A Espera de Brock Osweiler – de novo

Um dos meus ditados favoritos, não sei qual a fonte original – provavelmente deve ser o Chapolin se enrolando – é que a paciência é uma árvore amarga de frutos doces. Não é de hoje na NFL que testemunhamos histórias assim. Talvez a mais famosa e mais recente, a qual foi objeto de crônica neste site, foi a de Aaron Rodgers no Draft de 2005.

Brock Osweiler foi escolhido na segunda rodada do Draft de 2012, mesmo ano no qual, antes, Peyton Manning chegou a Denver por meio da Free Agency. Osweiler foi draftado já sabendo que estaria na sombra de Peyton por algum tempo – mais ou menos da mesma forma que Rodgers esperou pela aposentadoria de Brett Favre no Green Bay Packers. A exemplo do que tivemos naquele caso, a franquia pode colocar um final na história – e só a franquia.

O produto de Arizona State finalmente teve sua chance em 2015, quando entrou no lugar de um machucado e atípico Peyton Manning. Conduziu os Broncos a cinco vitórias e duas derrotas – mas da mesma forma que entrou em campo, por improdutividade do titular, saiu por própria improdutividade na Semana 17. Manning assegurou a vitória contra o San Diego Chargers, a home field advantage e o cockpit até o título no Super Bowl 50. Mike Klis, de um canal de TV local de Denver, informou nesta semana que “em respeito a Peyton Manning”, os Broncos não tomarão nenhuma decisão em relação a Osweiler. Esta estará em função daquela.

Leia também: 4 possíveis destinos para Robert Griffin III

Por que eles teriam que tomar? Porque o contrato de Brock acaba agora em março. Ele se torna um agente livre, podendo assinar com qualquer equipe da NFL a partir do mês que vem. A boataria indica que o Cleveland Browns (sobretudo os Browns com seu novo técnico, Hue Jackson), o Los Angeles Rams (que tem como titular o fraco Case Keenum) e talvez o Houston Texans têm interesse no outrora reserva de Peyton. Em resumo, se os Broncos não renovarem, alguns desses times podem abocanhar Osweiler para si. E aí os Broncos correm o risco de ficar sem Peyton e sem Brock.

Mas eles poderiam usar a franchise tag, certo?

Em tese. Mas talvez a prioridade seja Von Miller, e como dissemos neste texto, você só pode usar a franchise tag em um jogador a cada temporada. Como a maioria das coisas sérias da vida, trabalhamos aqui com deadlines, com prazos.

a) Os Broncos têm de hoje, 16 de fevereiro, até 1º de março para usar uma das três modalidades de franchise tag em Von Miller (ou mesmo em Brock Osweiler)

b) Dos dias 7 a 9 de março, todas as equipes da NFL podem contactar os agentes e os jogadores de contratos a expirar (o que inclui os Broncos e Osweiler). Passada a tarde do dia 9 e não havendo entendimento entre Broncos e Osweiler, aí ele se torna agente livre.

Ou seja, a solução da questão de Brock Osweiler está em função da questão da aposentadoria (ou não) de Peyton Manning. Falando nisso, eis outra questão que precisa ser resolvida em breve. Se Peyton estiver no elenco dos Broncos ao dia 9 de março, ele tem um contrato de 19 milhões de dólares. Daí a necessidade que Manning se resolva até lá. Caso contrário, as coisas podem pegar foco no Colorado – e você não quer esse tipo de caos num time que acabou de vencer o Super Bowl.

Os cenários e o o que eu acho que vai acontecer

I) Caso Peyton Manning não se aposente até 8 de março

franchise tag seria usada no outside linebacker Von Miller. E Peyton é cortado dia 8. Os Broncos provavelmente não irão gastar 19 milhões de seu teto salarial num quarterback que terá 40 anos na temporada 2016 e que perdeu seis jogos por lesão na temporada passada (por mais brilhante que tenha sido a carreira dele). Com o corte de Peyton, Osweiler teria porta aberta para renovar seu contrato – aí ele pode aceitar ou testar o mercado com Rams/Browns/Texans, o que lhe for de melhor grado

II) Peyton Manning se aposenta até o final do mês de fevereiro (cenário mais plausível)

franchise tag não-exclusiva será empregada em Von Miller, até porque um contrato longo às pressas é algo temerário agora. Depois os Broncos conversam com calma. Feito isso, Elway tentará agilizar a vida de Peyton Manning, que neste cenário se aposenta ou já declara que quer jogar mais um ano (seria algo condizente com o histórico ético de sua carreira). Após, Osweiler entra em negociação e renova o contrato, haja vista que não haveria mais sombra de Manning no Mile High.

Como você pode ver, tudo está em função de Peyton. Um dos grandes conselheiros do quarterback foi Tony Dungy, técnico com quem ganhou o Super Bowl XLI em 2006. Dungy disse a Manning antes do Super Bowl 50 para que ele não tomasse nenhuma decisão no calor do momento, com o troféu nas mãos. Foi o que ele fez. Após 8 dias depois da eliminação do Indianapolis Colts na temporada 2008, Dungy anunciou sua aposentadoria. Hoje são 9 dias do final da última temporada. Resta saber se o discípulo segue o mestre ou não. O relógio está correndo no Colorado. Tick. Tick. Tick.

Quer uma oportunidade para assinar nosso site? Aproveita, R$ 9,90/mês no plano mensal, cancele quando quiser! Clique aqui para assinar!
“odds