Os 10 melhores jogos na história dos Playoffs da NFL

Não vamos mentir para você, o Wild Card Round 2016-2017 foi péssimo – essa, infelizmente, é a palavra. Entenda, não estamos desmerecendo os times vencedores. Texans, Seahawks, Steelers e Packers ganharam com toda a justiça do mundo e mereceram avançar de fase. Nossa crítica é em relação à falta de emoção dos confrontos. Quatro partidas, quatro lavadas decididas pelo menos 13 pontos de diferença, quatro adversários que não ofereceram a menor resistência. Quem tentou convencer um amigo a começar a acompanhar a NFL agora provavelmente se deu mal.

Mas nem sempre é assim. Pode acreditar, a maioria dos duelos de pós-temporada da NFL são muito legais. Que tal então tirar a ressaca e a má impressão desse final de semana relembrando alguns dos melhores jogos de playoffs da história? O que não falta são grandes viradas, lances geniais e partidas equilibradas sendo decididas na prorrogação.

Antes de #sermosxingadosmuitonoTwitter, já vamos avisar que várias coisas boas acabaram ficando fora do nosso Top 10, pois é impossível lembrar ou falar de tudo. Mesmo assim, acreditamos a lista esteja bastante completa e diversa (e, como você verá abaixo, NÃO CONTA com o Super Bowl LI – colocamos apenas partidas antes de Super Bowl). Confira e mostre ao seu amigo que ainda não curte futebol americano porque ele deve dar uma nova chance ao esporte.

#10 – Baltimore Ravens 38 x 35 Denver Broncos (AFC Divisional Round 2012)

Em janeiro de 2013, Broncos e Ravens fizeram talvez o jogo mais equilibrado de toda a história dos playoffs. Todos os quartos terminaram empatados, nenhum dos times jamais conseguiu abrir uma vantagem superior a sete pontos sobre o outro e, por fim, o duelo só foi decidido na segunda prorrogação, depois de mais de 76 minutos de partida.

A vitória fora de casa diante de Denver, equipe melhor ranqueada da Conferência Americana no ano, foi provavelmente o momento mais épico da arrancada de Baltimore rumo ao Super Bowl. O lance decisivo foi um field goal de 47 jardas chutado por Justin Tucker, porém a jogada mais famosa acabou sendo o arranha-céu de 70 jardas de Joe Flacco para Jacoby Jones a poucos segundos do fim, responsável por levar o confronto ao tempo extra.

Destaque também para o duelo entre os veteranos Peyton Manning, na época em sua primeira temporada com os Broncos, e Ray Lewis, que estava se despendido da NFL – Lewis, aos 37 anos de iddade, terminou o dia com impressionantes 17 tackles.

#9 – Green Bay Packers 21 x 17 Dallas Cowboys (NFL Championship Game 1967, “Ice Bowl”)

O grande destaque desta partida não foi sua qualidade técnica elevada, um lance espetacular ou uma super virada, mas sim o fato dela ter sido disputada em uma temperatura de -26 graus Celsius, com sensação térmica de -44º C – não por acaso, recebeu o nome de “Ice Bowl”. Estava tão frio que o gramado do Lambeau Field virou quase uma pedra de gelo, tornando-se extremamente duro e escorregadio, os instrumentos musicais da banda marcial que se apresentaria no intervalo congelaram e o apito do árbitro Norm Schachter grudou em seus lábios.

Falando exclusivamente do jogo, Green Bay conseguiu uma bela virada graças à coragem de Bart Starr. A poucos segundos do fim e na beira da end zone, o quarterback sugeriu ao treinador Vince Lombardi que ele mesmo corresse com a bola, pois os running backs estavam tendo dificuldades devido ao gramado congelado. Segundo diz a lenda, Lombardi respondeu: “Run it, and let’s get the hell out of here” (Corra, e vamos dar o fora logo da daqui). Starr anotou o touchdown e os Packers venceram. Você pode ver mais informações e os detalhes completos a respeito deste duelo memorável aqui.

#8 – New England Patriots 16 x 13 Oakland Raiders (AFC Divisional Round 2001)

Odiado por 10 entre 10 pessoas que não torcem para os Patriots, o infame “Tuck Rule Game” merece entrar na lista só pela polêmica ao seu redor. Perdendo por 13 a 10 e a menos de dois minutos para o fim, New England estava na linha de 42 jardas dos Raiders. Foi então que o jovem Tom Brady não percebeu Charles Woodson, talvez camuflado pela neve no gramado, se aproximando como um leão faminto. O quarterback foi derrubado, deixou a bola escapar e aparentemente sofreu um fumble, o qual foi recuperado por Greg Biekert, linebacker dos Raiders.

