Tom Brady enfrenta a Legion of Boom – confira os 5 principais duelos na Semana 10

Com o Cleveland Browns continuando sua saga para se equiparar ao Detroit Lions de 2008 com uma campanha de 16 derrotas e nenhuma vitória, a Semana 10 da NFL teve seu início. Apenas como curiosidade, a última vitória dos Browns foi em 13 de dezembro de 2015 (Johnny Manziel era o quarterback, por mais irônico que isso pareça). Antes disso, em 11 de outubro do mesmo ano. Sorte da cidade de Cleveland que o Cavaliers venceu a NBA na última temporada, pois o calvário nos futebol americano segue firme e forte.

Pois bem, aqui vamos apontar alguns duelos individuais –  seja um quarterback contra uma defesa, um wide receiver contra um cornerback específico ou dois grupos (linha ofensiva contra linha defensiva) que podem ser decisivos para os matchups da Semana 10 da NFL. A começar por…

1 – Tom Brady enfrenta a secundária do Seattle Seahawks

Em uma reedição do Super Bowl XLIX, o New England Patriots enfrenta o Seattle Seahawks. Este com sua sólida – porém desfalcada – defesa, tenta parar o Tom Brady’s Angry Revenge Tour. Em apenas quatro jogos, 1.319 jardas, 12 touchdowns e 73.1% dos passes tentados completos – o que, se ele mantiver, será sua melhor marca da carreira.

O Seattle Seahawks usa como base da sua defesa formações com um safety isolado no fundo – uma single-high, em Cover 1 e Cover 3, já falamos sobre aqui. Emboras sejam formações essencialmente simples, as coberturas misturam marcações individuais com zona, se tornando complexas os bastante para quarterbacks diagnosticarem o que está acontecendo e aonde.

É assim que o Seattle Seahawks funciona, via de regra. Com uma secundária com talentos espetaculares – Richard Sherman e Earl Thomas, apenas para citar dois, eles conseguem deixar um safety isolado no fundo do campo, trazendo o strong safety para mais perto das linhas ofensiva e defensiva, e os linebackers ficam confortáveis cobrindo rotas curtas e médias. As opções para o quarterback são: tentar um passe longo na marcação individual contra Richard Sherman, tentar enfiar um passe numa janela mínima no segundo nível ou jogar a bola num running back ou wide receiver saindo do backfield ou na flat para ganhar algumas jardas. E essa última opção é o que a defesa dos Seahawks força aos times – o que geralmente é um problema, mas não é para o camisa 12 do New England Patriots.

Tom Brady não tem problemas em lançar a bola uma tonelada de vezes para rotas curtas. A paciência do jogador faz com que ele consiga desgastar a defesa e conquistando espaço de passe curto em passe curto. Há quem diga que ele “corre pelo jogo aéreo”. Embora essa estratégia seja torturante para alguns quarterbacks (você imagina Jay Cutler lançando passes curtos por duas horas ou… Tentando aquela bomba para Alshon Jeffery e sendo interceptado?), Brady sabe que ele não pode forçar passes contra uma defesa tão firme e talentosa no fundo do campo. Ele vai manter seu ritmo de passes curtos porque sabe que assim que tem maiores chances de vencer. Isso ocorre até porque o New England Patriots não tem uma ameaça no fundo do campo desde Randy Moss, nos idos de 2007. O que a defesa do Seattle Seahawks cede é o lugar comum para Tom Brady. E é esse duelo que fará do Sunday Night Football um jogo interessante.

2 – Os recebedores do New Orleans Saints contra a secundária do Denver Broncos

Levantei duelo similar na semana passada, entre Michael Crabtree e Amari Cooper e os defensive backs do Denver Broncos. Acreditando que veríamos um Derek Carr no comando do ataque, vimos uma linha ofensiva dominante abrindo espaço para um jogo corrido avassalador, que venceu os campeões do Super Bowl 50 pelo cansaço.

