2º Draft Simulado: Cornerbacks? Quem pode dominar a primeira rodada são os pass rushers

Qual o sentido de um Draft simulado? Acertar as escolhas de primeira rodada de todo mundo? Óbvio que não. Draft simulado serve para conhecer os jogadores, tentar entender as necessidades de cada equipe, mas, principalmente, tentar entender toda a dinâmica que pode ocorrer no dia do Draft – que este ano será na Philadelphia, vale a pena lembrar. Com esta filosofia, o Pro Football tentou pensar em um cenário diferente e que não é impossível de ocorrer para cada time.


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De imediato, é bom salientar que este Draft conta com uma profundidade incrível na posição de cornerback – tal qual linha defensiva era a bola da vez no ano passado. Marshon Lattimore, Sidney Jones, Gareon Conley, Tre’Davious White, Marlon Humphrey, Teez Tabor, Desmond King e Quincy Wilson – todos podem sair na primeira rodada sem problemas. A ordem vai depender muito de esquemas e encaixes, porém todos os oito podem ser titulares desde o primeiro dia.

Só que, como já vimos em outros anos, existe toda uma dinâmica no Draft. Outra posição recheada, mas sem profundidade, é a de edge rushers. E eles são mais valorosos para a maioria das defesas em detrimento aos cornerbacks. Nesta simulação nós imaginamos que possa ocorrer, de verdade, uma corrida atrás de pass rushers – o que vai puxar os cornerbacks para baixo. O grande fator para esta corrida ocorrer é Derek Barnett. Não basta bater o recorde de sacks de Reggie White, tem que ser produtivo em qualquer jogo contra equipes da SEC. Barnett é uma versão monstrão de Brandon Graham e pode sair no top 10, puxando toda uma corrida por edge rushers e impulsionando os cornerbacks para baixo no Draft.

Para quem não acompanhou, nós já fizemos uma primeira simulação. Nossa intenção aqui era tentar ser breve, por isso não colocamos comentários mais detalhados em alguns jogadores – porque a opinião continua a mesma com relação à primeira simulação. Além disso, não fizemos o tradicional exercício de imaginar outras possíveis escolhas por causa da intenção de ser breve neste momento que antecede até mesmo a Free Agency. Acompanhe as nossas escolhas e deixe suas críticas.

1. Cleveland Browns – Myles Garrett, defensive end, Texas A&M

A primeira escolha geral, a cada dia, parece estar se consolidando cada vez mais. Os Browns estão em uma situação parecida com o Houston Texans em 2014: um talento único está disponível e a classe de quarterbacks não é tão impressionante. Neste caso, não tem o que pensar: se agarre em Myles Garrett e depois analise a situação dos signal callers a medida que o Draft acontece – ainda mais que eles possuem a décima segunda escolha geral, a qual pode ser endereçada com QB.

2. San Francisco 49ers – Mitch Trubisky, quarterback, North Carolina

Novos sistemas gritam por novos quarterbacks. Trubisky não é um grande prospecto, mas Carson Wentz também não era e está indo muito bem no início da carreira. Com a possível ida de Kyle Shanahan para San Francisco, a franquia deve montar o ambiente perfeito para pegar o melhor quarterback disponível e reconstruir.

Sejamos sinceros: não dá para classificar quarterbacks junto com as outras posições. Sua importância, a cada dia, é maior do que qualquer outra posição – vide os 4 finalistas de conferência em 2016. Dizer que Trubisky é o vigésimo melhor jogador não faz muito sentido porque a posição é valorizada demais. Além disso, a cada ano que passa os prospectos vão ficando cada vez menos preparados (verdadeiros projetos).

Trubisky é o mais talentoso de todos numa classe que não é tão talentosa como outras, em termos de prospectos. Possui claras falhas, principalmente a falta de vitórias de impacto e de experiência dentro de campo. Mesmo assim, ele tem todas as ferramentas para se desenvolver em um bom quarterback. Na NFL de hoje, escolher alguém talentoso é apenas metade do caminho: sem uma comissão técnica boa não há como desenvolver um quarterback bom – salvo Andrew Luck. Aparentemente San Francisco está no caminho de unir os dois – bom prospecto e boa comissão.

