A NFC East é a divisão mais fraca da NFL em 2016?

Entre o final da década de 1980 e a primeira metade dos anos 1990, as equipes da NFC East dominaram a NFL, totalizando sete conquistas de Super Bowl entre 1986 e 1995 (três de Dallas, dois de New York e dois de Washington). O único time que conseguiu superar a hegemonia da divisão foi o San Francisco 49ers, campeão em 1988, 1989 e 1994.

Contudo, passados 20 anos do seu período de supremacia, a NFC East vive um momento bem menos glorioso na atualidade. Em 2015, por exemplo, foi a única divisão da liga a acabar a temporada com três franquias com records negativos (Eagles, Giants e Cowboys). Além disso, somando o retrospecto dos seus quatro times, foi a segunda pior em termos de vitórias (26), ficando atrás apenas da AFC South (25). No final das contas, o único que realmente teve motivos para comemorar alguma coisa foi Washington, graças à sua arrancada rumo ao título e melhora de desempenho nas partidas finais da temporada regular.

Embora em grande parte do tempo tenha sido altamente disputada e imprevisível – duas características muito positivas -, a NFC East foi “nivelada por baixo” em 2015 e por isso terminou, merecidamente, sendo considerada uma das piores divisões da NFL. Mas será que esse status é justo para 2016? Será que as várias movimentações feitas por Dallas, New York e Philadelphia na intertemporada trarão mais estabilidade para essas equipes e aumentarão o nível técnico da divisão?

Confira o que cada franquia fez até aqui visando melhorar e veja porque a NFC East pode viver dias mais interessantes em 2016.

Philadelphia Eagles: limpeza pós-Chip Kelly e reformulação na comissão técnica

A grande missão dos Eagles nesta intertemporada foi tentar desfazer o maior número possível de coisas feitas pelo ex-treinador Chip Kelly. Isso explica o expurgo de vários nomes importantes trazidos em 2015 pelo head coach como Byron Maxwell, Kiko Alonso e DeMarco Murray. De fato, esta “desintoxicação” faz sentido se pensarmos no fiasco que foi o último ano de Kelly no comando do time.

Ademais, Philadelphia também decidiu que era preciso investir pesado na posição de quarterback. Deste modo, deu contratos generosos para Sam Bradford e Chase Daniel, além de garantir a escolha de Carson Wentz no Draft após uma grande troca com Cleveland. Se por um lado isso significa mais opções no elenco, por outro pode significar um ambiente conturbado causado pela competição e indefinição de um titular – Bradford, por exemplo, já deu um chilique recentemente. Vejamos como a franquia lidará com esta situação nos próximos meses.

Por fim, vale mencionar a completa reformulação feita na comissão técnica. A equipe trouxe Doug Pederson, Frank Reich e Jim Schwartz respectivamente para os cargos de head coach, coordenador ofensivo e coordenador defensivo. Dos três, apenas Pederson não tem experiência na função, mas pelo menos ele já conta com um histórico trabalhando em Philadelphia.

Os Eagles talvez sejam a maior incógnita da divisão devido à indecisão under center e a nova comissão técnica, contudo eles não devem ser descartados da briga, haja vista possuírem um time no mesmo nível dos seus concorrentes.

New York Giants: investimentos gigantescos na defesa

Assim como Philadelphia, os Giants estrearão um técnico principal novo em 2016, pois o ex-coordenador ofensivo Ben McAdoo foi promovido ao cargo de head coach. Já para ocupar o emprego deixado por McAdoo, Mike Sullivan, ex-treinador de quarterbacks do time, também recebeu uma promoção. Obviamente estas são mudanças consideráveis, porém ao mesmo tempo são bem menos drásticas em comparação com o que os Eagles fizeram.

A maior preocupação de New York até agora foi, com razão, injetar talento na sua defesa, a qual foi a pior da liga em jardas cedidas por partida (420,3) e a terceira pior em pontos cedidos (442) no ano passado. Pensando nisso, a franquia gastou mais de 200 milhões de dólares com reforços defensivos na Free Agency e também priorizou o setor no Draft, escolhendo um cornerback na primeira rodada. Ou seja, diante de tanto investimento, é razoável imaginar que esta defesa subirá de rendimento em 2016.

Tentar resolver os problemas na Free Agency não costuma ser a melhor tática, mas os Giants tinham dinheiro de sobra para gastar e precisam qualificar seu elenco. Apenas o futuro dirá se a estratégia deu certo, entretanto, seja como for, New York possui hoje uma equipe mais talentosa do que ao final de 2015.

Dallas Cowboys: recuperação de Tony Romo

Muitas pessoas sempre questionaram e duvidaram da importância de Tony Romo para os Cowboys. Bem, depois do ano passado estas mesmas pessoas terão que rever os seus conceitos. Sem poder contar com o quarterback durante grande parte da temporada por causa de duas lesões na clavícula, Dallas viveu um pesadelo nas mãos de seus reservas, sobretudo Brandon Weeden e Matt Cassel. Claro, é impossível dizer exatamente onde a equipe chegaria com Romo mais snaps under center, porém com certeza terminaria com um record superior a 4-12.

A boa notícia é que Romo está recuperado e já voltou a treinar. Com ele saudável e comandando o jogo aéreo, a franquia tem tudo para voltar aos trilhos e competir forte pelo título da NFC East. Além do mais, as chegadas dos running backs Alfred Morris e Ezekiel Elliott também devem ajudar Tony, já que um ataque terrestre produtivo é muito importante para aliviar a pressão dos ombros de qualquer quarterback.

Por outro lado, Dallas desperta algumas dúvidas na defesa. O time precisava de pass rushers e defensive backs, mas optou por não priorizar estas posições na intertemporada, seja no Draft ou na Free Agency. Isto pode trazer problemas no futuro, principalmente porque Randy Gregory e Demarcus Lawrence estão suspensos das primeiras quatro partidas do ano.

Washington Redskins: manutenção do que deu certo e evolução de Kirk Cousins

Washington foi o campeão da NFC East em 2015, logo teoricamente é a equipe da divisão que menos precisa de ajustes para esta temporada. Os Redskins mantiveram a base do time que deu resultados, seguraram o quarterback Kirk Cousins com a franchise tag e ainda conseguiram ótimos reforços pontuais como os cornerbacks Josh Norman e Kendall Fuller e o wide receiver Josh Doctson.

A franquia tem totais condições de seguir brigando pelo topo da divisão e talvez até sonhar com algo mais, desde que Kirk Cousins continue evoluindo e jogando no alto nível do final do ano passado. O quarterback venceu a disputa com Robert Griffin e mostrou porque merecia a titularidade, porém ainda é cedo para considerá-lo uma solução definitiva em longo prazo – o próprio uso apenas da franchise tag indica que Washington também pensa assim.

E então, será que a NFC East voltará a ser uma divisão de respeito em 2016? Pelo menos esta é a expectativa após tantas movimentações de Eagles, Cowboys, Giants e Redskins.

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