Proteger Tom Brady
Pode parecer até clichê, mas para o Super Bowl a atenção tem que ser triplicada. Tratando-se de um pass rush em ascendência como o dos Falcons, será fundamental a linha ofensiva ter a partida do ano e impedir que qualquer jogador toque o signal-caller. Contra os Texans o ataque foi bem abaixo do que vinha rendendo justamente pela pressão sofrida pelo quarterback. Sendo mais exagerado, todos sabem como os Giants bateram os Patriots duas vezes no Super Bowl: pressionando e causando sacks. Veremos como Bill Belichick montará o plano ofensivo visando minimizar os riscos, pois é sabido que o rendimento de Brady cai bastante quando tem pouco tempo – e nessas horas os turnovers aparecem.
Explorar a dupla de running backs
Confesso que não me recordo dos Patriots tendo um ataque tão dinâmico recentemente. LeGarrette Blount vem fazendo o que quer na red zone adversária, enquanto Dion Lewis aparece cada vez melhor. As 117 jardas terrestres por partida ilustram bem a capacidade dos dois, que deverão ser explorados ao máximo – considerando que a defesa de Atlanta não é das mais poderosas. As corridas precisam acontecer como forma de cansar a defesa adversária e, principalmente, tirar o foco da defesa adversária em parar o passe e pressionar Brady. Mais do que isso, Blount é uma arma letal da red zone, e tem sido um verdadeiro trator passando por cima dos adversários para anotar touchdowns.
Impedir um caminhão de pontos
Soa um tanto quanto óbvio, mas contra o ataque que mais pontuou na temporada regular (oitava marca da história), é essencial a defesa fazer valer o rótulo de unidade que menos cedeu pontos durante a temporada regular. A defesa contra o jogo terrestre vai bem, e terá papel decisivo contendo os corredores adversários. Mais do que isso, veremos como a secundária lida com o bombardeio de Atlanta. Com uma defesa que não é elite, a chance dos Falcons é anotar muitos pontos (como vem fazendo ao longo da temporada), então limitar a ofensiva vermelha é o melhor caminho para garantir a vitória.
Colocar Matt Ryan sob pressão
Não somente no sentido de pressionar no pocket, mas principalmente colocá-lo em situação desconfortável. A verdade é que quando tem a liderança ou tem o jogo sob controle, o ataque de Atlanta é poderosíssimo. Antes da atual pós-temporada, Matt Ryan havia vencido apenas uma partida de Playoffs; por outro lado, Brady e a maioria do elenco dos Patriots já é experiente inclusive em Super Bowl. Enfim, forçar erros e colocar Ryan em uma situação de desconforto pode ser um elemento crucial na partida, com a possibilidade inclusive de New England dominar totalmente a partida a partir de então. Abrir uma diferença de mais de uma posse de bola nos últimos quartos, por exemplo, forçaria o jogo aéreo e diminuiria consideravelmente o dinamismo do ataque de Atlanta, um dos principais trunfos da unidade.
Usar a genialidade de Bill Belichick
Não será nenhuma novidade se o Head Coach dos Patriots resolver inventar uma nova gracinha ou criar um plano de jogo extremamente eficiente. O técnico é o que tem mais experiência em Super Bowl, e certamente está entre os maiores da história. Na semana passada, uma bem desenhada flea-flicker, por exemplo, arrebentou com a defesa dos Steelers (não só na jogada, mas esse tipo de jogada acaba afetando o psicológico do time em campo). Mais do que isso, Belichick sabe encontrar talento e diversas possibilidades onde muita gente não consegue ver. Contra uma defesa que tem suas deficiências, não me espantaria em ver um plano de jogo bem definido desde o início, tentando minar ao máximo o pass-rush adversário, algumas gracinhas para pontuar cedo e preservar ao máximo o relógio, jogando a pressão para cima de Matt Ryan. Também vale ressaltar que será fundamental um plano defensivo muito bem montado para minimizar o dinamismo do ataque adversário.
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