3. Chicago Bears – Jonathan Allen, pass rusher, Alabama

O encaixe de Jonathan Allen não é tão direto quanto o de Garrett. Além disso, Allen não tem a mesma habilidade e o mesmo primeiro passo indo atrás do quarterback do que Garrett – por isso ele não é a primeira escolha geral. Mesmo assim, ele é um excepcional jogador contra a corrida e seu tamanho o permite jogar tanto como defensive end no 4-3 como 5-tech defensive end no 3-4 – que é onde ele deveria atuar em Chicago.

Os Bears estão em um limbo difícil de lidar. A franquia precisa de um quarterback (alguém realmente acredita em Matt Barkley?), mas os 49ers se desesperaram o suficiente para pegar o único que valia a pena olhar no topo do Draft – e também ele não é um grande prospecto. Continuando ainda mais no Draft, a franquia vai ter que gastar uma boa quantidade de recursos para voltar à primeira rodada e pegar um dos três (Trubisky, Deshaun Watson ou DeShone Kizer) que cair para o fim da rodada. Pelo menos o prêmio de consolação vale a pena.

4. Jacksonville Jaguars – Marshon Lattimore, cornerback, Ohio State

No primeiro Draft simulado que fizemos nós não colocamos Marshon Lattimore em nenhum lugar na primeira rodada. Por quê? Oras, eu não esperava que um redshirt sophomore, com 19 jogos no college, iria sair logo para o Draft.

Não há dúvidas que Lattimore é o melhor cornerback do Draft. Tirando Allen e Garrett, me arrisco a dizer que ele é o melhor jogador de toda a rodada de escolha. Fluido em campo, ele pode jogar na outside, no nickel, pressionando na linha de scrimmage ou em cobertura. Esta secundária de Jacksonville teria muito talento com Lattimore, Jalen Ramsey, Jonathan Cyprien e Tashaun Gipson. O problema é saber usar tudo isso – e Todd Wash levanta dúvidas em qualquer um.


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5. Tennessee Titans (via Los Angeles Rams) – Jamal Adams, safety, LSU

Como sempre, os Browns escolheram o parceiro de troca errado e os Titans se deram bem. Era óbvio que os Eagles tinham mais chances de ter uma temporada decente, comparados aos Rams e um Jeff Fisher anêmico que foi embora, enfim.

Voltando ao Draft, após o primeiro Draft simulado eu acompanhei mais Jamal Adams, principalmente no Bowl de LSU que não tinha Leonard Fournette para chamar a atenção. E não há como não se impressionar com o que ele faz em campo. Adams, ao contrário de Malik Hooker que vai aparecer daqui a pouco, é um cara extremamente versátil: joga no box, cobertura em zona, individual, suporte contra o jogo terrestre, cobre tight ends, slot receivers e running backs – me lembra muito um primo rico de Malcolm Jenkins.

Jogadores tão versáteis assim são muito valorizados, ainda mais para uma equipe sem safeties por tanto tempo. A grande questão é: o quão bom ele é em cada um destes itens? Apesar de parecer ser muito bom em todos os aspectos, ir para a NFL pode ser uma transição extremamente difícil de realizar, o que põe um grau de “Boom ou bust” para quem escolher Adams.

6. New York Jets – Cam Robinson, offensive tackle, Alabama

Entendo todas as reclamações com Cam Robinson que o fizeram despencar em alguns draft boards – como no de Daniel Jeremiah, um dos scouts mais respeitados. Robinson é um cara que teve problemas fora de campo e, em seu Senior Year, ele oscilou muito mais do que se esperava – basta assistir a final contra Clemson que dá para ver Robinson longe de seus melhores momentos.