Contudo, o turnover que provavelmente decidiria a vitória em favor de Oakland foi anulado pela arbitragem. Após revisarem o lance, as zebras voltaram atrás e marcaram passe incompleto. A decisão foi baseada na chamada Tuck Rule. Ela dizia basicamente que qualquer movimento intencional para frente do braço do quarterback começa um passe para frente, mesmo se ele perder a posse de bola enquanto estiver tentando trazê-la de volta para perto do corpo. Foi isso o que aconteceu com Brady, logo os juízes marcaram passe incompleto e os Patriots mantiveram a posse de bola. Depois, Adam Vinatieri chutou dois field goals – um no tempo regulamentar e outro na prorrogação – para dar a vitória a New England.

Embora bastante polêmica, a decisão dos juízes foi correta, pois eles agiram de acordo com o que dizia a regra naquela época. Hoje, porém, a Tuck Rule já não existe mais – ela foi abolida em 2013.

#7 – Arizona Cardinals 51 x 45 Green Bay Packers (NFC Wild Card 2009)

O que acontece se você colocar Aaron Rodgers e Kurt Warner frente a frente em um confronto de playoffs? Um verdadeiro tiroteio. Em janeiro de 2010, Cardinals e Packers combinaram para 96 pontos (atual recorde da liga em pós-temporada), 62 first downs e 1024 jardas totais. Green Bay começou perdendo por 17 a 0 no primeiro quarto, mas no final conseguiu uma reação incrível, anotando 21 pontos nos 15 minutos derradeiros do tempo regulamentar e levando o jogo à prorrogação.

Entretanto, ironicamente, o que acabou decidindo a partida foi uma jogada defensiva. Logo no começo do tempo extra, Rodgers segurou demais a bola, foi sackado e sofreu um fumble. Karlos Dansby o recuperou e caminhou até a end zone. Além disso, vale destacar também a atuação monumental de Kurt Warner: 29 de 33 passes completos, 379 jardas, cinco touchdowns, nenhuma interceptação e um rating de 154,1.

#6 – Miami Dolphins 27 x 24 Kansas City Chiefs (AFC Divisional Round 1971)

Conhecido por ser o jogo mais longo de toda a história da NFL (82 minutos e 40 segundos), o duelo entre Dolphins e Chiefs também ficou famoso pela várias chances de vencer desperdiçadas por Kansas City. No último lance do tempo normal, a 35 segundos do fim, a equipe errou um field goal de 31 jardas.

Na primeira prorrogação, o kicker Jan Stenerud teve uma nova chance, mas dessa vez viu seu disparo de 42 jardas ser bloqueado. Garo Yepremian, kicker dos Dolphins, também errou um chute no primeiro tempo extra, contudo na metade do segundo não falhou e deu números finais à maratona com uma bomba de 37 jardas. Destaque também para o poder de reação de Miami, que buscou o empate depois de estar perdendo por 10 a 0, 17 a 10 e 24 a 17.

#5 – Seattle Seahawks 28 x 22 Green Bay Packers (NFC Championship Game 2014)

Uma reviravolta espetacular e uma das partidas mais malucas dos últimos tempos, Seattle e Green Bay deram um verdadeiro show na final da Conferência Nacional de 2014. Os Seahawks começaram sendo absolutamente dominados pelos Packers e perdendo por 16 a 0. Russell Wilson terminou a primeira etapa com mais passes completados para o adversário (três interceptações) do que para seus companheiros (2).

Voltando do intervalo, Seattle tirou o zero do placar com um passe para touchdown de 19 jardas feito pelo punter Jon Ryan. Mais tarde, a franquia virou uma diferença de 19 a 7 nos últimos quatro minutos, com direito a onside kick recuperado, conversão de dois pontos bizarra e tudo o mais. Green Bay, então, recuperou a bola, marchou pelo campo e chutou um field goal que empatou o confronto e o levou à prorrogação. A insanidade só chegou ao fim após uma conexão de 35 jardas de Wilson para o wide receiver Jermaine Kearse. Enfim, melhor do que falarmos é revermos os melhores momentos.

#4 – San Francisco 49ers 36 x 32 New Orleans Saints (NFC Divisional Round 2011)

Por falar em finais loucos e emocionantes, o que dizer desse 49ers e Saints? Tivemos nada mais nada menos que 34 pontos no último quarto e quatro trocas de liderança no placar nos últimos quatro minutos de jogo.

New Orleans começou perdendo por 17 a 0 e precisou remar a partida inteira para tirar a diferença, até que um passe de 44 jardas de Drew Brees para Darren Sproles virou o marcador. San Francisco contra-atacou na próxima campanha com um touchdown terrestre de 28 jardas de Alex Smith. Logo na sequência, os Saints responderam após uma conexão de 66 jardas entre Brees e Jimmy Graham.

Foi então que a estrela de Smith brilhou e ele teve o seu dia de Joe Montana. O quarterback conduziu um brilhante drive de sete jogadas e 85 jardas em 1:28 minuto, o qual resultou em uma recepção para touchdown de 14 jardas do tight end Vernon Davis. O lance acabou recebendo o nome de “The Catch III” – você entenderá o porquê do apelido logo abaixo.