Pois bem, acredito que nessa Semana 10 o fiel da balança será esse duelo, por motivos bem simples: primeiramente, o New Orleans Saints não tem uma linha ofensiva tão poderosa quanto a dos Raiders para simplesmente castigarem fisicamente a linha defensiva do Denver Broncos. O segundo motivo é a vocação ofensiva do ataque do time da Louisiana: a orientação é a distribuição de passes pelo futuro hall of famer Drew Brees. O ataque vive e morre pelas mãos do camisa 9, que é o sistema nervoso central da franquia. E é ele que vai tomar o fardo de bater a dura defesa do Denver Broncos – ao contrário de Carr, que conseguiu ser poupado de maiores esforços pela dominante atuação do jogo terrestre.

O duelo entre Brandin Cooks, Michael Thomas e Willie Snead e os defensive backs do Denver Broncos se torna essencial pois a via principal dos Saints para conquistar jardas é pelo ar. Com Aqib Talib de fora – e deve ficar até voltar da bye da Semana 11 -, a equipe continua com Bradley Roby em campo. Na Semana 9, foi o melhor jogador defensivo da AFC. Na Semana 10, viu Amari Cooper deitar e rolar em cima dele. Qual versão do cornerback entrará em campo em New Orleans no domingo é determinante para o sucesso do ataque dos donos da casa. Um elo fraco na secundária e Drew Brees pode encontrar o desequilíbrio da unidade, e anotar pontos em cima disso.

3 – O jogo terrestre do Kansas City Chiefs contra o front seven do Carolina Panthers

Com Alex Smith e Spencer Ware de volta ao time depois de perderem a Semana 9 lesionados, as tendências ofensivas do Kansas City Chiefs retomam sua forma natural: passes curtos e força no jogo terrestre. Acontece que a linha defensiva do Carolina Panthers tem subido bastante de produção desde que voltou de bye, e isso tem feito o front seven como um todo jogar em alto nível

Luke Kuchely, contra o Los Angeles Rams, foi a chave para a vitória. Ele acertou todos os seus 11 tackles, impedindo o avanço o terrestre dos adversários. Ao seu lado, o veteraníssimo Thomas Davis também teve um desempenho espetacular em todas as áreas – defesa contra a corrida, cobertura e pass rush, terminando a tarde com um sack, dois hurries em apenas sete situações de blitz. Sem sequer mencionar o defensive tackle Kawann Short, que depois de dois sacks, um hit e dois hurries na Semana 8, teve outro ótimo dia, com um hit em Case Keenum, três hurries no quarterback e um passe defletido, além de ter frustrado duas tentativas corridas.

A boa forma do front seven pode ser, mais uma vez, a maneira pela qual o Carolina Panthers pode vencer a partida. A sua fragilidade defensiva vem da inexperiente secundária, e, como sabemos, Alex Smith não é o cara ideal para explorar esse tipo de deficiência. Como Spencer Ware e Charcandrick West vão superar a pressão de Short, Davis, Kuechly e companhia fica nas mãos do ótimo head coach Andy Reid, cujo trabalho em Missouri tem sido excepcional.

4 – DeAndre Hopkins: volta à forma após a bye contra o Jacksonville Jaguars?

Vamos dar uma puxada para o Fantasy Football para deixar o ponto mais claro: se você selecionou DeAndre Hopkins para o seu time, está decepcionado há 10 semanas. O wide receiver não conseguiu estabelecer o ritmo com seu quarterback de 73 milhões de dólares, Brock Osweiler, e segue a temporada com números que não condizem com seu talento. São 40 recepções para 434 jardas e três touchdowns em oito partidas, números menos expressivos que Jamison Crowder, Travis Benjamin, Travis Kelce… A lista é grande. Sem desmerecer o talento desses outros jogadores, mas o perfil de Hopkins está – teoricamente – bem acima deles. Agora, com uma semana de bye, será que o wide receiver terá um grande impacto nesse duelo de divisão contra o Jacksonville Jaguars, numa AFC South aberta? Bom, eu mediria minhas expectativas.