Mesmo assim, ele continua sendo o melhor tackle do Draft. Aliás, entre os mais talentosos, ele deve ser o único que pode virar um left tackle na NFL. Mesmo com altos e baixos, Robinson ainda demonstrou muita técnica neste ano e é extremamente novo – fará 22 anos em 2017. Tem muito potencial para trabalhar em Robinson, mas ele precisará de apoio da comissão técnica para não virar um grande bust.

7. Los Angeles Chargers – Malik Hooker, safety, Ohio State

Fazia tempo que eu não via um safety que jogava, no college, tão bem em cover 3 e 1 como Malik Hooker. Tem dúvidas? Veja a atuação dele contra Clemson e sua interceptação na end zone. Ele sabe ler muito bem os olhos dos quarterbacks adversários e é um ballhawker impressionante. Além disso, Hooker não tem medo de entregar um big hit em algum wide receiver – alguns safeties que jogam no fundo do campo acabam por ter um pouco de receio do contato.

Entre Hooker e Adams vai da preferência do sistema. Enquanto o esquema dos Titans parece necessitar muito mais de um safety completo do que um cara que joga mais no fundo do campo, Los Angeles está mudando agora de técnico e pode se adaptar ao estilo do Buckeye. Hooker faria a torcida esquecer de Eric Weddle com o passar dos anos.

8. Carolina Panthers – Leonard Fournette, running back, LSU

Ver Fournette em campo me lembra muito Trent Richardson no college. Ele não é um jogador de corte fácil, prefere carregar os defensores nas costas do que cortá-los e é muito forte tanto para bloquear quanto para correr com a bola – o que em algumas partidas do College faz sentido, dada a diferença física entre os jogadores (e na NFL isso não vai acontecer, lembremos). A grande diferença, pelo menos aparente, é que Fournette é um cara que consegue ver os bloqueios se desenvolvendo e sabe escolher para onde ir – ao contrário de Richardson, o que lhe fez falhar miseravelmente.

Na NFL, vai ser complicado Fournette ter o mesmo estilo físico de jogo e não sofrer, afinal nem se compara o nível de atlético apresentado pelos defensores da NFL com o college. Como já deu para perceber, o running back possui um dos maiores potenciais de sucesso (virar um Adrian Peterson 2.0) e de falha (virar um Trent Richardson 2.0) e o encaixe é essencial para ele ter sucesso.

Os Panthers possuem um elenco muito talentoso e podem repetir o feito dos Cowboys no ano passado, quando um Ezekiel Elliott os transformou no time a ser batido da NFC. Sim, esta equipe tem sérios problemas na posição de cornerback, mas Fournette representaria o encaixe perfeito para um time que precisa de mais talentos ao redor de Cam Newton. Seria uma situação ideal tanto para ele quanto para a equipe. Considerando a quantidade de talento na posição de cornerback, os Panthers podem tranquilamente endereçá-la mais a frente e pegar Fournette aqui.


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9. Cincinnati Bengals – Derek Barnett, defensive end, Tennessee

Aqui começa a corrida por pass rushers, o que faz com que os cornerbacks caíam mais no Draft. Derek Barnett cresce cada vez mais na minha preferência pela sua produção contra grandes jogadores (ao contrário de Myles Garrett, que não foi tão produtivo nos jogos contra adversários da SEC) e porque ele era a única grande coisa em Tennessee – e produzia em alto nível mesmo chamando tanta atenção.

Barnett é uma versão Brandon Graham mais forte e competente no pass rusher – e menos confiável no combate ao jogo terrestre. Para você ter uma ideia, ele bateu o recorde de sacks da história de Tennessee, ultrapassando um cara conhecido como Reggie White. Barnett é o cara que mais deve crescer na preferência das pessoas durante todo o processo de Draft e pode acabar saindo mais alto ainda. Os Bengals conseguem uma bela barganha com esta escolha.

