A MAGIA DE WATSON E MAIS 4 LIÇÕES DA SEMANA DE WILD CARD

Como Deshaun Watson provou ser mágico, D.K. Metcalf ser um acerto e mais lições da semana de wild card

Não poderia ter maneira melhor de se começar uma pós-temporada da NFL que essa semana de wild card que se passou. Surpresas não faltaram, emoções muitos menos. Duas prorrogações, mandantes (e favoritos) sendo eliminados e muito mais. Lições não faltam desses quatro jogos intensos e por isso, separei às cinco que considero mais importantes.

1- Deshaun Watson é um mago

Perdendo em casa por 16 a 0 até faltar pouco mais de um minuto para o fim do terceiro período, sendo sackado constantemente e com seu treinador tomando decisões erradas sequencialmente nas chamadas das jogadas. Receita clara de derrota e eliminação nos playoffs, certo? Normalmente sim, mas se seu quarterback se chama Deshaun Watson você tem uma esperança de vitória. Isso se comprovou neste sábado contra o Buffalo Bills.

A verdade é que Bill O’Brien fez o possível para que o Houston Texans perdesse esse jogo: chamadas de corridas contra box cheio, ajuste inexistente na proteção a Watson, nada de read option. Só quando Watson ligou o sinal de emergência, vimos um time fluindo na parte ofensiva da bola. Passes em movimento, corridas e muita coragem. Foi assim que o camisa 4 venceu esse jogo. Sim, Watson venceu esse jogo, por mais que a comissão técnica dos Texans tenha atrapalhado. Não acredita? Veja o lance abaixo, que deu ao time a posição para o field goal da vitória. Veja não, aprecie.

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2- A soberba de Bill Belichick cobrou seu preço

Não é de hoje que Bill Belichick toma decisões ruins como general manager. São escolhas ruins no draft, trocas fracas que em pouco resultam e mais alguns movimentos estranhos. O que por muitas vezes acabava acontecendo é que com Tom Brady e Rob Gronkowski no auge e uma base bem montada, o Bill Belichick treinador encobria os erros de sua gestão.

A soberba nas escolhas foi acompanhada fielmente por grande parte da torcida, sob alegação de que ele poderia transformar qualquer nome em um baita jogador – o que o Curti brincou de “Infabilidade Papal”. Para esta temporada não foi diferente: não procurou um substituto decente para a posição de tight end, draftou em posições que não precisava e não acreditou no declínio de Tom Brady. Achou que poderia fazer o mesmo que fez em 2018 e vencer. A bola cobrou seu preço e o New England Patriots caiu em casa diante do Tennessee Titans, com uma interceptação de Brady nos segundos finais. Melancólico e, de certa forma, previsível final.

3- Não podemos tirar os méritos dos Vikings

Logo após a vitória do Minnesota Vikings sobre o New Orleans Saints, fora de casa, comecei a ler as reações nas redes sociais e me espantei: quase todas falavam sobre como os Saints perderam esse jogo, como Drew Brees jogou mal e como Sean Payton não tem conseguido fazer o time de New Orleans render nos playoffs. Mas calma lá, e o belo jogo dos Vikings, que foram a um dos lugares em que o mandante tem melhor aproveitamento na pós-temporada e ganharam?

Kirk Cousins pode não ter tido uma partida fenomenal, mas fez o suficiente para deixar seu time em condições de vencer, sem muitos erros. Adam Thielen tirou a secundária dos Saints para dançar a tarde toda. No lado defensivo, Harrison Smith foi onipresente e Danielle Hunter aterrorizou a linha ofensiva adversária. Mike Zimmer e seus coordenadores fizeram seu trabalho bem feito e merecem créditos. Não dá pra olhar pra esse time mais com tanta desconfiança. Entendeu, Deivis Chiodini?

4- D.K. Metcalf é mais que um monte de músculos

Sem dúvidas, D.K. Metcalf era um nome polêmico antes do último draft. O wide receiver vindo da universidade de Ole Miss dividia opiniões: de um lado os que adoravam sua velocidade e explosão, acreditando no potencial visto nos tapes; do outro os questionavam seu tempo no exercício de 3 cones do Combine, que indicavam pouca mobilidade e mudança de direção. Quem não gostava, ainda usava o corpo altamente definido como indicativo de um possível uso de substâncias proibidas.

Sempre estive do lado dos que amavam Metcalf. Seus vídeos no college football mostravam um jogador subutilizado, num ataque muito mal montado. Metcalf acabou saindo apenas na última escolha da segunda rodada do Draft, para o Seattle Seahawks. E com uma temporada, já dá pra cravar que ele é belo jogador. Contra o Philadelphia Eagles, foram 7 recepções para 160 jardas e 1 touchdown. Somadas as 900 jardas e 7 touchdowns da temporada regular, não dá mais para contestar Metcalf. Se continuar evoluindo, será em breve um dos melhores da posição na NFL.

5- Josh Allen é divertido. Mas também insano

Por mais que eu tenha durante o ano criticado Josh Allen por algumas de suas performances, nunca neguei que ele é um excelente atleta e que tem coragem para momentos críticos. Quem viu o jogo contra os Texans no sábado teve uma experiência em que um quarterback entrega uma performance divertida de se assistir, mas igualmente perigosa para seu time. Com Allen, você vive e morre por ele. Dois anos depois do Draft, a tendência é que será assim.

Capaz de conseguir corridas longas com seu atleticismo ou mesmo passes improváveis já em movimento, Allen faz loucuras que deixam os torcedores dos Bills de cabelos em pé. Como não se desesperar com um sack correndo 10 jardas para trás, tirando o time da zona de field goal? Que tal então avançar 30 jardas, no minuto final do jogo, e quando está caindo tentar um pitch para ninguém? Se não for o suficiente, um passe de 50 jardas para o fullback, contra uma cobertura dupla, na prorrogação, deve lhe convencer. Allen é loucura total!

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