Passada oficialmente a primeira leva da free agency, pode-se obter um panorama de quais times ficaram sensivelmente melhores e quais fizeram movimentos que passaram longe do ideal. Nesse artigo, elencamos 6 times que se deram bem com a abertura do mercado.
Buffalo Bills
Chegadas: Stefon Diggs (WR), Mario Addison (EDGE), A.J. Klein (LB), Vernon Butler (iDL), Quinton Jefferson (DE), Tyler Matakevich (LB), Josh Norman (CB).
Saídas: Jordan Phillips (iDL), Shaq Lawson (EDGE), Kevin Johnson (CB).
O recado dos Bills é claro: estamos aqui para vencer a AFC East. O projeto de Sean McDermott tem bastante sucesso até o momento, com duas idas aos playoffs nos últimos três anos, e os novos investimentos mostram que a franquia está determinada a dar o próximo passo já nessa temporada.
No ataque, o novo alvo favorito de Josh Allen será o excelente Stefon Diggs, e sua qualidade não só será essencial em fazer jogadas como em abrir espaço para o resto do ataque – a combinação com John Brown é bem mais perigosa e efetiva do que parece à primeira vista. Na defesa, o time não só procurou repôr as saídas na linha defensiva como adicionou profundidade ao grupo de linebackers; além disso, Mario Addison e Quinton Jefferson são melhoras em relação à Shaq Lawson e Jordan Phillips, respectivamente.
Cleveland Browns
Chegadas: Jack Conklin (OT), Austin Hooper (TE), Case Keenum (QB), Kevin Johnson (CB), Andrew Billings (iDL), Karl Joseph (S), Andrew Sendejo (S).
Saídas: Joe Schobert (iLB), Eric Murray (S), T. J. Carrie (CB), Christian Kirksey (iLB), Juston Burris (CB), Demetrius Harris (TE).
Os Browns confiam o suficiente em seus linebackers jovens para repôr as perdas de Joe Schobert e Christian Kirksey, e em termos financeiros ambas as saídas dão uma boa aliviada na folha salarial da equipe. O time tem de se preocupar com a profundidade de algumas posições na defesa, mas não é um problema tão grande assim a ponto de destruir a temporada de Cleveland – claro, um pouco de sorte não faria mal para evitar lesões e coisas do tipo.
A estratégia de Andrew Berry e Kevin Stefanski no mercado é bastante interessante: primeiro, o time se preocupou em reforçar a proteção em torno de Baker Mayfield contratando Jack Conklin e, com a chegada de Austin Hooper, dá mais um alvo de qualidade para auxiliar no desempenho de seu quarterback; ainda, as contratações de Kevin Johnson e Karl Joseph fazem parte de um modelo que acho bastante interessante na free agency: jogadores cujo talento é inegável mas que não deram certo em seus times antigos por uma variedade de motivos e que podem se aproveitar bem de um novo começo. Baixo risco, alta recompensa.
Dallas Cowboys
Chegadas: Gerald McCoy (DL), HaHa Clinton-Dix (S), Dontari Poe (iDL), Blake Bell (TE).
Saídas: Robert Quinn (EDGE), Travis Frederick (C), Byron Jones (CB), Jason Witten (TE), Randall Cobb (WR), Jeff Heath (S), Maliek Collins (iDL).
Os Cowboys provavelmente sairão satisfeitos do mercado mesmo com um alto número de perdas – e vamos ser sinceros, a única que realmente vai doer é a ida de Byron Jones para os Dolphins. No mercado da NFL, quase sempre leva quem paga mais, e a situação financeira de Dallas não permitia que o time fizesse investimentos maciços nos nomes mais caros.
Sim, Robert Quinn teve um ótimo e surpreendente desempenho em 2019, alcançando 11.5 sacks. Mas por 14 milhões de dólares ao ano? Pode levar, Chicago. Witten já não era produtivo há muito tempo; Cobb vive mais de nome do que de produção em si. O que também vai machucar o time, e isso não envolve a parte financeira, é a aposentadoria de Travis Frederick. Mas é entendível.
Passamos então as contratações da equipe. Por anos, os Cowboys negligenciaram o interior da sua linha defensiva, sendo este uma das maiores fraquezas da era Jason Garrett. As chegadas de Gerald McCoy e Dontari Poe ajudam muito a equipe a melhorar nesse quesito com dois jogadores de qualidade, mesmo que já estejam com idade um pouco avançada. HaHa Clinton-Dix é um upgrade imenso sobre Jeff Heath na posição de safety. E o ataque, sob o comando de Dak Prescott e com a manutenção de Amari Cooper, continuará a ser um dos melhores da liga. Dá pra dizer que tem sido uma boa offseason.