10. Buffalo Bills – Reuben Foster, linebacker, Alabama

Dos três últimos linebackers de Alabama que saíram em escolhas altas (C.J. Mosley, Reggie Ragland e Dont’a Hightower) Reuben Foster parece ser o mais completo. Extremamente instintivo, típico linebacker que consegue jogar de sideline a sideline, explosivo e líder em campo – lembra muito Luke Kuechly saindo do college. Os Bills possuem necessidades mais urgentes, obviamente, mas o valor aqui é muito bom para deixar passar. Iria solidificar o meio deste novo sistema por muito tempo. Outra opção aqui seria alguém como Deshaun Watson, afinal novos sistemas requerem novos quarterbacks.

11. New Orleans Saints – Solomon Thomas, edge rusher, Stanford

O que fazer com Thomas? Pouca massa para defensive tackle, muito baixo para defensive end ou outside linebacker no 3-4. Um cara que não se enquadra em nenhum perfil atlético das posições e com uma produção nada inspiradora no college (apenas 12 sacks). Não esperava que ele fosse sair tão jovem, só que depois do Bowl contra North Carolina ele parece ter tomado a decisão certa.

Apesar da dificuldade de encaixe, coloque o videotape dele e é surpreendente. Contra North Carolina, Thomas dominou a partida completamente. Ele amassou Trubisky toda hora no Sun Bowl e catapultou o seu valor. Um jogador jovem (apenas 22 anos quando começar a temporada), projeto, de uma grande universidade e de uma posição carente. Combina bastante com a estratégia da franquia nos últimos Drafts.

12. Cleveland Browns (via Philadelphia Eagles) – Deshaun Watson, quarterback, Clemson

Muito possivelmente os Browns tenham que fazer uma troca para subir a frente dos Bills e conseguirem Deshaun Watson. Neste cenário, os Bills mantém a ideia de pegar o melhor talento disponível e deixam Watson cair no colo de Cleveland – que não vai sobreviver com Cody Kessler como titular, sejamos sinceros.

Que Watson tem capacidade de liderança e de vencer grandes jogos ninguém duvida. Ele é clutch ao extremo e não deixa a desejar em porte atlético e força do braço. A grande dúvida que se tem é a sua capacidade em não cometer erros mentais. São 14 interceptações no último ano sem sofrer nenhum tipo de pressão no pocket – 17 no total. São muitos erros mentais que foram relevados no college (afinal o ataque de Clemson era muito talentoso), mas que vão ser difíceis de consertar no nível profissional. Mesmo assim, os Browns acham mais um salvador e se tem alguém que pode fazer um cara jogar bem na posição, esse cara é Hue Jackson.

13. Arizona Cardinals – Mike Williams, wide receiver, Clemson

Este foi um efeito colateral inesperado da corrida por um pass rusher. Ainda acho que Mike Williams é um talento de top 10 (a sua capacidade de lutar pela bola me lembra muito Dez Bryant) e eu ficaria surpreso se ele saísse tão baixo no Draft que está por vir.

Muita gente está colocando Corey Davis acima de Williams. Acho uma loucura. Um produto bem mais experiente, que produziu contra competição de alto nível – ACC + Playoffs vs MAC e Cotton Bowl no caso de Davis – e é um jogador completo. Não possui uma estatura monstruosa como a de Julio Jones, por exemplo, mas é alto o suficiente para ser um wide receiver #1. Com Larry Fitzgerald no fim da carreira e Michael Floyd dispensado, ele poderia ser o complemento ideal para J.J. Nelson e John Brown no futuro de Arizona.

14. Philadelphia Eagles (via Minnesota Vikings) coin toss – Corey Davis, wide receiver, Western Michigan

Apesar dos Eagles terem a segunda pior dupla de cornerbacks da NFL no ano passado (só perderam para os Panthers), a defesa de Jim Schwartz não acredita em valorizar a posição. A sua filosofia defensiva é contar com um pass rush forte que vai influenciar o quarterback adversário.

