A magia de Foles continuará contra os Bears?

Eagles entram como zebra no Soldier Field

Em dado momento da temporada, o Philadelphia Eagles chegou a ficar com 9% de chance de playoff. O que aconteceu? Duas coisas. Primeiro, Carson Wentz foi retirado dos campos por conta de problema nas costas. Com isso, Nick Foles voltou a ser o titular do time e os milagres voltaram a acontecer.

Depois, numa pipocada típica, Kirk Cousins não rendeu na Semana 17, o Chicago Bears venceu e com a vitória de Philadelphia em Washington, os Eagles se classificaram. Agora, Eagles e Bears enfrentam-se no Soldier Field neste domingo (6).

#6 Philadelphia Eagles (9-7) @ #3 Chicago Bears (12-4)
Local: Soldier Field, Chicago, IL
Horário: Domingo, 6 de janeiro, 19h. TV: ESPN
Linha da OddsShark: Chicago favorito por 6 pontos

As terceiras descidas mágicas de Foles

No vídeo acima eu explico como Nick Foles tornou-se a salvação do Philadelphia Eagles – novamente, tal como fora na temporada passada. A diferença para 2017 é que Carson Wentz não estava saudável neste ano. Ainda, o time fez mudanças táticas (mais tight ends em campo, menos wide receivers) que surtiram resultados.

Dito isto, o maior impacto da presença de Nick Foles nesta reta final da temporada do Philadelphia Eagles se resume às terceiras e quartas descidas. Os números de Foles no quesito são bem superiores aos de Carson Wentz. Em realidade, são os melhores da NFL – Foles postou o melhor rating da liga em terceira e quarta descida. Enquanto isso, Wentz foi o 27º.

Em terceira/quarta descida, Foles teve 79% de passes completos, 8,3 jardas por tentativa e foi sackado em apenas 1,7% das situações de passe. São situações-chave do jogo e momentos que muitos coordenadores defensivos gostam de mandar blitz para forçar um passe curto na válvula de escape. Mesmo nessas situações, Foles mostra brilho e presença. Desde o início da pós-temporada passada, ele tem 79% de passes completos quando sofre blitz e 4 TDs sendo 0 INTs. O grande ponto é que a defesa de Chicago é tão forte que não precisa se dar à necessidade de mandar mais de 5 homens para cima do quarterback. Khalil Mack e amigos resolvem a parada.



As terceiras descidas, virtude de Nick Foles, são virtude da defesa dos Bears também. Na pipocada de Kirk Cousins na semana passada, os Bears tiveram números absurdos no quesito: 1-11 de conversões. Na temporada, a unidade é a quarta melhor da NFL, cedendo apenas 34% de conversões.

Ainda sobre essa unidade, vale lembrar: os Bears lideraram a NFL em pontos cedidos por jogo e em roubos de bola. Nas três vezes anteriores que um time liderou os dois quesitos defensivos e chegou aos Playoffs, venceu o Super Bowl: 1985 Bears, 2000 Ravens e 2013 Seahawks.

Qual Mitchell Trubisky vai aparecer?

É notória a diferença entre o quarterback do Chicago Bears em casa, no Soldier Field, e fora dele. Em casa, Trubisky tem 247 jardas passadas por jogo, 19 TDs e 9 INTs. Fora de Illinois, 209 jardas passadas por jogo, 5 TDs e 3 INTs. Os números são absurdamente distintos e esse é o grande fator limitador dos Bears nesta pós-temporada: se passarem dos Eagles, pegam Rams e potencialmente Saints fora de casa no caminho para o Super Bowl.

Assim, um início forte de pós-temporada é essencial para que Trubisky mostre a que veio e ganhe confiança. Os Bears jogarão tão bem quanto Mitchell Trubisky não lhes atrapalhar. É triste dizer isso, mas foi a realidade da temporada regular. Quando ele jogou muito mal e espalhou a farofa – sobretudo na red zone – a defesa não segurou a barra. Quando ele foi seguro, como contra os 49ers fora de casa na Semana 16, a defesa fez o que precisava para garantir a vitória. Claro: houve jogos que o grande responsável pela vitória foi o quarterback dos Bears, como a partida em casa contra os Buccaneers. Mas também houve partidas com um festival de turnovers, como contra os Rams, nas quais a defesa de Chicago segurou a barra.

Um potencial caminho para Trubisky é correr em vez de forçar passes em janelas fechadas. Sobretudo em terceiras descidas. Trubisky teve 320 jardas saindo do pocket em jogadas não desenhadas, 3ª maior marca da NFL – 12 dessas corridas foram conversões de terceira descida, maior marca da NFL. Ainda, em movimento e fora do pocket, Mitchell teve 7 passes para touchdown nesta temporada. Apenas Pat Mahomes teve mais.

Como os Eagles limitarão isso é um ponto a se considerar. Haverá várias oportunidades nas quais Fletcher Cox colapsará o pocket por dentro e essas jogadas “natimortas” podem resultar em ganhos para Chicago se Mitchell cuidar bem da bola.

Não-WRs podem ser o fiel da balança

Alshon’s Jeffery Revenge Game! Bom, ou outro lado, com a Lei do Ex pendendo para Chicago. Após um forte início de carreira nos Bears, Jeffery foi para Philadelphia e lá foi campeão do Super Bowl. Os dois lados não parecem nem de perto serem aquele tipo de ex que continua amigo após o término. Seja como for, olho nessa motivação.



A bem da verdade é que os dois times não usam tanto os wide receivers como outras equipes da NFL. Os Eagles são 22º em jardas recebidas por WRs e os Bears são 26º. Ainda, os Eagles vem usando cada vez menos o pacote 11 (com três wides) e mais o pacote 12 (com dois wides e dois tight ends, colocando Dallas Goedert em campo). Do outro lado, os Bears têm um amontado de lesões no corpo de recebedores: Allen Robinson, Taylor Gabriel e Anthony Miller não estão 100% sob o ponto de vista físico.

Isso não quer dizer que os outros recebedores dos dois times – running backs e tight ends – não tenham impacto. Pelo contrário. Zach Ertz teve 116 recepções nesta temporada – recorde da posição num só ano. Contudo, os Bears são o segundo melhor time da NFL ao marcar tight ends e possuem uma dupla fantástica de inside linebackers em Roquan Smith e Danny Trevathan. Eis algo para ficar de olho.

Para os Bears, Tarik Cohen é o coringa supremo da NFL. O running back tem 6,9 jardas por toque na bola – maior marca da posição, superando Alvin Kamara inclusive. Os Eagles cederam 840 jardas recebidas para running backs neste ano, 27º da NFL.

***

O confronto parece desenhado para o Chicago Bears neste domingo, mas esporte, como você bem sabe, é completamente imprevisível. Nick Foles vem de partida com recorde de passes completos completados em sequência e possui um poder de decisão quase místico. Ainda, os Eagles abraçam a alma de zebras como poucas equipes na NFL. Assim, por mais que Chicago possua o maior favoritismo deste final de semana – 6 pontos – isso não quer dizer que a equipe esteja a salvo de ver uma zebrinha galopando no Soldier Field.

O fato é que os Bears são um time muito mais forte no Soldier Field e que as virtudes dos Eagles – Cox, Foles em 3ª descida e Ertz – caminham para não ter um impacto tão grande na partida. Assim, se formos escolher um lado, é o lado de Chicago.

Meu palpite é que o Chicago Bears vai para a Semifinal da NFC (Divisional Round).


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