5 lições é uma coluna semanal de Deivis Chiodini, abordando pontos importantes que a rodada da NFL nos trouxe. Durante a offseaon, aparece em momentos especiais, como o Draft. Está no ar sempre nas segundas-feiras pela manhã, trazendo opinião rápida e de forma clara. Clique aqui e confira o índice da coluna!
A aula de Draft dos Ravens não é fruto do acaso
Não dá para falar desse Draft sem citar a performance de elite do general manager Eric DeCosta e do Baltimore Ravens. No primeiro dia foram pacientes para não se precipitar com as necessidades principais saindo na sua frente, conseguindo o safety Kyle Hamilton, um dos melhores talentos desse Draft. Depois ainda trocaram Marquise Brown com o Arizona Cardinals por uma primeira rodada – valor espetacular – e trouxeram o excelente center Tyler Linderbaum.
Como se não bastasse, nas suas próximas 3 escolhas conseguiram David Ojabo (EDGE), Travis Jones (defensive lineman) e Daniel Faalele (offensive tackle), nomes que aí sim cobrem os buracos no elenco, e ainda adicionaram profundidade no último dia. Uma aula de paciência, leitura do que estava acontecendo e muito preparo. Coisas assim só acontecem em franquias que tem filosofia clara e com todos os membros na mesma página. Elite: ninguém chegou perto do nível dos Ravens no Draft 2022.
Wide receivers são definitivamente uma posição premium
2022 confirmou uma tendência dos últimos anos: pouco importa se a classe de wide receivers é profunda, ninguém está disposto a arriscar perder seu jogador, preferindo escolher na primeira rodada. Foram 6 nomes escolhidos, todos dentro do top-20. Se considerarmos que Arizona Cardinals e Philadelphia Eagles trocaram suas primeiras rodadas por veteranos da posição, o número sobe para 8. Ainda dá ir mais longe, já que antes do Draft, Miami Dolphins e Las Vegas Raiders também envolveram sua primeira rodada em trocas por recebedores.
Nos últimos 3 recrutamentos foram selecionados pelo menos 5 wide receivers na primeira rodada, fora os indiretos em troca como citados. É um caminho sem volta a valorização da posição no Draft.
Bill Belichick deixou um recado claro
O Draft do New England Patriots deixou muitos torcedores descontentes com as escolhas, mas também trouxe a tona algo até então não tão ventilado: Bill Belichick confia no elenco que já estava por lá e preferiu pensar no futuro. Ronnie Perkins, Cameron McGrone e os recém-contratados Mack Wilson, Malcolm Butler, DeVante Parker devem ganhar espaço, além de Belichick apostar no desenvolvimento de alguns segundanistas que já jogaram em 2021. Apenas o guard Cole Strange deve ter impacto imediato.
Todavia, vale ressaltar que é uma estratégia ousada, em especial no lado defensivo da bola, onde a unidade toda mostrou vulnerabilidade na reta final da temporada passada. Outra ressalva fica por conta dos escolhidos do dia 2 em diante: nomes com melhor valor estavam disponíveis e Belichick apostou em jogadores cujo a maturação pode ser mais lenta que o necessário, se é que a atinjam. No fim, não dá para negar que seja um Draft bem controverso, diferente do excelente recrutamento de 2021.
A cortina de fumaça não funciona sem fundamento
Nunca os times quiseram tanto “vender” os prospectos de quarterback para outras equipes como em 2022. Numa classe frágil e recheada de dúvidas, boatos sobre o interesse das franquias na primeira rodada foram constantemente plantados, na esperança que alguém se desesperasse e puxasse o gatilho, deixando algum outro bom nome cair. Não funcionou: somente Kenny Pickett foi selecionado pelo Pittsburgh Steelers na primeira rodada.
Desmond Ridder, Malik Willis e Matt Corral só conheceram seus times no terceiro round, enquanto Sam Howell teve que esperar até o quinto. Dá para dizer que ninguém colocou os pés pelas mãos por desespero, provando que todo burburinho dos últimos meses nunca passou de…burburinho.
Jon Robinson merece mais amor
Desde que Jon Robinson se tornou general manager do Tennessee Titans a franquia não teve sequer uma temporada com menos de 50% de vitórias, algo que vinha acontecendo nos quatro anos anteriores. Nessas seis temporadas, são quatro idas aos playoffs, com direito a final de AFC em 2019 e melhor campanha na temporada regular de 2021. Agora, com um excelente Draft, ele coloca novamente a equipe em condições de brigar por algo, enquanto prepara o futuro.
Após trocar A.J. Brown com os Eagles, Robinson selecionou Treylon Burks, cujo a principal comparação era justamente Brown. Traduzindo, conseguiu um jogador que pode ser similar, porém muito mais barato. Além disso, adicionou valores em interessantes em nomes como Roger McCreary, Nicholas Petit-Frere e Hassan Haskins. A cereja do bolo veio na escolha de Malik Willis na terceira rodada: o potencial está ali e pelo valor certo, ele pode ser trabalhando sem a pressão de ser uma escolha de primeira rodada.
Para saber mais:
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