Por causa disso eu ainda acho que este time vai buscar uma arma ofensiva (Williams, Davis ou até mesmo Dalvin Cook) ou apostar no pass rusher (se Derek Barnett escorregar até aqui). Sidney Jones (ainda o segundo melhor cornerback do Draft) não parece ser o tipo de jogador que encanta Schwartz e Tre’Davius White ainda parece estar em um grau menor no board – apesar de estar destruindo no Senior Bowl. Davis é um wide receiver completo, maior do que Williams, mas menos experiente e com menos momentos incríveis. Finalmente Carson Wentz ganharia um alvo confiável e que seria fundamental para o seu desenvolvimento.

15. Indianapolis Colts coin toss – Dalvin Cook, running back, Florida State

Cook pode ser um ser humano horrível (sendo delicado), mas ele é um grande running back – talvez o mais completo de todo o Draft. Em uma Florida State sem talentos ofensivos (com todo mundo indo para o Draft), Cook ainda produziu muito tanto recebendo quanto correndo.

Ele é o anti-Fournette: um cara que busca o espaço, tenta criar do nada e extremamente ágil. Não é alguém que vá levar defensores 10 jardas após o contato, mas um running back completo que ajuda no passe tanto na proteção como recebendo a bola. Seria o parceiro ideal para Andrew Luck parar de apanhar um pouco e poder alcançar o nível esperado.

16. Baltimore Ravens – Sidney Jones, cornerback, Washington

Todo Draft parece que os Ravens arrancam um valor considerável em sua escolha. E, nesta simulação, isto aconteceria de novo. Sidney Jones tem capacidade para sair até no top 10, mas a corrida por um pass rusher o empurrou até a metade da primeira rodada. Não é dos jogadores mais agressivos na linha de scrimmage (por isso dissemos que não seria um jogador preferido por Schwartz), porém é extremamente competente na cobertura – principalmente por zona. Por ser mais baixo, é muito fluido e seria um bom encaixe no esquema dos Ravens – que dependem bem menos do apoio dos cornerbacks no jogo terrestre.

17. Washington Redskins – Malik McDowell, defensive end, Michigan State

Em seu melhor, um jogador de alto nível. Em seu pior, um cara para ser cortado. Você deve se lembrar que colocamos McDowell no top 10 no último Draft e agora ele despencou. O motivo? Consistência em campo. McDowell desliga demais durante as partidas, parece se perder e acaba sendo engolido pelos adversários. Jogadores assim tendem a cair, ainda mais quando são grandalhões como McDowell. Ele seria um baita reforço nesta linha defensiva pobre em talento (e o valor aqui é considerável), porém precisa ser mais ativo dentro de campo.

18. Tennessee Titans – Dan Feeney, guard, Indiana

Existem dois segredos neste Draft: o que leva algumas pessoas a acharem que Jonathan Allen deveria ser a primeira escolha geral e quem coloca Forrest Lamp acima de Dan Feeney? No Senior Bowl, Feeney está mostrando que é o melhor linha ofensiva de lá, superando facilmente Lamp.

Esta escolha passa longe de ser sexy, mas como os Cowboys fizeram com Zack Martin, chega uma hora que é preciso escolher um guard e reforçar o miolo da linha, ainda mais um time que adora o smash mouth football moderno. Não dá para Marcus Mariota perder jogos todo ano por causa de lesão. Sem proteger a esperança da franquia, Tennessee vai acabar produzindo um jogador muito bom e que é um canhão de vidro. Os offensive tackles dos Titans já fizeram estrago. É hora de fazer ainda mais com um sólido guard.

19. Tampa Bay Buccaneers – Budda Baker, safety, Washington

Budda Baker adota o estilo Brian Dawkins: um safety um pouco baixo extremamente ágil e que adora ser hard hitter. Ele não vai aliviar e pode jogar como single high safety ou até mesmo na slot (parecido com o papel de Tyrann Mathieu no Arizona Cardinals). O grande problema é saber o quão undersized Baker é e ele pode despencar no Draft (para o final da segunda rodada) dependendo das suas medidas no Combine. Se Baker realmente tiver os 1,80m que está listado, ele pode sair na primeira rodada – qualquer coisa abaixo disso vai derrubá-lo bastante. Outra opção nesta escolha poderia ser Tre’Davious White.

