa carreira: abandonar o jogo terrestre. Philadelphia lançou 51 passes e só correu 17 vezes para 45 jardas. Obviamente que quando New England disparou no placar o foco passou a ser pelo alto, mas mesmo antes disso o ataque estava desequilibrado, sendo que McNabb não era um quarterback excepcional passando a bola – ao contrário, sua principal virtude era a mobilidade. Enfim, Reid é famoso por inexplicavelmente abrir mão do ataque terrestre (Kareem Hunt no último Wild Card que o diga) e em 2005 não foi diferente.

Fechando o parênteses, os Patriots correram três vezes e obrigaram os Eagles a gastarem seus últimos timeouts. Eles recuperaram a bola a 46 segundos do fim na sua própria linha de quatro jardas. Sem tempo e já na base do desespero, McNabb forçou outro passe na direção de Smith e foi interceptado de novo, dessa vez por Rodney Harrison.

O lance sacramentou a vitória de New England por 24 a 21 e deu o terceiro Troféu Vince Lombardi à franquia em quatro anos, oficializando a dinastia de Belichick e seus comandados. O wide receiver Deion Branch foi eleito o MVP da partida graças às suas 11 recepções para 133 jardas. Esta foi a primeira e única vez que Tom Brady venceu o Super Bowl e não levou o prêmio de jogador mais valioso para casa.

Comentários? Feedback? Siga-me no Twitter em @MoralezPFB, ou nosso site em @profootballbr e curta-nos no Facebook.

Textos Exclusivos do ProClub, Assine!
Os 10 melhores Super Bowls de todos os tempos
Jared Goff: a grata surpresa do ano de 2017
A garantia de Joe Namath no Super Bowl III
Decepção do ano: New York Giants e o conjunto da obra
Mesmo com a lesão, 2017 é o ano que Carson Wentz apareceu para o mundo

Quer uma oportunidade para assinar nosso site? Aproveita, R$ 9,90/mês no plano mensal, cancele quando quiser! Clique aqui para assinar!
“odds