Antony Curti, nosso editor-chefe, chamou a epopeia de Aaron Rodgers e Green Bay Packers nessa offseason de “Avenida Green Bay”. Peço desculpas de antemão ao meu colega de podcast, mas discordo fortemente, apesar de entender a analogia: João Emanuel Carneiro jamais escreveria uma trama tão rocambolesca, cheia de indiretinhas jogadas nas redes sociais e personagem que se amam e odeiam de forma juvenil.
Essa novela mais parece alguma temporada de Malhação, que o mocinho se arrepende de algum erro, é bem recebido pela antiga namorada e todos tomam sua rodada de suco no Gygabite, como se nada fosse. Deixando de lado as tramas globais, vamos as 5 lições deste episódio.
Não é sobre dinheiro, é sobre ego e poder
Dá para entender os motivos que quarterback num geral são divas. Desde o começo de sua carreira, lá antes do ensino médio, viram estrelas e são cercados de todas as atenções. Quantos filmes você viu em que o jovem bonitão, que é o lançador da sua escola, é desejado por todas as garotas? Imaginem isso no nível no NFL. A partir do momento que os Packers selecionaram Jordan Love, eles mexeram com os brios de Rodgers, que se sentiu ferido e traído, ainda mais por não saber antes. A falha de comunicação foi o grande erro e fez com que toda a celeuma fosse criada.
Network é tão importante quanto jogar bem
Uma das concessões que os Packers estariam dispostos a fazer para ter Rodgers de volta é recontratar o wide receiver Randall Cobb, com quem o quarterback formou um grande duo em…2014. O tempo passou, Cobb passou por Dallas Cowboys e Houston Texans (onde está hoje, o que não deve ser empecilho) e pode ser premiado com uma volta à equipe que lhe draftou, mesmo já estando com 31 anos e longe do auge. Pode ser útil, num grupo de recebedores que não é espetacular, mas convenhamos que se não fosse um pedido de Rodgers, a possibilidade sequer estaria sendo ventilada.
Dentro de campo, tudo segue normal
Quando Rodgers pisar no campo do Lambeau Field, esqueça qualquer ruído extra-campo: o torcedor dos Packers vai apoiar seu ídolo na tentativa de ser campeão. Pouco importa se ele fez beicinho para a diretoria, maltratou o coração dos adeptos por semanas a fio com seu comportamento enigmático – para não usar alguma expressão mais dura – ou quer sair da franquia em 2022. O torcedor quer saber do que acontece ali, nas quatro linhas, o resto vem depois.