20. Denver Broncos – Ryan Ramczyk, offensive lineman, Wisconsin

John Elway sabe que o seu núcleo de jogadores é muito talentoso, mas que está passando do seu auge. Mesmo sem um quarterback confiável (Romo não seria confiável nesse sentido por conta de lesões iminentes), ele vai querer montar um time competitivo e isto exige escolhas por necessidade sobre capacidade do jogador – o plano de melhor jogador disponível vira papel picado.

Ramczyk é um cara que tem potencial para virar um left tackle na NFL, mas ainda é muito cru. Com um ano só de Wisconsin, ele mostrou que tem pouca técnica e muito talento, logo seria melhor começar a carreira como guard e, eventualmente, virar um tackle – um plano que poderia dar certo em Denver. Em uma classe tão escassa de linhas ofensivas, Ramczyk e Robinson são as únicas apostas que valem a pena na primeira rodada – com relação à posição de tackle, que fique claro.


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21. Detroit Lions – Tre’Davious White, cornerback, LSU

O número #18 deste ano em LSU. Para quem não sabe, o número #18 é dado em LSU para “o membro do time considerado o melhor exemplo do que significa ser um jogador de LSU dentro e fora de campo.” Só por ser um, possivelmente, exemplo de ética de trabalho, White vai ganhar muitos pontos.

Além disso, ele é um jogador que joga com muita confiança. Vai bem tanto no mano-a-mano como em zona, porém está no seu melhor momento quando coloca as mãos nos adversários, pressionando na cobertura – e, incrivelmente, ele não é um cornerback que adora agarrar e, consequentemente, ter inúmeras faltas de holding e pass interference. A grande dúvida é se ele possui velocidade final para jogar no lado de fora do campo na NFL. Se os números forem bons no Combine, ele pode ser catapultado até a décima segunda escolha. Sorte dos Lions nesta simulação, que pegam o melhor jogador disponível.


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22. Miami Dolphins – John Ross, wide receiver, Washington

Com Kenny Stills free agent, Leonte Carroo não sendo um exemplo de velocidade e DeVante Parker ainda engatando a segunda marcha, Ryan Tannehill vai precisar de alvos para continuar a sua reconstrução como jogador. E John Ross seria o jogador ideal.

Um DeSean Jackson que tomou Whey durante a carreira, Ross é um cara que consegue colocar medo nos adversários com relação a serem batidos no fundo do campo e é alguém forte o suficiente para aguentar o tranco de safeties hard hitters. Ao contrário dos outros jogadores de velocidade que saíram recentemente no Draft (como Will Fuller), Ross parece ser um jogador que não sofre com drops.

23. New York Giants – Forrest Lamp, guard/tackle, Western Kentucky

Os Giants adoram draftar jogadores com braços de T-Rex e os colocarem fora de posição. Foi assim com o início de carreira de Justin Pugh e poderia acontecer o mesmo com Lamp. O caso de Ereck Flowers foi outro: eles usam um right tackle como left tackle.

Não me interprete mal: eu acho Forrest Lamp um jogador muito técnico. Ele tem potencial para começar desde o primeiro dia, só que de guard. Esqueça tackle, ele não tem os braços/envergadura para isso. Jogadores com braços curtos vão perder na pegada para defensive ends mais altos e vão acabar dançando que nem a música. Os Giants (e metade da torcida do Flamengo que gosta de NFL) sabem que precisam de um left tackle para poderem reforçar o lado direito (sim, não estou perdido; Flowers poderia virar um right tackle e reforçar o pior lado direito da liga). Uma outra opção é plugar Lamp desde o primeiro dia como right guard e ter estabilidade para o resto da vida na posição.