A sexta melhor da NFL em jardas cedidas, com 1.741 em 9 partidas. Em número de touchdowns, são 12 cedidos pelo ar, número 14 da liga. Ou seja, a defesa do Jacksonville Jaguars não cede espaço, mas cede touchdowns. E considerando a baixa eficiência do Houston Texans na red zone em 2016 – em apenas 38,1% das oportunidades eles anotam touchdowna pior marca da NFL, DeAndre Hopkins pode ter mais um dia difícil, especialmente se considerarmos que Jalen Ramsey deve cobrir o camisa 10. O cornerback calouro tem sido uma excelente presença nessa secundária, e pode tornar a tarde de Hopkins numa dor de cabeça.

5 – A fórmula de “defesa e jogo corrido” do Minnesota Vikings precisa voltar contra o Washington Redskins

O Washington Redskins cedeu 12 touchdowns terrestres em oito partidas, além de 990 jardas, conquistando a terceira pior e sétima piores marcas da liga nestes quesitos, respectivamente. É uma oportunidade de ouro para que o Minnesota Vikings coloque em prática a sua fórmula: uma defesa sólida e um ataque que controla o ritmo do jogo, sem cometer turnovers e pautado num ritmo terrestre. Acontece que isso não tem acontecido, e depois de três derrotas consecutivas, é hora de Jerrick McKinnon e Matt Asiata mostrarem serviço. O problema é que a linha ofensiva do Minnesota Vikings é pavorosa – para ser gentil -, e não conseguem nem abrir espaços, nem impedir a pressão.

É mais fácil falar do que fazer, especialmente quando você precisa de T.J. Clemmings como titular na posição de right tackle. E Kirk Cousins vem subindo de produção desde a Semana 6…


“RODAPE"

Jogo rápido para o Fantasy Football

1 – Escalem seus Bears

A defesa do Tampa Bay Buccaneers não conseguem parar ninguém, e enfrentam esta semana o Chicago Bears. Depois de cederem 1.087 jardas totais em duas partidas, não hesitem em escalar Jay Cutler, Jordan Howard, Alshon Jeffery e Zach Miller.

2 – Os running backs do New Orleans Saints

Vimos o Denver Broncos serem dominados pelo jogo terrestre do Oakland Raiders no último Sunday Night Football. Mas não foi só na Semana 9: em cinco jogos consecutivos os campeões do Super Bowl 50 cederam pelo menos 99 jardas. Com Derek Wolfe fora da partida, os duo de corredores do New Orleans Saints devem ter uma boa semana.

3 – Devontae Booker neles

Com todas as conversas sobre como Kapri Bibbs pode ter mais volume nesse backfield, eu ainda continuo escalando Devontae Booker sem medo essa semana. Os Saints cederam seis ou mais recepções para running backs em cinco das oito partidas até agora. Para piorar, já são três jogos nos quais o time da Louisiana cedeu três touchdowns para running backs em 2016. Se vai ter Bibbs, vai ter Booker também.

4 – Antonio Gates correndo atrás de Tony Gonzalez

No começo de 2016, Antonio Gates estava a 8 touchdowns de distância de superar a marca de Tony Gonzalez de tight end com mais touchdowns na história. Com Hunter Henry lidando com lesões, o veterano voltou a ser o cara da posição e anotou touchdowns em duas partidas consecutivas, e agora tem 4 em 2016. Contra o Miami Dolphins, em casa, Gates tem tudo para ter mais uma boa partida e se aproximar dessa marca histórica.

5 – A última semana relevante de Ty Montgomery (será?)

A volta de James Starks se aproxima neste backfield do Green Bay Packers, mas, mesmo que ele jogue domingo, deve ter um número de snaps limitado. Com isso, Ty Montgomery tem mais uma oportunidade de receber o volume de running back do time de Wisconsin. A partida não é das mais favoráveis – a defesa do Tennessee Titans tem sido bastante sólida -, mas volume é um dos principais aspectos quando avaliamos Fantasy Football, e Montgomery deve ter nessa Semana 10.

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