A free agency de Jadeveon Clowney… em junho?

Um dos melhores free agents disponíveis em março permanece sem assinar com qualquer time três meses depois

Não é nada comum vermos um jogador na situação de Jadeveon Clowney estar disponível no mercado no mês de junho: ainda jovem, talentoso e com produção na liga. Não estamos falando de uma situação como a de Jason Verrett aqui, onde as lesões praticamente minaram o talento; por mais que Clowney tenha um histórico de estar machucado, não é como se isso fosse a maior marca da carreira dele.

Os Seahawks em 2019 trocaram um par de jogadores e uma escolha de terceira rodada para adquirir Clowney, e mesmo com um pass rush pedestre, não assinaram uma extensão durante esse período; nem mesmo poderiam usar a franchise tag, já que o defensor veio dos Texans já sob a tag. A expectativa antes da abertura do mercado era de que Seattle continuaria sendo a casa do jogador, no entanto, passados três meses, tudo o que envolve a contratação do EDGE é um mistério nesse momento.

Quanto Clowney quer

Quando o mercado se abriu, especulava-se que Clowney estivesse buscando por um acordo na casa dos 20 milhões de dólares anuais. A questão é que, embora o talento do defensor seja indiscutível, ele nunca conseguiu ter uma temporada que justificasse totalmente seu potencial, especialmente considerando o que se espera de um jogador escolhido na primeira escolha geral do Draft. Um exemplo é que, mesmo depois de 6 campanhas, Clowney ainda não alcançou ao menos 10 sacks em nenhum ano.

Enfim, já se passaram três meses desde que a free agency abriu e os times parecem estar bem distantes do que o EDGE está pedindo, que, neste momento, parece estar na faixa dos 17-18 milhões de dólares anuais, de acordo com a repórter da ESPN Dianna Russini. Para as equipes, depois da primeira leva do mercado e do Draft, espaço na folha salarial já não é uma coisa que esteja sobrando.

Vamos tomar o Seattle Seahawks de exemplo. Os boatos de uma reunião entre jogador e organização ainda existem, só que, nesse momento, o time só tem pouco menos de 14 milhões de dólares disponíveis no salary cap, então, mesmo precisando urgentemente de ajuda no pass rush, seria preciso alguma manobra de John Schneider para que pudessem contratar Clowney.

Outro time comentado é o New York Jets, que também precisa de ajuda para pressionar o quarterback e tem, nesse momento, mais de 19 milhões disponíveis em 2020; o problema é que os Jets não podem fazer loucuras para contratar Clowney num contrato de longo prazo porque terão de se preocupar com a renovação de Sam Darnold a partir da próxima temporada – isso se eles quiserem mesmo renovar com Darnold, mas essa é uma discussão pra 2021.

Cerca de duas semanas atrás, Adam Schefter, insider da ESPN, apareceu num programa de Cleveland e falou que a maior oferta que o jogador recebeu partiu dos Browns, porém, ele não a aceitou. Schefter disse não saber o motivo, que pode variar desde não confiar na capacidade da organização (lembremos: Clowney rejeitou uma troca para os Dolphins no ano passado por querer jogar num contender) até não querer atuar na cidade. O time de Ohio tem cerca de 40 milhões disponíveis na folha salarial, o maior espaço da liga. Por fim, vale citar também que existe a expectativa do salary cap da liga diminuir em 2021 por conta da pandemia de COVID-19 diminuir as receitas de vendas de ingressos, então, os times não podem cometer loucuras.

Quanto Clowney vale

Essa discussão já é mais complexa. Como dissemos acima, Clowney nunca se destacou como um grande pass rusher apesar de seu imenso potencial, seja em Houston, seja em Seattle. Suas maiores virtudes estão em seu atleticismo e na sua contenção do jogo terrestre, só que, na NFL moderna, um EDGE cuja maior qualidade seja parar o jogo corrido não é assim tão valioso quanto um que pressiona o quarterback adversário consistentemente.

Quando você investe num defensor como Clowney num contrato de longa duração, você naturalmente espera que ele domine a posição por anos. O problema é que, apesar de seu imenso potencial, ele nunca demonstrou isso de forma consistente em campo. Ele só tem 27 anos, então até valeria a pena apostar nesse sentido, só que já são 6 temporadas sem apresentar a produção que se esperaria de uma primeira escolha geral. E se seu time assinar um contrato caro e cheio de dinheiro garantido e Clowney não produzir?

Por fim, o EDGE tem um histórico considerável de lesões, disputando os 16 jogos de uma temporada somente em 2017. Enfim, são vários os motivos que justifiquem os times estarem receosos a apostar nele, já que é uma decisão bastante arriscada se olharmos tudo que a envolve.

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O que vai acontecer daqui pra frente é um total mistério, porque não existe nem mesmo especulação sobre o valor da oferta que Clowney recebeu dos Browns ou sobre os motivos pelos quais ele recusou a equipe. A única verdade no momento é que, a cada dia que passa, a chance do jogador receber a oferta que deseja fica cada vez mais longe, tanto pela situação financeira relacionada ao salary cap das equipes quando pelos possíveis efeitos decorrentes da pandemia a partir de 2021.

Clowney é jovem e talentoso e tem muito a adicionar ao time que o contratar. Mas é totalmente entendível as franquias não se comprometerem a longo prazo neste momento. Seja como for, seu desemprego até o training camp é agora uma possibilidade real.

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