24. Oakland Raiders – Marlon Humphrey, cornerback, Alabama

Antes top 10 e agora fora do top 20. Nós dissemos, naquela época, que Humphrey poderia ser exposto no final do ano e foi exatamente o que aconteceu – ainda mais quando ele começou a lembrar Dee Milliner em campo.

Humphrey mostrou ser um pouco mais duro do que se esperava, com dificuldades para marcar jogadores mais ágeis. Além disso, ainda existem questões se ele possui velocidade final alta – e o Combine será decisivo para resolver esta situação. Ainda é uma escolha de primeira rodada, mas parece muito mais um cornerback #2 do que #1 neste momento.

25. Houston Texans – DeShone Kizer, quarterback, Notre Dame

Eu fiquei surpreso com DeShone Kizer escolhendo sair agora para o Draft. Seu 2016 foi simplesmente uma zona, apesar de mostrar flashes de ser brilhante. Talento, braço, atlético. Ele tem tudo, menos técnica – e ele precisa trabalhar muito para ser titular na NFL.

Muita gente vai avaliar Kizer pelo seu potencial, só que vão esquecer que poucos times vão querer apostar em potencial. Os Jets fizeram isso com Hackenberg e o coitado parecia uma criança no meio dos adultos no ano passado – nível Bernard alegria nas pernas; quem sabe neste ano ele mude. Para apostar em potencial é preciso senso de urgência, o que os Texans têm de sobra. Kizer chega para disputar a posição e pode ser protegido por um corpo de recebedores com talento e um Lamar Miller que a cada dia está melhor. Ele está em um ponto melhor que Paxton Lynch (aparentemente) e não seria uma escolha de outro mundo no fim da primeira rodada – talvez Houston precise subir um pouco para garanti-lo e não cometer o mesmo erro que cometeram com Teddy Bridgewater/Derek Carr.

26. Seattle Seahawks – Ethan Pocic, center/guard, LSU

Os Playoffs provaram que a linha ofensiva é essencial. Só que uma posição que pouco ganha atenção é a de center. Sem uma química correta entre center e quarterback, qualquer equipe pode desmoronar. O melhor exemplo foi Atlanta: a chegada de Alex Mack estabilizou a linha e foi o estopim para aquele ataque virar o mais completo da liga.

Pocic é um center clássico: massivo, vai aguentar nose tackles mais físicos e é muito bom no power run. No espaço ele tem dificuldades, esperado para um cara do tamanho dele. Por causa destas características, ele seria o jogador ideal para Seattle começar a reconstruir esta linha ofensiva. Com as opções de Pocic e Garett Bolles, faria muito mais sentido escolher o primeiro.

27. Kansas City Chiefs – Garett Bolles, offensive lineman, Utah

Um linha ofensiva mais velho, com um teto baixo e que pode ser titular desde o primeiro dia. Esta escolha é a cara de Andy Reid. Sim, Bolles possui uma história muito legal, só que é complicado gastar uma escolha de primeira rodada em alguém de 25 anos, apesar de ele poder ser o right tackle titular desde o primeiro dia do training camp – na pior das hipóteses ser o guard titular que vai ser muito bom nos bloqueios para o jogo terrestre. Bolles é bem técnico e possui um porte atlético médio – longe de ser, aparentemente, um atleta excepcional. Com o discurso de conseguimos ganhar com Alex Smith, os Chiefs vão tentar ao máximo blindá-lo e os vejo fazendo uma escolha por necessidade na primeira rodada.

28. Dallas Cowboys – Taco Charlton, defensive end, Michigan

Os Cowboys precisam de talentos no lado defensivo, principalmente no pass rush depois de tantas decepções no Draft (ou melhor, tantas decepções de jogadores que vieram, foram pegos no antidoping e conexos). Com o topo do Draft recheado com bons jogadores (mas pouca profundidade), é muito esperado que o time vá atrás do melhor disponível – seja Taco Charlton, Charles Harris, Deatrich Wise ou quem mais for.

