[dropcap size=big]O[/dropcap]s 32 times da NFL tem até amanhã, 30 de outubro, às 17h (horário de Brasília) para trocar jogadores ainda nesta temporada. A data prazo de trocas existe para impedir que times fora do campeonato ao final do ano se livrem de estrelas por um módico “aluguel”, que é o que aconteceria na prática.
Assim, um jogador trocado agora e em último ano de contrato ainda teria pelo menos uma metade de temporada no novo time. Alguns já foram trocados antes do prazo: Carlos Hyde (Cleveland > Jacksonville), Eli Apple (New York Giants > New Orleans) e Amari Cooper (Oakland > Dallas) são alguns exemplos.
Isso não quer dizer que ainda não possamos pensar em outras hipóteses. Até porque há times no mercado para se reforçarem e há jogadores colocados no “bloco de trocas” pelas franquias.
Trocas eram raras no prazo final em outros tempos, até porque o tempo de adaptação de alguns jogadores acaba sendo comprometido pela complexidade tática do futebol americano. Em outros esportes, como no beisebol, o cara chega num time novo e já joga. Na NFL, com os livros de jogadas sendo diferentes, isso não é tão fácil – falo mais sobre em meu livro.
Só que com o teto salarial aumentando em coisa de 10 milhões/ano, as franquias resolveram meter o louco e apostar – o custo de oportunidade é muito baixo em alguns contratos. Os Jaguars, no ano passado, fizeram isso ao trocar por Marcell Dareus na temporada passada.
PS: Sim, eu usei a mesma imagem do The Ringer no post deles de trocas possíveis. Tava bonita e eu quis.
Green Bay Packers/Philadelphia Eagles troca pelo RB LeSean McCoy
Cada um a sua maneira e por um motivo em especial, Packers e Eagles precisam de ajuda no jogo terrestre. Green Bay não têm um running back determinado, sendo um comitê maluco com um volume diferente a cada semana. Um “macho-alfa” nesse comitê seria bem-vindo. Ao menos, Mike McCarthy seria obrigado a escolher alguém.
No caso dos Eagles, o time perdeu vários running backs para lesões nesta temporada – mais notoriamente, Jay Ajayi. Se a comissão técnica não estiver satisfeita com Wendell Smallwood, podem trazer McCoy “de volta ao lar”.
No caso dos Bills, a troca é óbvia: o time não compete por mais nada em 2018 e acumular escolhas – ou jogadores melhores – por um running back na parte final da carreira é algo sempre bem-vindo. Clássico caso que acontece no beisebol, por exemplo: temporada foi pro espaço e time tá em reconstrução, bora despachar quem ainda tem de bom aqui.
Philadelphia Eagles/Indianapolis Colts trocam pelo WR DeVante Parker
Mais uma vez Miami trocando um jogador do ataque para Philadelphia? Bom, pode acontecer, por que não. É notório que o corpo de recebedores dos Eagles precisa de ajuda, vamos combinar. Por mais que Alshon Jeffery tenha voltado de lesão, o time perdeu Torrey Smith – que faz falta – na última intertemporada. Nelson Agholor não vem bem como ano passado e drops voltaram a lhe atrapalhar.
No caso dos Colts, a equipe tem campanha 3-5 e pode dar mais ajuda a Andrew Luck – quem sabe o camisa 12 não arranca um milagre na AFC South. Frank Reich faz um sólido trabalho como head coach estreante. Como Deon Cain não joga neste ano – o calouro rompeu o ligamento do joelho – uma ajudinha a TY Hilton seria bem-vinda.
Parker não tem muito espaço em Miami e isso vem sendo claro por seu volume – cada vez menor. Ele nunca rendeu como uma escolha de primeira rodada, no final das contas.
RB Le’Veon Bell para o Philadelphia Eagles
Mesmos motivos acima para os Eagles. No caso dos Steelers, já estão de bem com a vida com James Conner e Bell não volta mais para próximas temporadas. Então seria bom capitalizar em cima.
O problema é que Bell dificilmente deve reportar em Pittsburgh e assinar seu contrato – o que seria necessário para que ele fosse trocado. Então não deve rolar. Mas seria um “aluguel de luxo” ótimo para Philadelphia.
Karl Joseph (S, Raiders) para os Titans
Os Titans usariam e abusariam nesta temporada de pacotes com mais defensive backs, mas a lesão de Kenny Vaccaro atrapalhou a vida do time. Do outro lado, Joseph vem sendo pouco utilizado por Jon Gruden, sequer jogando em alguns jogos desta temporada.
Como outrora escolha de primeira rodada dos Raiders, pode ter algum valor na rotação da secundária de Tennessee, um time que precisa de ajuda para brigar por playoffs.
QB Tyrod Taylor, dos Browns para os Jaguars
Seja sincero: você acha que tem algum quarterback titular da NFL que, neste momento, seja pior que Blake Bortles? A defesa nitidamente está de saco cheio de fazer tudo e Bortles não conseguir ganhar jogos após receber a bola de volta. Tá mais do que na hora de pelo menos dar uma concorrência para ele. Olha o que Joe Flacco melhorou (não considerar o jogo da última semana) com Lamar Jackson ali do lado.
