Você realmente sabe quem foi O. J. Simpson fora dos tribunais?

O nome de Orenthal James Simpson estará para sempre manchado e ligado aos assassinatos de Nicole Brown, sua ex-esposa, e Ronald Goldman, um amigo dela. O crime, ocorrido em junho de 1994, ganhou bastante notoriedade e fez com que o mundo todo conhecesse o ex-atleta da NFL da pior maneira possível.

Contudo, muita gente não sabe que, bem antes de estampar as manchetes policiais, O.J. teve uma carreira brilhante em USC e no Buffalo Bills, quebrando inúmeros recordes, conquistando vários prêmios e sendo considerado um dos maiores running backs da história do esporte. Nosso objetivo aqui é resgatar esta primeira parte da vida de Simpson, ou seja, seus feitos dentro de campo. Não iremos discutir os problemas com a justiça ou como eles afetam seu legado – isto é assunto para um outro texto.

A ótima passagem por Southern California e a consagração com o Troféu Heisman de 1968

Após se formar no ensino médio em 1965, O.J. não recebeu imediatamente propostas de grandes universidades, por isso jogou nos dois anos seguintes pela City College of San Francisco – instituição de ensino comunitária da sua cidade natal. Foi nomeado running back All-American em 1966, ou seja, um dos melhores da sua posição, e então transferiu-se para USC.

Logo em 1967, seu primeiro ano em Southern California, Simpson sagrou-se campeão nacional de futebol americano, liderando o país em jardas terrestres (1,543) e anotando 13 touchdowns. Seu momento de maior destaque foi um touchdown de 64 jardas na partida contra UCLA, o qual selou a vitória de USC por 21-20 e consequentemente garantiu uma vaga no Rose Bowl. O running back ainda bateu na trave na eleição do Heisman, ficando atrás apenas de Gary Beban, atleta dos Bruins.

Em 1968, porém, ele conquistou a premiação individual mais importante do College Football. O.J. quebrou os recordes da NCAA de jardas terrestres (1,880), touchdowns (23) e tentativas de corrida (383) em uma única temporada – todas estas marcas foram posteriormente superadas. Tal desempenho fez com que ele levasse o Troféu Heisman para casa com a maior vantagem da história sobre o segundo colocado da votação (1,750 pontos).

Segundo o site oficial de USC, Simpson igualou ou bateu 19 recordes da NCAA, da conferência ou da universidade. Ao todo, seu retrospecto com a equipe foi de 19 vitórias, duas derrotas e um empate. Sua espetacular carreira lhe rendeu um lugar no Hall da Fama do College Football em 1983.

Muitas jardas e recordes na NFL com os Bills

“The Juice”, como também era conhecido, foi escolhido na primeira posição geral do Draft de 1969 pelo Buffalo Bills, contudo seus três anos iniciais como profissional foram decepcionantes em termos de produção. As coisas só começaram a mudar a partir de 1972, quando Lou Saban assumiu o comando do time.

Entre 1972 e 1976, O.J. liderou a liga no quesito jardas corridas em quatro oportunidades – a exceção foi 1974. Em 1973, tornou-se o primeiro running back da NFL a superar a marca das 2,000 jardas terrestres em uma única temporada – e fez isso em apenas 14 jogos, um recorde até hoje. Já em 1975, conseguiu outra vez números assombrosos: respectivamente 1,817 e 426 jardas corridas e recebidas, além de 23 touchdowns totais anotados (outro recorde da época).

O ano de 1977 foi seu último em Buffalo, pois, após uma temporada marcada por lesões, a franquia optou por negociá-lo com os 49ers em troca de cinco escolhas no Draft (segunda e terceira rodada de 1978, primeira e quarta de 1979 e segunda de 1980). Sofrendo com problemas físicos, sobretudo no joelho direito, sua passagem por San Francisco foi bastante apagada e ele decidiu pendurar as chuteiras em 1979.

Ao contrário do que aconteceu em USC, O.J. não possui um retrospecto profissional muito favorável. Em 11 anos de NFL, somou um record de 43-91-1, conseguiu apenas três temporadas com mais vitórias que derrotas e disputou uma única partida de Playoff (derrota para os Steelers em 1974). Apesar disso, sua lista de premiações individuais é imensa, por exemplo: seis vezes escolhido para o Pro Bowl, cinco vezes All-Pro, MVP e jogador ofensivo da liga em 1973 e membro do Hall da Fama desde 1985.

Vida depois da aposentadoria

Simpson sempre foi uma pessoa bastante midiática que participava de vários comerciais, filmes e programas de televisão – inclusive enquanto ainda era atleta. Sua filmografia inclui alguns títulos bem conhecidos, como “Inferno na Torre”, “Corra que a polícia vem aí” etc. Após se aposentar dos gramados, O.J. continuou com a sua carreira de ator e, além disso, foi comentarista do Monday Night Football de 1983 a 1985. Além do famoso processo criminal do qual foi réu e posteriormente absolvido – referente ao duplo homicídio de Nicole Brown e Ronald Goldman – o ex-NFL foi novamente alvo da justiça americana.

Desta vez, foi preso por conta de uma “invasão” num hotel de Las Vegas, onde supostamente ele estava tentando recuperar memorabilia sua (que não era mais sua propriedade, legalmente falando). O problema foi fazer isso com amigos armados e dizer “ninguém sai deste quarto”. OJ foi condenado a 33 anos, com um mínimo de nove antes de audiência condicional – a qual acontece hoje, dia 20 de julho.

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