A.J. McCarron vence arbitragem contra os Bengals e pode assinar com qualquer time

[dropcap size=big]A[/dropcap]chávamos que Kirk Cousins seria o único nome “famoso” entre os quarterbacks disponíveis no mercado. Bom, achamos errado: a free agency de 2018, que começa oficialmente às 18h do dia 14 de março, será sem precedentes quanto à posição de quarterback.

Isso porque A.J. McCarron, reserva de Andy Dalton desde 2014, venceu sua arbitragem contra o Cincinnati Bengals. Em linhas básicas, os Bengals colocaram McCarron na reserva de machucados sem que ele precisasse. Com isso, ele tinha apenas três temporadas “aferidas” com o time, o que faria dele um agente livre restrito. A arbitragem julgou que isso não era necessário e determinou que foram quatro temporadas aferidas – fazendo dele um agente livre irrestrito, o qual pode assinar com qualquer time.

Num mercado quase sempre sedento por quarterbacks, McCarron praticamente ganhou na loteria ao conseguir essa vitória. Na intertemporada passada, vale lembrar (não sei porque ainda faço isso comigo mesmo, mas tudo bem) o Chicago Bears pagou 15 milhões de dólares de salário garantido para Mike Glennon ser seu quarterback na temporada 2017. Na metade do calendário, Glennon já estava no banco e Mitchell Trubisky, escolhido pelos Bears no Draft DEPOIS de Glennon ter sido contratado, já tinha virado o titular.



É aí que fica a pergunta

Quem apostará em A.J. McCarron? O precedente de quarterbacks reservas que chegam à free agency e não viram muita coisa não é dos melhores, digamos.

Isso começou lá nos anos 1990 com Scott Mitchell, então o primeiro grande reserva que chegou ao mercado. Mitchell foi contratado a peso de ouro pelo Detroit Lions após um ano sólido como substituto de um machucado Dan Marino em Miami. Deu marromeno certo, mas nada demais. Sua melhor temporada foi em 1995, quando os Lions terminaram com campanha 10-6 e o segundo melhor ataque da liga. Aí chegaram os Playoffs e ele lançou quatro interceptações contra os Eagles – numa derrota de 58 a 37. Hooray!

O grande problema na aposta é o espaço amostral reduzido. Sim, Jimmy Garoppolo também teve um espaço amostral pequeno – mas fez muito mais do que McCarron e seu piso de talento (no mesmo Draft, aliás) já era superior. Então são casos diferentes.

Qual a expectativa de um futuro time de A.J. então? Bom, que ele seja o Case Keenum de 2018. Keenum foi reserva durante toda sua carreira profissional (fora um breve período com os Rams) e teve uma temporada dos sonhos em 2017. A questão é que seu valor ainda era de reserva: McCarron pedirá algo mais próximo do que um quarterback titular ganha.

Nos três jogos que McCarron teve como titular, ele não comprometeu – claro que o elenco ao seu redor era um dos melhores na NFL, mas mesmo assim. 64% de passes completos, 6,9 jardas por passe – ao todo, são seis touchdowns e duas interceptações. Seu melhor momento foi o jogo de pós-temporada de 2015 contra os Steelers, no qual ele substituía um Andy Dalton fora da temporada. McCarron conseguiu o touchdown “da vitória” e na sequência a defesa dos Bengals fez uma série de besteiras que custaram o jogo.



Sem dúvidas, é uma aposta. Pelo o que McCarron mostrou em Alabama, nos quatro anos de NFL e, sobretudo, na última pré-temporada, eu não arriscaria um contrato gigantesco para ele. O melhor dos cenários para um time sem noção que queira fazer essa aposta é um contrato parecido com o de Mike Glennon – três anos com 15 milhões presos caso ele seja cortado após o primeiro ano. E, tal como os Bears fizeram, eu não hesitaria num Plano B ao draftar um quarterback.

No ano passado, McCarron quase foi trocado para os Browns – que fizeram uma lambança no último instante e a troca não se materializou. Agora, pode ser um dos destinos, dada a ligação entre Hue Jackson e AJ (Jackson foi coordenador ofensivo em Cincinnati). Seja como for, não parece ser a resposta para o longo prazo de Cleveland. Pelo menos no Madden, se é algum parâmetro, eu tentei e não foi.

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