Los Angeles Chargers
Chegadas: Brian Bulaga (OT), Chris Harris Jr. (CB), Linval Joseph (iDL), Nick Vigil (LB), Trai Turner (G).
Saídas: Philip Rivers (QB), Russell Okung (OT), Melvin Gordon (RB), Derek Watt (FB), Adrian Phillips (S), Thomas Davis (LB), Jaylen Watkins (DB), Travis Benjamin (WR), Jatavis Brown (LB), Brandon Mebane (iDL).
Acredito que os Chargers tenham ficado sensivelmente melhores durante essa intertemporada, mesmo que a lista de saídas seja bem maior que a de chegadas – que é uma das melhores da liga. A troca de Russell Okung por Trai Turner foi fantástica, assim como a chegada de Brian Bulaga para reforçar o lado direito da linha. Na defesa, Chris Harris Jr. deve voltar a atuar no slot, onde ele brilhou ao longo de sua carreira; Linval Joseph não vem de seu melhor ano em Minnesota, mas sua qualidade ainda é evidente e um novo começo pode fazer bem.
Claro que tudo isso depende do que o time fará na posição de quarterback. A maior probabilidade nesse momento é que Los Angeles selecione Justin Herbert com a sexta escolha geral e tenha Tyrod Taylor como titular na primeira semana. Não adianta de nada ter um excelente time se o jogador mais importante não consegue produzir, no entanto, o caminho traçado pela organização ao menos é um que faz bastante sentido.
Las Vegas Raiders
Chegadas: Cory Littleton (iLB), Carl Nassib (DE), Nick Kwiatkoski (iLB), Marcus Mariota (QB), Eli Apple (CB), Jeff Heath (S), Maliek Collins (iDL), Nelson Agholor (WR), Nick O’Leary (TE)
Saídas: Tahir Whitehead (LB), Karl Joseph (S).
A estratégia supracitada dos Browns de investir em jogadores de talento que não funcionaram tão bem assim em seus times antigos se repete aqui: Eli Apple não conseguiu justificar seu potencial como escolha de top 10 tanto em New York quanto em New Orleans e Nelson Agholor foi importante no título do Philadelphia Eagles em 2017, mas seus outros anos com o time foram péssimos. E eu nem falei de um certo quarterback que chegou a ser segunda escolha geral.
Só que além disso o time também fez contratações muito boas de jogadores que já se provaram na liga, como é o caso dos ótimos linebackers Cory Littleton e Nick Kwiatkoski. A linha defensiva está ainda mais profunda com as chegadas de Carl Nassib e Maliek Collins, que complementam as escolhas de Clelin Ferrell e Maxx Crosby no último Draft, e as perdas de Whitehead e Joseph não serão sentidas. O time chega em Las Vegas melhor do que saiu de Oakland.
Miami Dolphins
Chegadas: Byron Jones (CB), Kyle Van Noy (LB/EDGE), Shaq Lawson (EDGE), Ereck Flowers (G), Emmanuel Ogbah (EDGE), Jordan Howard (RB), Clayton Fejedelem (S), Ted Karras (C), Kamu Grugier-Hill (LB), Elandon Roberts (LB)
Saídas: Reshad Jones (S).
O Miami Dolphins era o time com mais dinheiro para gastar e assim o fez. A única saída relevante é a de Reshad Jones, que não estava justificando seu contrato caro; as várias chegadas ajudam a pavimentar o caminho da reconstrução iniciada por Brian Flores na última temporada e que resultou em 5 vitórias. Embora a posição de quarterback não tenha sido adereçada mesmo num mercado agitadíssimo, a tendência é que os Dolphins selecionem um no topo do Draft, o passo mais importante de todo o plano de rebuild.
Para 2020, o time terá um número considerável de novos titulares tanto no ataque quanto na defesa. Byron Jones e Kyle Van Noy são as contratações mais caras, mas as chegadas de Shaq Lawson e Ereck Flowers – que teve silenciosamente um bom 2019 como guard em Washington – também serão importantes para que a equipe consiga ser competitiva na AFC East. O elenco tem muito mais cara de Brian Flores nesse momento.
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