Se há um ano você dissesse para um torcedor do New York Giants que Odell Beckham Jr. seria trocado pela diretoria da equipe, ele provavelmente daria risada. Ao final do ano, depois que o time renovou seu contrato e o general manager David Gettleman disse que “não renovou com Odell para trocá-lo”, se você dissesse a mesma coisa era capaz que fosse agredido pelos torcedores da franquia. Passei por isso no twitter, mas como já disse algumas vezes sobre isso, aquela frase clássica sempre é válida: jornalismo é publicar o que não querem que o seja – todo o resto é publicidade.
Aqui estamos e, ao que tudo indica, não há plano em Nova York. O time dá a entender que está em processo de reestruturação desde que David Gettleman chegou ao cargo máximo na administração da franquia, no ano passado. Mas, em realidade, isso não transparece pelas decisões. Senão, vejamos;
Os Giants renovaram com Odell Beckham Jr. e, como em qualquer renovação, deram um gordo aumento e dinheiro garantido. Quando você faz isso, raramente troca o jogador em sequência – porque terá que pagar o dinheiro garantido de qualquer forma. Assim sendo, os Giants terão impacto de 16 milhões na folha salarial para um jogador que não vestirá o uniforme do Big Blue. Os Browns terão Odell pela “barganha” de 15 milhões ao ano.
Como disse no título do artigo, a bem da verdade parece que David Gettleman reage a situações em vez de pensar um plano e segui-lo. É como se ele acordasse na pegada carpem diem, lesse o horóscopo no New York Times e pensasse: o que vou fazer hoje para tornar o time mais competitivo?
Acontece que não é assim que as coisas funcionam. Se Houston Astros, Philadelphia 76ers e Cleveland Browns nos ensinaram alguma coisa nesta década, é que um processo de ordem na bagunça não acontece com vai e vem. Não acontece com contratações pesadas e mantendo peças que já não funcionam mais.
O New York Giants poderia estar numa situação completamente diferente para 2019, fosse o quarterback que fosse em seu segundo ano. Caso tivessem draftado alguém da posição na temporada passada, esse alguém teria um segundo ano, Odell, uma escolha alta no Draft para reforçar o time e assim em diante. Como a realidade do torcedor dos Giants é mais parecida com aquela em que o Biff tem um cassino em De Volta para o Futuro, infelizmente não é o caso.
Os Giants escolheram um luxo – Saquon Barkley – na primeira rodada e, como já disse algumas vezes, foi o equivalente a não ter dinheiro para pagar o aluguel e ter um iPhone X. Antes, haviam gasto rios de dinheiro em Nate Solder na Free Agency. Depois renovaram com Odell e, trocando-o junto de Oliver Vernon, deram a entender que o processo de renovação – embora atrasado – havia começado.
O horóscopo de Gettleman entra em ação novamente e os Giants pagam rios de dinheiro para Golden Tate. Ele tem 30 anos e os Giants deram 23,5 milhões garantidos num contrato de 4 anos. Lá se vai a renovação do elenco com peças jovens e baratas via Draft.
Esse “quente-frio” das movimentações de Nova York não são perdoadas pelas bolsas de apostas de Las Vegas. Os Giants abriram nos sites de apostas pagando 50 reais para cada 1 real apostado no caso de vencerem o Super Bowl. Após essas movimentações… Estranhas, a cotação piorou para 60 reais pagos para cada real.
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Qual o plano?
Não há plano. Num primeiro momento, a avaliação de Gettleman era de que o time de 2019 não era tão distante daquele que perdeu para o Green Bay Packers nos playoffs da temporada 2017. Era algo completamente contrário a tudo o que boa parte da imprensa dizia. Até por conta disso o time gastou uma tonelada de dinheiro em Nate Solder, offensive tackle recém saído dos Patriots.
Na cabeça de Gettleman – e, em parte, de Pat Shurmur, Eli Manning ainda tinha gasolina para queimar – e a proteção de Solder elevaria seu desempenho. O jogo, porém, já lhe passou. Complicado por uma linha ofensiva que lhe dava problemas e a falta de mobilidade, a idade causou uma queda brusca no desempenho do duas vezes campeão do Super Bowl e patriotkiller.
Passada uma desastrosa temporada, Gettleman seguiu com esse curso ao renovar com Odell e dar declarações enfatizando Eli Manning como líder e quarterback da franquia. Depois, vieram essas trocas. Agora, voltou-se ao plano “original” de “dar um gás com Eli” ao contratar Golden Tate e reforçar a linha com Kevin Zeitler. O que vem pela frente?
Só deus sabe. Embora a maior parte dos Drafts Simulados coloquem Dwayne Haskins como escolha de Gettleman na primeira rodada, nada indica com certeza de que os Giants irão seguir em frente no processo de passagem de bastão na posição de quarterback. Na verdade, nada indica nada em Nova York. Gettleman toma decisões reativas conforme o momento e, como exposto acima, a única conclusão que se pode tirar de momento é que não há qualquer plano.
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