Com certeza não é segredo para ninguém que as estrelas da NFL pertencem ao grupo dos atletas melhores remunerados do mundo. Por exemplo, segundo um levantamento feito pela revista Forbes, dos 25 esportistas mais bem pagos de 2016, seis jogam futebol americano (Cam Newton é um dos principais nomes da lista, a qual leva em conta ganhos com salário e patrocínio/publicidade).
Entretanto, algo que pode ser uma surpresa para muitas pessoas é a informação de que, se considerarmos apenas salários e valores de contrato, a NFL é superada financeiramente em vários quesitos pelas outras grandes ligas esportivas dos Estados Unidos. Em resumo, é simples: as superestrelas do futebol americano até podem ganhar mais por conta de publicidade, porém, coletivamente, os atletas das outras ligas são melhores remunerados – por exemplo, a NFL possui um salário mínimo e uma média salarial menor do que a MLB, NBA e NHL.
Na verdade, mesmo se focarmos exclusivamente nos maiores contratos assinados, veremos que as franquias da NFL são bem menos generosas em comparação com as da MLB ou da NBA. Pensando nisso, preparamos um texto discutindo a remuneração oferecida aos atletas das quatro principais ligas esportivas dos Estados Unidos. Confira e entenda porque alguns jogadores de futebol americano costumam reclamar.
Os contratos inacreditáveis do beisebol
Em termos de dinheiro total, o maior contrato da NFL pertence a Jay Cutler (todos os valores citados aqui encontram-se expostos no site spotrac.com). Em 2014, o quarterback assinou com Chicago por 126 milhões de dólares e sete temporadas, o que dá uma média anual de 18,1 milhões. Por outro lado, Joe Flacco é quem possui o vínculo mais favorável da liga, haja vista seu acordo com os Ravens lhe render uma média de 22,1 milhões por ano – Flacco é seguido de perto por Aaron Rodgers (22 milhões).
Embora sejam indiscutivelmente ótimas, estas quantias não chegam nem nos pés do que é oferecido aos jogadores de elite do beisebol. Giancarlo Stanton assinou em 2015 com o Miami Marlins por 13 temporadas e inacreditáveis 325 milhões de dólares (25 milhões por ano). Fora ele, podemos citar outros 25 atletas com contratos superiores aos 150 milhões. Além disso, Zack Greinke, do Arizona Diamondbacks, lidera no quesito média salarial anual com 34,4 milhões – ao todo, 28 jogadores recebem um salário anual médio maior que o de Joe Flacco.
A NBA, por sua vez, não apresenta uma disparidade tão acentuada em relação a NFL como a MLB, mas ainda assim remunera um pouco melhor suas estrelas. Damian Lillard, por exemplo, é o mais bem pago da liga após firmar um vínculo com os Trail Blazers por cinco anos e 151,8 milhões de dólares (média de 30,3 milhões por temporada). Caso você esteja curioso, LeBron James atualmente possui um acordo de dois anos e 47 milhões com Cleveland, que chegará ao fim em 2017.
Os jogadores de futebol americano só levam vantagem mesmo em comparação com os seus colegas do hóquei. As maiores médias salariais anuais da NHL ficam na casa dos 10 milhões de dólares, sendo que o contrato mais valioso de todos pertence a Alex Ovechkin, do Washington Capitals: 13 anos e 124 milhões (9,5 milhões por temporada).
Conforme já havia sido comentado, ficou bastante claro que a NFL é bem menos generosa com os seus astros do que a MLB e a NBA. Existem algumas razões para isso, como o fato da MLB não possuir salary cap ou mesmo o elenco muito mais numeroso dos times de futebol americano. Porém, a NFL não fica para trás apenas neste quesito. Vamos explicar melhor, contudo, antes de continuarmos, é importante salientar que nosso objetivo é apenas apresentar um panorama geral da situação e não fazer análises profundas de contratos, por isso não trataremos de aspectos como dinheiro garantido, bônus ou outros detalhes.
Salário mínimo e média salarial geral
Segundo um levantamento feito pelo site Sporting Intelligence, a NFL tem a menor média salarial geral entre as quatro grandes ligas dos Estados Unidos. De acordo com o estudo, o salário médio dos atletas da NFL foi de 2,11 milhões de dólares em 2014-2015, contra 2,62 milhões da NHL, 4,17 milhões da MLB e 4,58 milhões da NBA – esta, aliás, é a liga que em média melhor paga seus jogadores em todo o mundo.
A fórmula de cálculo é simples e explica o porquê destes números: basta pegarmos a receita total destinada ao pagamento de salários e dividirmos pelo total de atletas. A NFL, por exemplo, repartiu 3,6 bilhões de dólares entre 1.684 jogadores em 2014. Já a NBA dividiu 2,1 bilhões entre 448 cabeças, uma conta que evidentemente rendeu uma fatia muito maior para cada um. Mais uma vez o tamanho dos elencos das equipes de futebol americano pode ser usado como justificativa.
Ademais, a NFL também possui o salário mínimo mais baixo da chamada “Big Four“. Em 2016, a menor remuneração possível para um atleta da NFL é 450 mil dólares por um ano de contrato, contra 507 mil da MLB, 525 mil da NBA e 575 mil da NHL. Ou seja, os jogadores de futebol americano estão em desvantagem tanto no topo como na base do ranking de salários.
Então realmente existe motivo para reclamar?
Esta é uma questão polêmica. Odell Beckham Jr. falou sobre isso em 2015 e deixou claro que, na sua opinião, os jogadores da NFL deveriam ganhar mais dinheiro. O wide receiver levantou pontos importantes para se justificar, como o maior risco de lesões e a carreira mais curta de quem pratica futebol americano. Além disso, citou a imensa popularidade do esporte nos Estados Unidos. Por outro lado, também admitiu que as temporadas de beisebol, futebol e basquete contam com um número infinitamente superior de partidas.
Recentemente, o agente Neil Schwartz e o analista Mike Florio, da NBC Sports, escreveram um texto concordando com a opinião de Beckham Jr. Em suma, os dois afirmaram que todos os atletas da NFL deveriam ganhar pelo menos um milhão de dólares por ano, independentemente do tempo em que estão na liga.
Como já dissemos antes, esta é uma questão controversa. A NFL obviamente precisa arrumar uma maneira de recompensar melhor seus jogadores menos famosos. Enquanto isso não acontecer, reclamações como a de Odell poderão continuar aparecendo na mídia.
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