A vitória sobre Seattle é a afirmação da belíssima temporada que Matt Ryan fez

O Atlanta Falcons jogou apenas uma vez no Monday Night Football. Nenhuma vez no Sunday Night Football. Num ano em que o Palmeiras saiu da fila – e é um time da cidade mais populosa do país – com o Flamengo – a maior torcida de futebol do Brasil – brigando junto pelo título no futebol brasileiro, é mais do que óbvio que muitas pessoas ainda não tinham visto os Falcons jogar neste ano. Porque acabaram por preferir o futebol e depois viram a NFL pela noite (quando os Falcons não jogaram muito). Normal.

Por conta disso, a partida de ontem foi importante no Brasil como um grande “Matt Ryan, senhoras e senhores”. Talvez nos Estados Unidos também, visto que os jogos de horário nobre, pela noite, são aqueles transmitidos nacionalmente. Então, duplamente, um “Matt Ryan, senhoras e senhores”.

Ryan lidera a NFL em várias estatísticas e os próprios Falcons também – como pontos por jogo. Mesmo assim – até por Atlanta ser um mercado consumidor menor do que os outros – o quarterback produto de Boston College acabara por ser subestimado. Fora alguns analistas, poucos mencionavam Ryan como MVP – ao menos poucos de maneira cristalina.

Jogos de pós-temporada não “contam” no espaço amostral para o colégio eleitoral do MVP da temporada. Mas, acima de tudo, um prêmio, um eleito, tem que ter legitimidade. A vitória contra a defesa do Seattle Seahawks – sim, ela estava desfalcada, mas Ryan explorou essas fraquezas com inteligência e isso é mérito dele – dá esse verniz de credibilidade.

Os Falcons e Ryan podem acabar caindo na final de Conferência para Dallas ou Green Bay. Mas a assinatura já está lá. Talvez o principal fator, a principal característica, é quanto Ryan foi frio ontem quando pressionado. Não lhe chamam de Matty Ice por acaso.

10 passes completos de 13 tentados (76% de aproveitamento) contra a blitz ontem, incluindo o touchdown para Julio Jones no segundo quarto. Esta é a maior porcentagem de passes completos de Ryan contra a blitz num jogo de playoff. Mais: segunda maior de toda sua carreira. Para contextualizar, os Seahawks cederam apenas 2 touchdowns quando mandam blitz por toda a temporada. E contextualizando mais ainda, a derrota na Semana 6 (para os mesmos Seahawks) foram o pior desempenho dele na temporada quando 5 ou mais pass rushers vinham para cima. Ou seja: Ryan se preparou, Ryan foi frio, Ryan conquistou. São qualidades dignas de MVP.

Falar apenas da blitz é pouco. Às vezes a blitz vem e existem bloqueadores extras, o quarterback sequer chega a sentir pressão. Então se pegarmos as estatísticas de Ryan quando pressionado, os números também são bons. 8-12 para 132 jardas, melhor marca de sua temporada. As 11,8 jardas por tentativa, quando pressionado, são a melhor marca de um quarterback contra a defesa dos Seahawks em toda era Pete Carroll/Legion of Boom.

Caso você ainda não esteja satisfeito, temos os passes em profundidade – que costumam separar os meninos dos homens em pós-temporada. Ryan foi 9-14 nesse quesito, com um touchdown.

Pode parecer um espaço amostral pequeno. Mas no final das contas, foi um resumo, um microcosmo daquilo que o ataque dos Falcons fez o ano todo. Pelo fato de ter sido um time poucas vezes no horário nobre, talvez isso não estivesse claro para muitas pessoas. Ontem ficou. Matt Ryan é meu MVP em 2016.


“RODAPE"

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