Umas das maiores críticas ao Green Bay Packers nesta intertemporada é em relação ao fato da franquia não ter buscado novos alvos para o quarterback Aaron Rodgers. Com um corpo de recebedores com vários nomes questionáveis, a direção tomada no Draft gerou ainda mais dúvidas: além de selecionar um quarterback (Jordan Love) na primeira rodada, as escolhas do running back A.J. Dillon e do tight end Josiah Deguara são jogadores com um perfil diferente do esperado. Com tantas mudanças, um nome ganha vital importância: Aaron Jones, running back, que entra no último ano de contrato.
Menos profundidade, mais ritmo
Rodgers é um quarterback que naturalmente segura bastante a bola e gosta de atacar em profundidade. Isso foi uma tônica de sua carreira. Porém, o indicativo é que ele terá um ataque mais ritmado, que abuse de passes rápidos e corridas para avanço. Tal qual o New Orleans Saints faz, a ideia é se aproveitar de boas leituras pré-snap e combinações de rotas, fazendo com que o quarterback solte a bola rapidamente e deixe que as jardas sejam conquistadas após o snap.
E nesse ponto que Jones vira peça-chave: tal qual Alvin Kamara no time de New Orleans, sua contribuição correndo rotas e recebendo será inestimável. Em 2019, onde essa linha ainda não estava definida, o running back já foi o segundo alvo mais procurado por Rodgers. Em 2020 isso não deve mudar e ele deve ser colocado mais e mais vezes em situações que o deixem em confrontos favoráveis, seja saindo do backfield ou até mesmo alinhando como recebedor diretamente.
Boas mãos e elusividade são suas armas
Jones traz um elemento muito importante para um running back que recebe passes com frequência: a elusividade. Sua mudança de direção é ótima e combinada com sua excelente aceleração, faz com que defensores tomem ângulos ruins e percam tackles com certa frequência. Mais de 90% das suas 474 jardas conquistadas em recepções na temporada passada acontecerem depois da posse. Isso traz também uma confiança para que o treinador Matt LaFleur inclua jogadas de screen, fazendo uso de sua boa linha ofensiva.
Quando você tem um running back que pode se tornar um wide receiver sem queda de produção, sua chance de criar confrontos favoráveis aumenta e muito.
O baixo número de drops em 2019 (apenas 2,9%) faz com que ele deva ser mais usado além da linha de scrimmage. Com isso, rotas rápidas quando coberto por linebackers devem ser bastante utilizadas, para manter o ataque em campo e renovar as descidas. Valem lembrar que as defesas vão a campo geralmente baseadas no grupo (personnel) ofensivo adversário. Quando você tem um running back que pode se tornar um wide receiver sem queda de produção, sua chance de criar confrontos favoráveis aumenta e muito.
Tight ends e wide receivers terão vida facilitada
Que Davante Adams é o principal alvo e seguirá sendo, não existem dúvidas. A questão é que com um ataque obrigue Rodgers a soltar a bola mais rápido, os demais recebedores serão beneficiados. Com combinações de rotas eficientes e que obriguem os linebackers a deixarem o box com maior frequência, para cobrir Jones, um nome pode surgir: o tight end Jace Stenberger, que praticamente não jogou em seu ano de novato, devido a uma lesão.
Quebrar tackles e produzir depois da recepção era sua principal característica nos tempos universitários e se ele conseguir reproduzir isso em nível profissional, será de grande valia para os Packers. Marquez Valdes-Scantling é outro jogador que pode se beneficiar com a nova dinâmica: velocidade não lhe falta para ser produtivo num esquema como esse. Ao que tudo indica, no segundo ano veremos de verdade o dedo do treinador Matt LaFleur neste ataque. E para que tudo funcione, uma coisa está clara: dois Aaron, e não mais só um, serão fundamentais.
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