Por mais que John Elway não queira acreditar e teime em afirmar que os Broncos são um time competitivo pronto para “ganhar agora”, são inúmeros os buracos a serem tapados neste Draft pelos lados do Colorado. Arrisco-me a dizer que excetuando as posições de running back e edge, cabem escolhas em todas demais.
A verdade é que a incerteza roda por Denver mais uma vez e nada está muito claro sobre os planos da franquia neste Draft. John Elway voltará ao perfil centralizador e fará escolhas por conta de suas avaliações ou a linha seguida em 2018 e que deu bons resultados, com maior participação do departamento de scouting, será mantida?
Outro ponto é sobre o perfil dos jogadores desejados, haja visto que os Broncos tem uma nova comissão técnica. Por mais que conheçamos Vic Fangio e seus coordenadores de outros trabalhos, não dá para saber exatamente o que irão implantar e como avaliam o atual elenco. Apenas uma coisa é certa: os Broncos precisam acertar e muito em suas escolhas ou terão mais um ano difícil na competitiva AFC Oeste.
Quais escolhas o time tem: 10 (1), 41 (2), 72 (3), 126 via Houston (4), 149 (5), 157 via Minnesota (5), 183 (6), 239 via Houston (7).
Escolhas no Top 100: 3.
O dilema da escolha número 10
Num time com muitos buracos como já citado, o leque de opções em uma escolha alta como a número 10 costuma ser grande. Porém, após muitas especulações as opções se reduziram bastante e se concentram em três posições: quarterback, interior defensive lineman e linebacker.
Não seria de se estranhar o time buscar um novo nome para seu comandante no ataque. Após a aposentadoria de Peyton Manning, os Broncos nunca se acertaram na posição. Case Keenum chegou ano passado e já se foi. Joe Flacco é um jogador que já mostra sinais de decadência e seu contrato permite que ele seja cortado em 2020 sem prejuízo a folha salarial.
O grande medo reside na escolha: John Elway mostrou certo encantamento por Drew Lock, quarterback de Missouri. Nele se encontram as mesmas qualidades que fizeram o general manager dos Broncos se encantar por Brock Osweiler e Paxton Lynch (ambos escolhas dos Broncos no Draft): altura ótima para posição e braço forte.
Porém, os mesmo defeitos que fizeram os dois não terem sucesso na NFL também estão em Lock: fraco processamento mental e pouca de presença de pocket. Seria um erro sem tamanho escolher Lock. Dwayne Haskins se mostra um nome que parece agradar a comissão técnica e impressionou em sua visita pela personalidade. O jogador vindo de Ohio State chegou às instalações dos Broncos trajando uma camisa retrô com o nome do próprio John Elway e encantou Von Miller. Caso esteja disponível na 10 ou mesmo poucas escolhas acima, o time pode puxar o gatilho por ele.
Outra posição em que se ouve muito burburinho é de interior defensive lineman. Com quase 120 jardas terrestres cedidas por partida, a linha defensiva precisa de reforço no miolo. Domata Peko se foi e Derek Wolfe convive com lesões. Além disso Wolfe e seus colegas de linha Shelby Harris e Adam Gotsis serão agentes livres em 2020 e isso pode apressar a chegada de um novo jogador. Ed Oliver (Houston) passou grande parte do processo sendo cogitado e seria uma escolha sensacional na 10. Mas nos últimos dias, sua cotação subiu e ele não deve sair do top 5. Com isso Christian Wilkins, de Clemson, passa a ser um nome bastante falado por conta de sua versatilidade, característica muito apreciada por Vic Fangio em suas defesas. Que pese contra a escolha de um jogador da posição na escolha 10 a profundidade da classe: não será difícil conseguir um bom valor na escolha 41.
Por fim, a posição que menos acredito ser a preferida entre as três, mas que tem tido nomes ligados a escolha: linebacker. Um grupo que já era frágil e ficou ainda mais após a saída de Brandon Marshall nessa inter temporada. Todd Davis é um elo fraco na defesa e Josey Jewell precisa de desenvolvimento, mas será no máximo um bom complemento. Nomes como Devin White (LSU) e Devin Bush (Michigan) despontam em algumas simulações, porém Fangio parece preferir nomes mais cerebrais e menos atléticos para função. Basta ver a escolha dos Bears na temporada passada, onde Fangio (então coordenador defensivo) preferiu Roquan Smith ao hiper atlético Tremaine Edmunds.
O dia 2 e as demais necessidades
Claro que sanar as os problemas que não foram resolvidos no primeiro dia continuarão em questão para as escolhas de segundo e terceiros rounds. Porém, a probabilidade deve diminuir nas posições de quarterback e linebackers, pois o lastro entre jogadores de dia 1 e 2 é muito grande nesta classe. Talvez o linebacker Mack Wilson, de Alabama, seja o nome mais forte entre ambas na 41.
Com isso, brechas para outras posições são abertas. A linha ofensiva é rasa e mesmo os titulares não são muito confiáveis. Matt Paradis se foi para os Panthers e com isso Connor McGovern virou o center. A necessidade de um jogador neste miolo se faz presente e nomes como Elgton Jenkins (Mississippi State), Chris Lindstrom (Boston College) e Erik McCoy (Texas A&M) são muito ventilados. A secundária também está em voga. Chris Harris Jr, Will Parks e Justin Simmons serão agentes livres em 2020 e apesar de algumas contratações, faltam peças para dar profundidade ao elenco. Nomes como o cornerback Julian Love (Notre Dame) e os safeties Taylor Rapp (Washington) e Darnell Savage (Maryland) são plausíveis de escolha no segundo dia de seleção.
O dia 3 e a importância de trazer profundidade ao elenco
No último dia de seleção o time deve buscar ainda algum jogador para posição de wide receiver. Com dois segundanistas (Courtland Sutton e DaeSean Hamilton) e Emmanuel Sanders voltando de lesão, é importante ter peças a disposição. Além disso, um offensive tackle para ser reserva deve chegar e suprir a rotação. Não se descartam nomes na posição de tight end como Kaden Smith (Stanford), caso Jake Butt ou Troy Fumagalli apresentem problemas médicos desconhecidos do grande público.
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