Charlton é um cara que poderia se encaixar no 4-3 de Dallas rapidamente. Alto, ele possui uma certa técnica que chama atenção. Longe de ser explosivo e inconsistente contra o jogo terrestre, ele pode ser um complemento para Demarcus Lawrence na rotação até se desenvolver o suficiente para poder aguentar tanto jogadas de corrida quanto de passe.

29. Green Bay Packers – Jabrill Peppers, safety, Michigan

O jogador que mais despencou até aqui. Peppers foi EXPOSTO (com direito ao capslock e o negrito) no final do ano. Inconsistente fazendo tackles, duro demais que colocou dúvidas se seria um safety, fraco demais para ser linebacker. Peppers acabou virando um atleta sem posição – ele é melhor atleta do que jogador no momento. Ele não pode ser um linebacker e ainda lhe falta velocidade (aparentemente) para ser um cornerback titular. O que lhe resta? Ser um strong safety ou um nickelback no nível profissional.

Como vimos nos Playoffs, os Packers precisam urgentemente de profundidade em sua secundária. O plano de jogo de Capers inclui muitas jogadas mano-a-mano na secundária e Peppers poderia ser um complemento ideal para Ha Ha Clinton-Dix no fundo do campo, entrando em situações de nickel e podendo jogar tanto no box quanto no slot. Seria um jogador que proporcionaria uma flexibilidade maior para a equipe e poderia ter as suas fraquezas mascaradas pelo sistema.


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30. Pittsburgh Steelers – Gareon Conley, cornerback, Ohio State

Conley pode sair muito mais alto que isso – perto da vigésima escolha. Alto, Conley dá a impressão de atuar melhor em sistemas que o permitam ser agressivo com o adversário na linha de scrimmage. Se ele tiver que sentar em zona e esperar, tendo que caminhar para trás de olho na rota, possivelmente vai sofrer. Além disso, seu combate ao jogo terrestre não é dos melhores e sua técnica de tackles é sofrível. Em um sistema 3-4, em que ele tenha menos pressão de combate ao jogo terrestre, pode ser o melhor lugar para ele. Ele permitiria que os Steelers chutassem William Gay e jogassem Ross Crockrell para o slot em situações de nickel, dando uma flexibilidade maior para esta defesa que foi exposta contra os Patriots.

Observação abaixo: a ordem de Patriots e Falcons não foi determinada ainda, dado que o vice do Super Bowl é o 31 e o campeão é o 32. Não, não estamos falando neste Mock que vai dar Falcons, não é o texto para isso. Especificamente para determinar esta ordem, fizemos um cara-coroa e deu Falcons – por isso Patriots antes, em 31.

31. New England Patriots – Charles Harris, defensive end, Missouri

O modo Patriot de ser inclui não escolher jogadores playmakers nas primeiras rodadas e não cansar de reforçar suas linhas defensivas e ofensivas. A saída de Chandler Jones e Jamie Collins podem não ter sido sentidas olhando para o macro, no entanto no quesito pass rush esta equipe perdeu qualidade. E Bill Belichick não vai deixar barato no Draft.

Pode ser que os Patriots resolvam escolher alguém que ninguém tem a menor ideia e ele vire um jogador de impacto. Com as informações que temos no momento, nada melhor escolher um pass rusher puro, com um primeiro passo bom e que deve se encaixar neste sistema. Uma eventual outra escolha aqui seria Christian McCaffrey e sua versatilidade.

32. Atlanta Falcons – Desmond King, cornerback, Iowa

Um ballhawker nato. O grande problema de King pode ser a sua velocidade final e o seu tamanho, motivos pelo qual ele pode ter que virar um nickelback ou um safety na NFL. Para um time de Atlanta, que possui corners talentosos mas que precisa de profundidade no elenco, King seria uma escolha inevitável. Seu estilo de querer apostar mais do que deve vai fazer com que seja queimado no nível profissional, porém renda muitos turnovers – e isso encaixa-se perfeitamente nesta defesa.

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