Taylor não jogará mais como titular em Cleveland, a Era Baker Mayfield começou e não terminará neste ano. Assim, Tyrod vira um ativo que os Browns podem muito bem trocar. Como a outra situação ruim de quarterbacks é em Buffalo e, bem, os Bills não vão trocar por um cara que já cortaram antes, sobra Jacksonville na conta. Uma escolha de quinta rodada e todos ficam felizes.
Chandler Jones (EDGE, Arizona) para o Green Bay Packers
Jones é um dos líderes de sacks na NFL nos últimos anos e joga num time que não vai a lugar algum – o Arizona Cardinals de 2018. Como o time sabe que a presença ou ausência de Jones não mudarão em nada seu triste destino nesta temporada, seria bom capitalizar em cima de seu valor.
Do outro lado, os Packers precisam de ajuda na defesa. O time investiu em secundária no último Draft mas ainda precisa de peças para apressar o passe. Jones seria a peça ideal para reforçar essa defesa.
Janoris Jenkins (CB, Giants) para o Kansas City Chiefs
Ha-Ha Clinton Dix (S, Packers) para o Kansas City Chiefs
Pat Mahomes vai entupir o placar de pontos, mas o problema é que a defesa dos Chiefs também deixa o adversário fazer isso. Num domingo qualquer, por exemplo em janeiro e nos playoffs, isso pode dar ruim: vai que o ataque não engrena. A defesa é bem capaz de tomar touchdowns estúpidos como o fez na semana passada contra os Broncos.
A secundária dos Chiefs é a materialização da bagunça e precisa de ajuda. Os Giants já trocaram Eli Apple e não precisam de Jenkins, o time já está tankando de qualquer forma. Já os Packers, segundo fontes, estão satisfeito com talentos mais jovens de sua defesa e estariam dispostos a trocar Clinton Dix.
Brent Grimes (CB, Buccaneers) para o Pittsburgh Steelers
No momento, é meio gritante o fato de que a diretoria do Tampa Bay Buccaneers deve toda ir para a rua ao final da temporada. De toda forma, talvez o general manager pense: vou deixar um bom legado aqui. Se ele quiser fazer isso – só deus sabe se vai – Grimes poderia ser um ativo interessante.
Embora tenha histórico de lesão, Grimes seria titular numa secundária lotada de problemas para os Steelers. O melhor jogador ali, Joe Haden, está longe de seu auge. No momento, ele seria uma opção melhor do que Artie Burns e Coty Sensabaugh.
Derek Carr dos Raiders para os Giants
Eli Manning dos Giants para os Jaguars
Não vai acontecer. Mas só para não me acusar de ter esquecido essa possibilidade, aqui está.
Por que os Giants não vão trocar por Carr: Derek não está jogando bem e tem um contrato pesado. É melhor, para os Giants, pensar numa opção de mais longo prazo e com teto de produção maior. Leia-se: um calouro em 2019 ou 2020.
Por que os Giants não vão trocar Eli: porque a torcida já está p da vida o bastante com o time. Ainda, Tom Coughlin – por mais que ame Eli e vice-versa – já manifestou diversas vezes a confiança em Bortles. Que, ao menos, é móvel. A linha ofensiva dos Jaguars está um lixo, Eli não vai jogar bem ali.
WR Demaryius Thomas dos Broncos para o Baltimore Ravens
Já na “casa errada” dos 30 anos para um recebedor, Thomas joga num time com pinta de vendedor no prazo de trocas. Numa AFC West que tem Chiefs e Chargers, fica difícil ver esse time na pós-temporada num futuro próximo.
Assim, bom seria capitalizar em cima de bons nomes ainda no elenco. Embora sua produção tenha caído nos dois últimos anos, pode ajudar Joe Flacco – que já foi ajudado na intertemporada com Michael Crabtree e outros nomes – a levar o time às pós-temporada. O único problema seria ajustar o teto salarial.
WR Golden Tate dos Lions para o New England Patriots
Josh Gordon já tomou advertência e deve ficar de fora de várias jogadas neste Monday Night Football por ter atrasado. Considerando que na próxima lambança que ele fizer, é rua, os Patriots podem querer se precaver.
Leia também: 10 times “compradores” e 6 “vendedores” no prazo final de trocas
Com a derrota para o Seattle Seahawks, os Lions – cuja diretoria e comissão técnica têm ligação com os Patriots em trabalhos anteriores – podem achar que a casa caiu e é melhor ser vendedor e pensar em 2019. Como Kenny Golladay é mais novo e mais barato, pode ser uma boa ideia – até porque o contrato de Tate acaba ao final desta temporada.
Patrick Peterson… Para algum lugar
É o melhor dos jogadores ainda disponível para troca. Havia um boato muito forte de que Peterson seria trocado para o New Orleans Saints – cuja secundária precisa de ajuda. Contudo, a equipe preferiu uma opção mais barata: Eli Apple.
Seja como for, Peterson ainda pode ir para outros lugares. Os Eagles estão sofrendo bastante na secundária e uma chegada como a de Peterson seria incrível. Mesma coisa com Kansas City ou Pittsburgh, já citados neste texto.
De toda forma, Peterson teve uma reunião com o cacique do time, Michael Bidwell, e deve permanecer no Arizona.
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