5 lições é uma coluna semanal de Deivis Chiodini, abordando pontos importantes que a rodada da NFL nos trouxe. Está no ar sempre nas segundas-feiras pela manhã, trazendo opinião rápida e de forma clara. Clique aqui e confira o índice da coluna!
Jalen Hurts pulverizou as dúvidas
Sempre fui um dos mais céticos em relação a Jalen Hurts: tinha dúvidas sobre seu teto para se desenvolver como um franchise quarterback e sua capacidade para evoluir como passador, em especial tomando decisões no campo. Em seu terceiro ano na NFL, o Philadelphia Eagles incrementou o elenco ao seu redor, trouxe um recebedor de alto nível como A.J. Brown e mostrou que era só de suporte que o camisa 1 precisava para se consolidar.
Em 3 partidas, ele foi praticamente perfeito, conduzindo o ataque tanto pelo ar quanto pela terra. Quando a cobertura mandou poucos homens na pressão, soube lidar com as coberturas e achar janelas apertadas. Na vitória sobre o Washington Commanders, distribuiu a bola para 8 alvos diferentes, aproveitou todas oportunidades e agiu como um maestro, controlando o jogo. Se alguém – assim como eu – tinha dúvidas sobre Hurts, viu elas se pulverizarem.
McDaniel não veio para brincadeira
Nos esportes de luta, o cartel por vezes é enganador: não raro você vê um lutador chegar invicto ou com muitas vitórias nos eventos principais, mas quando vai olhar a qualidade dos oponentes derrotados, logo entende os motivos. Costumam ser as famosas “galinhas mortas”: nomes sem expressão e de baixa qualidade. Por vezes, no futebol americano, quando um treinador vence rapidamente ou um time começa com tudo a temporada, se faz essa ponderação.
Entretanto, isso não é válido para Mike McDaniel, head coach do Miami Dolphins: em três semanas ele derrotou três técnicos gigantes, passando por situações delicadas nas partidas e dando a volta por cima. Após bater Bill Belichick e John Harbaugh, neste domingo foi a vez de segurar o poderoso ataque do Buffalo Bills em 19 pontos e vencer Sean McDermott. O hype é real e o cartel de McDaniel também: o treinador dos Dolphins veio para ficar.
Por vezes, a saudade bate mais rápido que se espera
Uma vitória por um ponto contra o Atlanta Falcons, após estar perdendo na maior parte do tempo. Derrotas para Tampa Bay Buccaneers e Carolina Panthers. Ataque anêmico em pontos, apesar do retorno de Jameis Winston, Michael Thomas, além das adições de Jarvis Landry e Chris Olave. Pelo menos 20 pontos sofridos em todas as 3 partidas até agora. Não dá para negar que o New Orleans Saints está sentido saudades de seu ex-head coach Sean Payton.
Fica cada dia mais evidente por que Pete Carmichael, coordenador ofensivo dos Saints, nunca se tornou head coach em nenhum time e sequer foi considerado como um forte candidato: o ataque sempre foi de Payton e não seu. Já Dennis Allen, que sucedeu Sean como treinador principal, mostra que como head coach é um excelente coordenador defensivo. Nada animador o começo dessa nova era em New Orleans.
Brandon Staley está cavando sua cova
Justin Herbert com as costelas em frangalhos estava em campo contra o Jacksonville Jaguars, com menos de 5 minutos para o fim da partida. Você deve estar imaginando que o Los Angeles Chargers estavam brigando pela vitória e ter seu quarterback era fundamental para conseguir o triunfo. Não: o placar apontava 38 a 10 para o time da Florida. Os Chargers já estavam sem 3 titulares na linha ofensiva. Staley manteve Herbert por teimosia (ou quem sabe burrice mesmo), mas isso costuma cobrar bem caro: perder Herbert ou fazer com que ele jogue sem condições pode dinamitar a temporada da equipe de Los Angeles. E com ela, pode implodir o emprego de Staley, que está cavando seu buraco.
Special Teams perdem jogos
Não gosto da narrativa “time X perdeu o jogo”: isso tira todos os méritos de quem venceu e me incomoda. Na vitória do Indianapolis Colts sobre o Kansas City Chiefs, por exemplo, é preciso destacar o bom trabalho da defesa dos comandados de Frank Reich. Além disso, o trabalho em se manter resiliente e aproveitar a chance de fechar o jogo merece menção. Todavia, não dá para não citar os erros dos special teams dos Chiefs como fator. Veja bem: um muff punt – virou touchdown dos Colts -, um extra point e um field goal perdidos, além de um fake field goal mal-sucedido. Tudo isso teve peso numa derrota por 3 pontos. Andy Reid precisará consertar seu time de especialistas.
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