2020 é o ano de Myles Garrett provar seu valor

Após receber uma extensão contratual generosa, EDGE do Cleveland Browns precisa assumir o protagonismo em 2020

Na última semana, o Cleveland Browns estendeu o contrato do EDGE Myles Garrett por cinco anos, com um valor total de US$ 125 milhões por esse período. Com isso, ele se tornou o jogador com maior média salarial da posição, recebendo US$ 25 milhões por ano. Como seu vínculo atual ainda vale até 2021, Garrett passa a ter mais sete anos de compromisso com os Browns, virando agente livre apenas em 2027. Longe de dizer que ele não merece ser muito bem pago. Mas após ter tanto dinheiro despejado em sua conta, 2020 é a hora do jogador provar todo seu valor.

É hora de Garrett dar o salto definitivo em relação ao grupo de estrelas da liga. Claro que a situação do Cleveland Browns não ajuda: nos seus três anos na liga, a franquia conseguiu apenas 13 vitórias (36%) e não chegou perto dos playoffs nenhuma vez. Tudo isso impacta na narrativa. Mas a verdade é que Myles ainda não mostrou tudo que se esperava da primeira escolha do Draft de 2017. E mesmo mostrando menos que se esperava, fez mais que muitos jogadores consagrados. Destravar essa potencial pode o colocar num patamar acima de forma inquestionável.

Regularidade é a chave

Em seus 3 anos na NFL, Garrett só jogou todas as partidas de uma temporada em 2018. Justamente nesse ano, os Browns tiveram suas melhores performances, chegando a 7 vitórias e dando uma impressão que as coisas seriam melhores. Se em 2017 ele perdeu 4 jogos por uma lesão no tornozelo e outro por concussão, em 2019 a coisa foi bem pior: a fatídica briga com o quarterback Mason Rudolph, do Pittsburgh Steelers, lhe fez perder os 6 últimos jogos. Após acertar o adversário com o capacete, Garrett foi suspenso por tempo indeterminado e só liberado neste ano para voltar aos campos.

Para se provar, Garrett precisa estar em campo o tempo todo. Claro que lesões são infortúnios, mas disponibilidade é uma virtude. Na já citada temporada de 2018, o camisa 95 dos Browns terminou o ano com 13,5 sacks, sexta maior marca da liga. Em 2019, ele mantinha a excelente média de um por jogo, até ser suspenso. Fazendo uma projeção simples, terminaria o ano com 16 sacks, quinta maior marca da NFL na temporada. Sendo honesto, ninguém liga. Projeções apenas poderiam ter acontecido, o tempo já passou. Garrett necessita ficar saudável e longe de confusões, para aí sim poder chegar ao estrelato.

Um novo ambiente em Cleveland pode lhe ajudar

Sempre falo que para um jogador se desenvolver e alcançar o que se projetava saindo do futebol americano universitário, ter bons treinadores é fundamental. E isso Garrett não teve. Gregg Williams foi seu coordenador defensivo no início de carreira e, apesar de toda energia que impunha, era um limitador, chegando a pedir que o EDGE usasse apenas dois movimentos para criar pressão nos quarterbacks. Em termos de head coach, nada mais animador: Hue Jackson e Freddie Kitchens podem estar num top 5 dos piores da última década sem muitos questionamentos.

Com a chegada de Kevin Stefanski, novo head coach, a expectativa é um ambiente mais equilibrado e de maior competência. Além disse, o treinador trouxe com ele um especialista para linha defensiva: Chris Kiffin. O nome pode não ser tão conhecido, mas ele foi o responsável pelo pass rush do San Francisco 49ers nos dois últimos anos. Neste lastro temporal, os 49ers foram a quarta equipe que mais conseguiu criar pressões no adversário e a evolução de nomes talentosos, como Nick Bosa, foi notória.

Fica evidente que Garrett tem tudo ao seu lado em 2020: uma comissão técnica muito melhor e qualificada, estabilidade financeira e um bom elenco de apoio. Cabe agora a ele deixar de viver de flashes e assumir o protagonismo. Para a defesa, e o Cleveland Browns na totalidade, aparecer e ter chances na NFL, é preciso que seu jogador mais talentoso brilhe. E ele é sem dúvidas, Myles Garrett.

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