A Bagunça em Washington e a demissão de Scot McCloughan

Não, este não é um site de política e não vamos endereçar Donald Trump aqui – só o fizemos quando ele foi protagonista na USFL, talvez a última liga a rivalizar decentemente com a NFL (não conto a XFL por motivos óbvios). Também não vou endereçar nenhuma polêmica quanto ao nome eminentemente controverso da franquia de futebol americano. Falamos aqui de uma bagunça dentro de campo.

Daniel Snyder é um dos piores donos de franquia da NFL. Desde que ele comprou a franquia da capital americana em 1999, o time foi tido como um dos mais disfuncionais em períodos de Free Agency. Como um garoto mimado, Synder acha que o dinheiro compra tudo e obviamente a questão não é bem assim no futebol americano profissional. Adam Archuleta, Albert Haynesworth, Deion Sanders com 98 anos, eu poderia fazer uma extensa lista de falhas da franquia em março, pagando caro demais por jogadores que nem de perto renderam. Não obstante, temos a extensa lista de técnicos que falharam no FedEx Field. Steve Spurrier, Jim Zorn, etc, etc.

Agora, o que aconteceu neste ano supera tudo. E infelizmente, é uma disfuncionalidade que não surpreende. 

Scot McCloughan foi contrado para ser general manager de Washington em janeiro de 2015. A base de fãs do time agradeceu, dada a boa reputação do novo diretor de operações da franquia. E, bem, desde então o time vinha bem. Um inesperado – mas merecido – título de divisão naquele mesmo ano e chances de classificar como Wild Card até a última campanha da partida contra os Giants, na Semana 17. Mesmo com os playoffs não vindo, o time conseguiu pela primeira vez duas campanhas positivas seguidas desde que Dan Snyder comprou a franquia.

E aí veio a Free Agency. Não seria fácil. Kirk Cousins gostaria de um contrato logo. Pierre Garçon e DeSean Jackson, dois recebedores com mais de 1000 jardas recebidas no ano passado, seriam free agents e provavelmente não voltariam para o time – como de fato não voltaram. Cousins estaria envolvo em boatos de trocas para San Francisco. E, de repente, McCloughan não era visto no Combine. Daqui para frente, a bagunça tomou proporções que só Dan Snyder poderia proporcionar.

Para começar, havia um atrito. Bruce Allen é o presidente do time. Teoricamente, abaixo dele, estaria Scot. De repente, boatos de alcoolismo por parte de Scot eram ventilados na própria rádio oficial do time – e, acredite, não foram negados pela franquia (!!!). Aí você pensa: o que uma franquia faria caso, de fato, o cara tenha problemas de alcoolismo? Bom, a primeira medida é não mandar o cara embora. Talvez inventar alguma desculpa enquanto ele se reabilita, dado os bons resultados que Scot trouxe ao time nos últimos dois anos. Ou então, ao menos, dê uma licença indeterminada e quando todo mundo esqueceu do furacão, desliga o cara da diretoria.

Mas não. Dan Snyder apertou o gatilho novamente. “O Washington Redskins liberou Scot McCloughan imediatamente de nossa organização. Desejamos a ele sucesso em suas empreitadas. O time não terá nenhum comentário sobre sua saída. Nós permanecemos confiantes em nossa diretoria”, disse Bruce Allen em comunicado oficial.


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Isso tudo, vale frisar, está acontecendo no meio da free agency e às vésperas do Draft.

Você mandou embora um dos melhores avaliadores de talento da NFL porque a rádio do seu próprio time espalhou boatos de que ele é alcoólatra. Aí alguém pode argumentar: ah! mas com certeza ele não estava fazendo o trabalho direito. É, pode até ser. Mas, fosse assim, por que o time ainda estaria usando o board de McCloughan durante a Free Agency? DJ Swearinger, Terrell McClain e Stacy McGee, adivinhe, estavam todos no topo do board e foram de fato contratados.

Isso tudo não quer dizer que o time será o último colocado da NFC East ou que algo assim com toda certeza do mundo vá acontecer. Não, não temos bola de cristal. O fato é que foi uma decisão, em termos de humanidade, lamentável. Não se faz isso com uma pessoa doente – e o alcoolismo é doença. Ademais, era evitável. E sendo evitável durante o período mais importante do ano para uma franquia (aparte da temporada regular), não tem como não criticar.

É mais um capítulo na disfuncionalidade que os mandos impulsivos de Snyder causam no FedEx Field. O time tinha tudo para continuar competitivo e se reforçar no Draft. Agora, é uma equipe sem general manager às vésperas de abril. E essa é justamente a coisa que qualquer torcedor não quer ver.

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