#3 – San Francisco 49ers 28 x 27 Dallas Cowboys (NFC Championship Game 1981)

O jogo que marcou o nascimento de uma dinastia. O primeiro momento mágico de Joe Montana. Tudo isso aconteceu naquele domingo, dia 10 de janeiro de 1982, quando 49ers e Cowboys mediram forças para decidir quem seria o representante da NFC no Super Bowl.

O resultado de 28 a 27 indica o quanto a partida foi equilibrada, com as duas equipes trocando seis vezes de liderança no placar. Montana, no geral, não viveu uma de suas tardes mais felizes, terminando o dia com três passes para touchdown e três interceptações. Entretanto, o melhor ficou para o final. Perdendo por 27 a 21, o quarterback recebeu a bola em sua própria linha de 11 jardas e com 4:54 minutos no relógio. Então, ajudado pelas corridas de Lenvil Elliott e Freddie Solomon, Joe Cool marchou pelo campo até chegar a linha de seis jardas do campo ofensivo. Com menos de um minuto no cronômetro, a campanha chegou ao fim. Todo desequilibrado e andando para trás durante uma terceira descida, Montana lançou um “balãozinho” para dentro da end zone. Dwight Clark, parecendo quase o Super-Homem, pulou e agarrou a bola com a ponta dos dedos.

A jogada foi eternizada com o nome de “The Catch”, deu a vitória para San Francisco sobre Dallas e classificou a franquia ao seu primeiro Super Bowl.

#2 – Buffalo Bills 41 x 38 Houston Oilers (AFC Wild Card 1992)

Conhecido simplesmente por “The Comeback”, este duelo entrou para a história como a maior virada de todos os tempos na NFL, considerando tanto temporada regular quanto playoffs. Os Oilers chegaram a abrir 35 a 3 no terceiro quarto e mesmo assim acabaram derrotados na prorrogação. Ademais, um detalhe especial é que os Bills operaram o milagre com o seu quarterback reserva: Frank Reich estava substituindo o lesionado Jim Kelly.

Após entrar no buraco de 32 pontos de desvantagem, Buffalo anotou 28 pontos apenas no terceiro quarto, aproveitando-se do colapso de Houston. A virada veio no período derradeiro, com um touchdown de Andre Reed – o wide receiver, aliás, terminou o dia com três e 136 jardas. Os Oilers acordaram, empataram com um field goal nos minutos finais e levaram a partida ao tempo extra, mas acabaram derrotados. Apesar do revés, vale destacar a atuação de Warren Moon. O quarterback terminou com 36 passes completos, na época um recorde nos playoffs – superado somente em 2010 por Drew Brees.

O mais perto de uma virada assim em pós-temporada foram os 28 pontos descontados pelos Colts diante dos Chiefs no Wild Card de 2013. Na regular season, em 1980, os 49ers também saíram de um abismo de 28 pontos contra os Saints.

#1- San Diego Chargers 41 x 38 Miami Dolphins (AFC Divisional Round 1981)

Além de ser o melhor jogo de playoffs, este também é discutivelmente o melhor jogo da NFL de todos os tempos. Chargers e Dolphins fizeram um confronto épico com todos os elementos dramáticos possíveis: lances geniais, erros decisivos, viradas, jogadores exaustos e desidratados por causa do calor em Miami.

Liderados pelo lendário Dan Fouts , San Diego abriu 24 a 0 no primeiro quarto. Miami reagiu, anotou 24 pontos em sequência e empatou no terceiro período. Na jogada final da primeira etapa, a equipe anotou o seu “hook-and-ladder touchdown“, quando Duriel Harris agarrou a bola e imediatamente a passou para Tony Nathan correr até a end zone. Depois disso, os times continuaram trocando golpes, fazendo com que o placar terminasse 38 a 38 no tempo regulamentar.

Não bastasse todo o drama, os Dolphins tiveram a chance de vencer nos segundos finais com um field goal de 43 jardas, mas o tight end Kellen Winslow bloqueou o disparo. Na prorrogação, mais dois field goals errados, sendo um de cada lado. Os Chargers perderam um de 27 jardas, enquanto Miami teve outra tentativa bloqueada. O sofrimento só chegou ao fim após quase 14 minutos de tempo extra, quando o kicker Rolf Benirschke converteu o chute de 29 jardas que deu números finais à partida.

O grande destaque individual acabou sendo Winslow. O tight end somou 13 recepções (recorde da época em playoffs), 166 jardas, um touchdown e o bloqueio salvador. Kellen sofreu diversas contusões ao longo do jogo e, ao final, precisou deixar o campo carregado devido à exaustão. A imagem dele saindo nos braços dos companheiros é bastante famosa.

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